segunda-feira, 5 de março de 2018

Engano: uma arte de guerra praticada por radicais islâmicos

por Mark A. Gabriel
No mundo islâmico, Muhammad é bem conhecido por afirmar, “Guerra é engano”[no sentido de guerra é enganar]. Em outras palavras, o islamismo ensina que o engano é uma das ferramentas essenciais da Jihad. Meu propósito nos próximos dois capítulos é advertir o mundo sobre o porquê e como os radicais irão usar o engano.
O capítulo 13 mostrará:
O Hadith que dá permissão aos muçulmanos para mentir durante a guerra;
A lei islâmica o uso da mentira por muçulmanos quando eles estão vivendo em um país não-muçulmano;
A tradição Xiita da mentira para ocultar os sentimentos verdadeiros;
O uso do engano por Muhammad para assassinar seus inimigos;
O capítulo 14 é singular porque é minha tradução dos ensinos de al-Zawahiri sobre o uso do engano que encontrei postado em um site árabe radical. Estes ensinos são muito importantes porque eles não são apenas conversas. Estes ensinos estão sendo postos em ação todos os dias pela Al-Qaeda e outros radicais. Em seu livro intitulado Covert Operations [Operações Secretas], al-Zawahiri mergulha fundo na história islâmica para encontrar novas estratégias de engano que possam ser usadas na luta contra os infiéis.
Um muçulmano normal, secular pode não estar consciente destes ensinos, mas eu te asseguro que qualquer Imam treinado no Oriente Médio sabe sobre isso, e você precisa saber também.
*Três tempos para mentir*
A mentira era uma prática generalizada entre os muçulmanos até Muhammad perceber que esta prática estava virando um perigo grave , ameaçando o crescimento de sua mensagem na Arábia. Isso fez ele censurar seus seguidores um dia, dizendo, “Por que eu os vejo reunindo-se para mentir, como borboletas se reunem para o fogo? Todas as mentiras serão registradas contra os filhos de Adão, exceto se ele mente na guerra, ou quando dois homens estão brigando e ele faz mediação entre eles, ou cria [mentiras] para a sua esposa para a agradar.”
Em outras palavras, Muhammad criticou a mentira em algumas questões, mas aprovou a mentira dos muçulmanos em três circunstâncias:
Durante a guerra;
Para reconciliar duas partes rivais;
Para agradar a esposa;
Embora as circunstâncias sociais sejam muito interessantes, focaremos nossa atenção sobre a mentira “durante a guerra”.
*Mentindo na Casa da Guerra*
A mentira durante a guerra toma diferentes formas e contornos. Se os muçulmanos demonstram aceitação, amizade e sociabilidade com seus inimigos, o inimigo não deve ficar sossegado, pensando estar completamente são e salvo deles. Por exemplo, grupos radicais tem sempre usado tratados de paz para ter tempo de se reabastecer e se preparar para continuar a guerra no futuro.
É importante entender que os grupos radicais usam o engano de maneiras diferentes, dependendo em que fase da Jihad eles estão. Os radicais dividem a Jihad em três fases.
*Fase 1 da Jihad: Impotência*
Nesta fase, os muçulmanos são minoria vivendo em um país não-muçulmano; portanto, eles não são exigidos a lutar contra os inimigos. Antes, são exigidos a serem pacientes, esperando entrar na segunda fase. O engano e a mentira pode se tornar parte da vida diária de um muçulmano nesta posição. Eles estão praticando as palavras de Muhammad: “Toda mentira é um pecado, exceto aquela que beneficia o muçulmano ou o matém longe de problemas.”
O Sheikh do Islã, Ibn Taymiyyah, aplicou os ensinos de Muhammad desta forma:
“Se um crente [muçulmano] está em uma terra onde ele é fraco, ou em um tempo em que ele é fraco, deixe-o seguir pela virtude da paciência, perdoando e desculpando aqueles entre Judeus e Cristãos que ofendem Allah e seu Mensageiro [ofender aqui é criticar], e ele mentirá para eles, se essa for a forma de preservar sua vida e sua religião”.
Sobre o quê Ibn Taymiyyah fundamenta sua filosofia? Isso vem da vida de Muhammad. Vamos olhar o primeiro incidente em que o profeta do islã autorizou os muçulmanos a mentir e negar sua fé a fim de se protegerem.
Um escravo chamado Ammar Bin Yasser se converteu ao Islamismo, e foi torturado pela tribo Quraysh. Eles exigiram que ele abandonasse sua fé para que eles parassem de o torturar, então ele negou sua fé. Depois de libertado, ele correu até Muhammad e o contou o que aconteceu.
Muhammad o perguntou, “Algo do que você disse veio do coração?” (querendo dizer: algo mudou em sua fé?)
Yasser respondeu que não.
Muhammad disse, “Se eles vierem novamente, minta de novo” (querendo dizer que se ele fosse capturado novamente, ele poderia mentir novamente).
Em outras palavras, se um muçulmano está em um posição fraca, ele pode negar sua fé a fim de parar a perseguição do inimigo. Um teólogo muçulmano ortodoxo moderno (Al Mansour) disse resumidamente:
“Se você é incapaz de cortar a mão do seu inimigo, então beije-a”.
Em outras palavras, se você pretende ser submisso a fim de enganar seu inimigo, então faça, mesmo se em seu coração você não esteja submisso. Muhammad “beijou muitas mãos” durante seu tempo em Meca simplesmente porque ele não podia “cortá-las”.
