sexta-feira, 26 de setembro de 2025

Ciência e Religião: Uma Relação de Oposição ou de Convergência?

Por Walson Sales

A relação entre ciência e religião tem sido amplamente debatida, especialmente no contexto do secularismo moderno. Segundo a narrativa popular, promovida por alguns dos chamados "Novos Ateus" e figuras influentes do meio científico, a ciência e a fé estão em oposição direta. No livro The Return of the God Hypothesis, Stephen C. Meyer desafia essa visão, argumentando que a ciência não apenas não eliminou a necessidade de Deus, mas que muitos dos grandes avanços científicos foram impulsionados por uma cosmovisão teísta.

Um exemplo dessa visão secularizada pode ser visto na série Cosmos (2014), apresentada por Neil deGrasse Tyson. Ele sugere que a física newtoniana eliminou a necessidade de um Criador, afirmando que a explicação mecânica do movimento planetário dissolveu a antiga concepção de Deus como "o grande relojoeiro". Embora Tyson reconheça que Isaac Newton era um homem religioso, ele argumenta que a fé de Newton não teve impacto positivo em sua ciência, mas sim um efeito limitador. Mas essa interpretação histórica faz justiça ao papel da religião na ciência?

1. O Mito do Conflito entre Ciência e Religião

A visão de que a ciência e a religião estão em conflito irreconciliável é, na realidade, um mito moderno. O historiador da ciência James Hannam, em seu livro The Genesis of Science, demonstra que a própria Revolução Científica nasceu em um contexto profundamente teísta. Muitos dos pioneiros da ciência moderna, incluindo Kepler, Boyle, Faraday e Maxwell, viam sua pesquisa científica como uma forma de compreender a mente de Deus.

Newton, longe de ser um exemplo de conflito entre fé e ciência, acreditava que sua teoria gravitacional revelava uma ordem divina no universo. Sua famosa obra Principia Mathematica está permeada de referências a Deus como sustentador do cosmos. No entanto, Neil deGrasse Tyson sugere que Newton invocar Deus em certos pontos de sua obra representa um obstáculo ao progresso científico. Essa alegação ignora um ponto crucial: Newton acreditava que o próprio fato de o universo ser inteligível e ordenado era uma consequência lógica de um Criador racional.

2. O Papel do Teísmo na Ciência

Stephen C. Meyer enfatiza que a cosmovisão teísta forneceu os pressupostos fundamentais que tornaram a ciência moderna possível. Entre esses pressupostos estão:

- A crença em um universo ordenado e inteligível, pois foi criado por um Deus racional.

- A ideia de que o ser humano, feito à imagem de Deus, tem a capacidade de compreender essa ordem.  

- A suposição de que as leis naturais são constantes, permitindo a formulação de teorias e previsões.

Essas premissas teológicas foram fundamentais para a metodologia científica. Como observa o filósofo da ciência Stanley Jaki, a ciência floresceu no Ocidente justamente porque os cientistas partiam do pressuposto de que o universo tinha uma estrutura ordenada, passível de investigação racional.

3. A Ciência como "Fechamento de Portas"?

Tyson argumenta que a referência a Deus por Newton "fechou portas" para o conhecimento, ao invés de abrir novos caminhos. No entanto, essa afirmação ignora o fato de que Newton continuou buscando explicações naturais mesmo quando mencionava Deus. Newton não viu Deus como uma explicação concorrente às leis da natureza, mas como Aquele que estabeleceu e sustentou tais leis.

Além disso, a história da ciência mostra que muitas grandes descobertas surgiram em contextos onde a crença em Deus coexistia com a investigação científica. Por exemplo:

- Johannes Kepler via sua astronomia como uma maneira de "pensar os pensamentos de Deus depois d'Ele".

- James Clerk Maxwell, cujas equações fundamentam o eletromagnetismo, era um cristão convicto.

- Louis Pasteur, criador da teoria germinal das doenças, afirmou que "um pouco de ciência nos afasta de Deus, mas muita ciência nos aproxima Dele".

Se a fé "fechasse portas", não teríamos visto tantos cientistas profundamente religiosos realizando descobertas revolucionárias.

4. O Reducionismo Materialista e Seus Limites

A tentativa de Tyson e de outros materialistas de excluir Deus da equação científica reflete um reducionismo filosófico, não uma necessidade metodológica da ciência. A ciência moderna prosperou precisamente porque não rejeitou hipóteses teístas a priori.

Stephen C. Meyer argumenta que a rejeição da explicação teísta não se baseia em evidências científicas, mas em um compromisso filosófico com o materialismo. A insistência em uma explicação puramente naturalista para a origem do universo, da vida e da consciência não se baseia em provas conclusivas, mas em uma recusa dogmática de considerar explicações que apontem para Deus.

Conclusão

A alegação de que a ciência libertou a humanidade da crença em Deus é historicamente questionável e filosoficamente reducionista. Stephen C. Meyer, em The Return of the God Hypothesis, demonstra que a ciência não eliminou a necessidade de um Criador, mas, ao contrário, reforçou a ideia de um universo inteligível, ordenado e dependente de um Fundamento transcendente.

A narrativa popular do conflito entre ciência e religião ignora o papel crucial que a cosmovisão teísta teve na origem da ciência moderna. Muitos dos maiores cientistas da história não viam fé e razão como forças opostas, mas como complementares. Newton, longe de ser um exemplo de um cientista limitado pela religião, é um exemplo de alguém cuja fé impulsionou sua investigação científica.

A verdadeira questão, portanto, não é se Deus é um obstáculo à ciência, mas se a ciência, quando levada às suas últimas consequências, aponta para a existência de Deus. Meyer sugere que sim, e que a "Hipótese de Deus" continua sendo a melhor explicação para a ordem e a racionalidade do universo.

O Dilúvio na Tradição Babilônica: Análise e Comparação com o Relato Bíblico – Parte 5

Por Walson Sales

Revisitando as Diferenças entre o Épico de Gilgamesh e a Narrativa Bíblica do Dilúvio

A controvérsia em torno do relato do dilúvio bíblico e sua suposta dependência do Épico de Gilgamesh tem sido debatida por acadêmicos, arqueólogos e teólogos. Embora existam semelhanças estruturais entre os relatos, as diferenças teológicas, morais e filosóficas são tão profundas que tornam insustentável a hipótese de plágio. Nesta última parte da série, revisitaremos essas diferenças e demonstramos a superioridade da narrativa bíblica.

1. Diferenças Fundamentais entre as Narrativas

1.1. Contraste Teológico: Monoteísmo vs. Politeísmo

A concepção de Deus nas duas narrativas é absolutamente divergente:

- O relato bíblico apresenta um Deus único, santo e justo, que executa julgamento sobre a humanidade por sua corrupção moral (Gênesis 6:5-7).

- O Épico de Gilgamesh descreve uma assembleia de deuses briguentos e inconsistentes, que causam o dilúvio por razões arbitrárias, sem uma base moral clara. Durante a destruição, os deuses se acovardam e se escondem, um contraste gritante com a soberania do Deus bíblico. 

Além disso, na narrativa babilônica, os deuses reagem ao sacrifício de Utnapishtim de forma degradante, "ajuntando-se como moscas" sobre a oferta. Já no relato de Gênesis, Deus responde ao sacrifício de Noé de maneira digna, estabelecendo uma aliança com a humanidade (Gênesis 8:21-22).

1.2. Contraste Moral: Justiça vs. Capricho Divino

A diferença moral entre os relatos é evidente:

- No Gênesis, Deus decide enviar o dilúvio devido à depravação moral extrema da humanidade (Gênesis 6:11-13), enquanto preserva Noé, um homem justo. O evento tem um propósito ético e didático. 

- No Épico de Gilgamesh, os deuses enviam o dilúvio sem justificativa clara. Não há uma ênfase em pecado ou arrependimento; em vez disso, a decisão é baseada em um capricho divino.

A justiça divina no relato bíblico é consistente com a noção de um Deus santo e moralmente perfeito, enquanto o politeísmo do Épico de Gilgamesh resulta em divindades moralmente contraditórias.

1.3. Contraste Filosófico: Ordem vs. Caos

A narrativa do Gênesis apresenta um universo governado por um Deus que cria, sustenta e governa o cosmos de forma ordenada. Em contraste:

- O pensamento babilônico mistura espírito e matéria, resultando em uma cosmovisão caótica e panteísta.

- O Épico de Gilgamesh atribui o dilúvio a fenômenos naturais personificados como divindades, como Adade (deus da tempestade) e Ninurta (deus da irrigação).

- Em Gênesis, Deus controla e utiliza as forças naturais, mas não é parte da criação.

Isso demonstra que a narrativa bíblica reflete uma cosmovisão superior, com um Criador transcendente e um universo regido por leis racionais.

2. Superioridade da Narrativa Bíblica 

2.1. Coerência Interna e Valor Histórico

O relato do Gênesis apresenta uma coerência narrativa e moral que está ausente no Épico de Gilgamesh. Além disso, as evidências arqueológicas, como os registros cuneiformes das antigas civilizações mesopotâmicas, mostram que diversas culturas preservaram memórias de uma grande inundação, reforçando a possibilidade de um evento histórico real.

2.2. Universalidade do Dilúvio

Muitos povos antigos possuem mitos sobre um dilúvio catastrófico, incluindo os sumérios, acádios, chineses, egípcios e até tribos indígenas das Américas. Isso sugere que o evento pode ter sido real, mas que diferentes culturas o registraram de maneiras distintas. O relato bíblico se destaca por sua clareza teológica e propósito moral.

2.3. Impacto Cultural e Teológico

A narrativa de Noé influenciou profundamente o pensamento judaico-cristão, fornecendo uma base para a doutrina da aliança e do juízo divino. Já o Épico de Gilgamesh permaneceu como um mito politeísta, sem impacto significativo na formação de uma teologia consistente. 

3. Conclusão: A Bíblia Plagiou o Épico de Gilgamesh?

As diferenças entre as narrativas são tão significativas que a hipótese de plágio não se sustenta. O relato bíblico não apenas se distingue pelo seu monoteísmo puro, mas também por sua superioridade moral e filosófica. Enquanto o Épico de Gilgamesh apresenta um dilúvio caótico e sem propósito, o Gênesis descreve um evento com ordem, justiça e significado espiritual.

Diante disso, a teoria de que Moisés ou os autores hebreus copiaram os mitos babilônicos carece de evidências concretas. Pelo contrário, a consistência do relato bíblico e sua preservação ao longo dos séculos reforçam sua confiabilidade histórica e teológica.

A Bíblia não é um mito derivado da Mesopotâmia, mas sim a revelação de Deus à humanidade, trazendo um relato autêntico e moralmente superior do dilúvio.

Bibliografia Utilizada e Leitura Sugerida

Obras sobre o Dilúvio, Antigo Testamento e Contexto do Oriente Médio Antigo

- Collins, John C. Did Adam and Eve Really Exist? Crossway, 2011.

- Walton, John H. Ancient Near Eastern Thought and the Old Testament: Introducing the Conceptual World of the Hebrew Bible. Baker Academic, 2006.

- Kaiser, Walter C. The Promise-Plan of God: A Biblical Theology of the Old and New Testaments. Zondervan, 2008. 

- Archer, Gleason L. A Survey of Old Testament Introduction. Moody Publishers, 2007. 

- Copan, Paul & Craig, William Lane. Creation Out of Nothing: A Biblical, Philosophical, and Scientific Exploration. Baker Academic, 2004.  

Estudos Apologéticos e Arqueológicos

- Geisler, Norman L. Enciclopédia de Apologética.* Vida Nova, 2002.

- Unger, Merrill F. Arqueologia do Antigo Testamento. Vida Nova, 2011.  

- Kitchen, Kenneth A. On the Reliability of the Old Testament. Eerdmans, 2003.  

- Sarfati, Jonathan. The Genesis Account: A Theological, Historical, and Scientific Commentary on Genesis 1–11. Creation Book Publishers, 2015.  

Estudos Específicos sobre o Dilúvio e o Gênesis

- Hasel, Gerhard F. The Biblical Flood: A Case Study of the Church’s Response to Extrabiblical Evidence. Andrews University Press, 1974.  


- Snelling, Andrew A. Earth’s Catastrophic Past: Geology, Creation, and the Flood. Institute for Creation Research, 2009.  


- Woodmorappe, John. Noah’s Ark: A Feasibility Study. Institute for Creation Research, 1996.  


- Young, Davis A. The Biblical Flood: A Case Study of the Church’s Response to Extrabiblical Evidence. Eerdmans, 1995. 

Esses autores trazem diferentes perspectivas — arqueológica, teológica, histórica e apologética —para a compreensão do Dilúvio e sua relação com os mitos do Oriente Médio Antigo. Essa seleção cobre desde a confiabilidade do relato bíblico até as evidências científicas e filosóficas que sustentam sua autenticidade.  

Portanto, monte sua biblioteca sobre o tema e nunca mais seja enganado pelos críticos.

quinta-feira, 26 de junho de 2025

Revisitando o Problema: O Dilúvio nas Tradições de Diversas Culturas Antigas - Parte 4

Por Walson Sales

A polêmica sobre as semelhanças entre o relato bíblico do dilúvio e os relatos mesopotâmicos, especialmente o do Épico de Gilgamesh, continua a ser um tema recorrente nas universidades e debates sobre a historicidade da Bíblia. Críticos sugerem que o relato bíblico é uma versão derivada de mitos antigos, especificamente das narrativas mesopotâmicas, como a do herói Utnapishtim no Épico de Gilgamesh. Eles argumentam que a Bíblia teria plagiado esses mitos e, portanto, não pode ser considerada uma fonte confiável para entender os eventos históricos. No entanto, uma análise mais profunda do contexto cultural e dos relatos das diversas tradições revela que a ideia de um grande dilúvio não é exclusiva da Mesopotâmia, mas é um elemento compartilhado por muitas culturas antigas ao redor do mundo.

O Dilúvio nas Culturas Antigas

Histórias de um grande dilúvio catastrófico são encontradas em muitas culturas e tradições ao redor do mundo. Esses relatos, muitas vezes com semelhanças impressionantes ao relato bíblico, sugerem uma memória coletiva de um evento extraordinário, em que uma grande inundação devastou a terra. O historiador Merrill F. Unger, em seu livro Arqueologia do Antigo Testamento, observa que, além dos relatos mesopotâmicos, outras culturas também compartilham narrativas de um dilúvio, cada uma com características próprias, mas com um núcleo comum de sobrevivência e julgamento divino. A seguir, vamos analisar alguns desses relatos:

1. Mesopotâmia: O Épico de Gilgamesh é talvez o relato mais conhecido do dilúvio na cultura mesopotâmica, especialmente na 11ª tabuinha, onde o herói Utnapishtim recebe a ordem dos deuses de construir uma arca para escapar de um dilúvio destinado a destruir a humanidade. Esse relato é notavelmente semelhante ao de Noé, mas com importantes diferenças: na tradição mesopotâmica, os deuses são motivados por questões como a superpopulação e o incômodo com a humanidade, e seu arrependimento pós-dilúvio está relacionado à fome e ao sacrifício. Em contraste, o relato bíblico enfatiza o julgamento divino sobre a perversidade humana e a promessa de Deus de nunca mais destruir a terra com um dilúvio (Gênesis 9:11). A narrativa bíblica, portanto, é mais voltada para questões morais e teológicas, com um Deus soberano e justo que age de acordo com a sua vontade.

2. Sumeriana: O relato do herói Ziusudra na tradição suméria é considerado uma das versões mais antigas da história do dilúvio. Como no *Épico de Gilgamesh*, Ziusudra é avisado pelos deuses para construir uma embarcação, salvando-se do dilúvio que destrói a humanidade. No entanto, a motivação dos deuses para enviar o dilúvio na tradição sumeriana parece estar relacionada ao desejo de livrar-se de uma humanidade barulhenta e perturbadora, o que contrasta com o julgamento divino por causa da maldade humana, como narrado em Gênesis.

3. Acadiana (Atrahasis): O relato acadiano do herói Atrahasis também apresenta uma versão do dilúvio, onde os deuses enviam a catástrofe para controlar a superpopulação de seres humanos. Esse mito tem semelhanças com o *Épico de Gilgamesh*, mas a motivação dos deuses é novamente centrada em um problema existencial com a humanidade e não em uma questão moral. No entanto, a sobrevivência de Atrahasis é similar à de Noé, com o herói sendo instruído a construir uma arca para escapar do dilúvio.

Além dos relatos mesopotâmicos, outras tradições ao redor do mundo apresentam mitos de dilúvio com semelhanças notáveis, como as tradições egípcia, grega, hindu, chinesa, polinésia, mexicana, peruana e até mesmo das tribos indígenas americanas. Cada uma dessas culturas preserva uma memória de um dilúvio catastrófico e uma história de sobrevivência por meio de um herói ou patriarca que escapa da destruição.

O Dilúvio no Contexto Global

A presença de histórias de dilúvio em diferentes culturas, com elementos comuns como a construção de uma arca, a sobrevivência de poucos indivíduos e a promessa de renovação ou recomeço, sugere que o dilúvio bíblico não é um mito isolado ou copiado de outros relatos, mas sim uma narrativa compartilhada por várias culturas antigas. Como destaca Norman Geisler em sua *Enciclopédia de Apologética*, essas histórias podem ser vistas como vestígios de um evento histórico real que foi registrado e transmitido ao longo das gerações, adaptado de acordo com as necessidades culturais de cada povo.

A ideia de um dilúvio global e o salvamento de uma família são temas comuns nas narrativas antigas, e a presença dessas histórias em culturas tão distantes entre si reforça a hipótese de que o dilúvio foi um evento marcante na memória coletiva da humanidade. A Bíblia, ao relatar o dilúvio como um julgamento divino sobre a maldade humana, apresenta uma perspectiva única que se distingue das explicações mitológicas e antropomórficas das culturas mesopotâmicas e outras.

Implicações Apologéticas

A acusação de que o relato bíblico do dilúvio é um plágio dos mitos mesopotâmicos perde força quando se considera o fato de que essas histórias compartilham um núcleo comum, mas também apresentam diferenças significativas. A explicação bíblica do dilúvio é teologicamente mais profunda e moralmente centrada, enfatizando o caráter de Deus e o significado do evento como um juízo sobre a corrupção da humanidade.

Além disso, como argumenta Bruce K. Waltke no *Comentário do Antigo Testamento: Gênesis*, a Bíblia não apenas preserva a memória de um evento histórico, mas também faz uma interpretação teológica desse evento, tornando-o um marco da relação entre Deus e a humanidade. A promessa divina de nunca mais destruir a terra com um dilúvio, simbolizada pelo arco-íris, é um ponto de diferenciação fundamental que estabelece a singularidade do relato bíblico.

Conclusão

A  das diversas tradições de dilúvio em culturas antigas revela que o relato bíblico de Gênesis 6-9 não é um caso isolado, mas parte de um fenômeno global de memória de um grande cataclismo. As semelhanças entre o dilúvio bíblico e os relatos de culturas como a mesopotâmica, a grega, a hindu e a chinesa indicam que esses mitos e lendas têm raízes em uma tradição compartilhada que remonta a um evento histórico real. No entanto, a versão bíblica do dilúvio se destaca por sua interpretação teológica única, que enfoca o julgamento divino e a redenção da humanidade, distanciando-se das explicações mitológicas e oferecendo uma visão moral e espiritual do evento. Portanto, a acusação de que a Bíblia plagiou esses relatos perde credibilidade quando se leva em conta as diferenças significativas entre o relato bíblico e os mitos de dilúvio de outras culturas.

Fontes:

Unger, Merrill F. Arqueologia do Antigo Testamento.

Geisler, Norman. Enciclopédia de Apologética.

Waltke, Bruce K., Fredericks, Cathi J. Comentário do Antigo Testamento: Gênesis.

Halley, Henry H. Manual Bíblico.