*Blindagem*
A seita islâmica Xiita tem um termo especial para a mentira, quando uma pessoa está em posição de impotência. Eles chamam de Blindagem (at-toqya em árabe), que significa, “camuflar, obscurecer, esconder”. A filosofia da blindagem se desenvolveu porque os Xiitas foram severamente perseguidos pelos Sunitas durante a Dinastia Umayyad. Para os Xiitas, blindagem significa que um muçulmano pensa ou acredita em uma coisa mas revela outra. Um exemplo é quando alguém odeia uma pessoa mas demonstra amor e perdão por ela. Os Xiitas não mostraram outra coisa a não ser amor aos Umayyds, enquanto os detestavam e guardavam ira em seus corações. Os seguidores de Ali preservaram este costume e o aplicaram em suas crenças por mais de 13 séculos. O único tempo em que os Xiitas abandonaram a blindagem foi depois que o Ayatollah Khomeini conduziu, com sucesso, a revolução contra o Xá do Irã em 1979. Logo após Khomeini chegar em Teerã de Paris, ele leu um pequeno discurso no Paradise Graveyard ao mundo todo e aos Xiitas que o tempo da blindagem acabou. Com isso ele queria dizer que os Xiitas estavam no poder e podiam revelar seus verdadeiros sentimentos.
*Fase 2 da Jihad: Preparação*
Nesta fase, o muçulmano é exigido a juntar seus recursos para entrar em uma guerra direta e real contra seus inimigos. Durante o primeiro ano após sua imigração para Medina, Muhammad e seu exército estava na fase de preparação.
*Fase 3 da Jihad: Entrando em guerra com os Não-Muçulmanos*
Nesta fase, os muçulmanos mudam de uma posição “sentada pacientemente” em um movimento ativo para alterar as condições que os cercam e transformam o país em um novo país islâmico.
Depois que Muhammad teve certeza de seu poder em Medina, ele entrou na terceira fase, onde ele se envolveu em confrontos diretos com seus inimigos. Ele os matou, tomou cativas suas mulheres e crianças e distribuiu os cativos como espólios de guerra entre seus homens. No fim, estes cativos se tornavam escravos que eram comprados e vendidos nos mercados, que ganharam uma fama extraordinária na Peninsula Arábica. Ele perseguiu seus inimigos um a um até que fosse capaz de retornar a Meca e derrotar seus exércitos.
A mentira é completamente autorizada para o muçulmano durante a guerra, e isso é um fator vital da vitória. A frase de Muhammad “Guerra é engano” (Al-harb khida’a) é amplamente conhecida e citada. O engano é uma parte reconhecida de estratégia, como Faraj escreveu:
“Os eruditos do Islã tem concordado com a legitimidade de enganar os idólatras durante a guerra, por todos os meios, a menos que seja precedido por um acordo ou tratado; então não é permitido. E é bem conhecido que não há nenhum tratado ou acordo entre nós [Al-Jihad] e eles [Governo Egipcio], a medida que eles são combatentes à religião de Allah. Os muçulmanos são então livres para escolher qualquer método apropriado de luta que eles julguem adequado, contanto que a artimanha alcance vitórias com o menor número de perdas.”
Faraj recontou três histórias macabras da história islâmica como exemplos de bons usos do engano. A maioria dos ocidentais estariam chocados com o tipo de comportamento que é enaltecido como heróico e digno de incitação. Resumirei estas histórias para você.
*A decapitação do poeta rebelde*
Muhammad perguntou a um grupo de amigos, “Quem cuidará de Kaab bin Ashraf [um poeta que estava criticando Muhammad] por mim?”
Um homem chamado Muhammad bin Musslemah disse, “Você gostaria que eu o matasse?”
Muhammad respondeu, “Sim”.
Musslemah respondeu, “Me permita dizer coisas” [mentir]
Muhammad o deu permissão.
Musslemah foi ao poeta e fingiu estar desgostoso com Muhammad e precisando de um empréstimo. Ele convenceu o poeta a permiti-lo guardar o empréstimo com armas e prometeu retornar na noite seguinte. Então musslemah voltou na noite seguinte com dois homens [e as armas] e saiu para uma caminhada com o poeta. Enquanto eles caminhavam, Musslemah o segurou pelos cabelos como se fosse para o beijar [cumprimento] e o segurou, enquanto os dois homens o emboscaram e cortaram sua cabeça.
Muhammad justificou o assassinato dizendo, “Se ele [o poeta] tivesse ficado calado como todos que partilham da mesma opinião, ele não teria sido morto. Mas ele nos prejudicou com sua poesia, e qualquer um de vocês que fizeram o mesmo merecem a espada.”
Louvando a astúcia do incidente, Faraj comentou, “Nesta história, há muitas lições úteis sobre a arte da guerra.”
*A decapitação de um líder rebelde*
Muhammad ouviu que um homem chamado Abi Sufyan que estava tentando juntar um exército para ir à guerra contra Muhammad. Então Muhammad deu ordens a um homem chamado Abdullah para o matar. Abdullah pediu permissão para mentir e Muhammad o deu. Então Abdullah foi a Abi Sufyan e fingiu estar interessado em se juntar ao levante. Ele queixou-se de Muhammad e ganhou a confiança de Abi Sufyan para se juntar a ele em sua tenda naquela noite. Depois que todos dormiram, Abdullah cortou a cabeça do homem e a levou à Muhammad.
*O espião que fingiu não ter se convertido*
Um homem de uma tribo inimiga se converteu ao islamismo, mas Muhammad disse que ele retornasse a sua tribo e fingisse não ter se convertido. O homem voltou e espalhou informações falsas entre seu povo sobre a batalha que eles iriam travar com Muhammad.
*Obrigação de enganar*
Os muçulmanos radicais de hoje veem o engano como uma arte da guerra que foi utilizada pelo próprio profeta Muhammad. Eles estudam os diferentes incidentes de engano na vida de Muhammad para desenvolver uma estrutura moderna dos princípios do engano, particularmente durante a fase de preparação da Jihad. Eles usam o engano na comunicação para recrutar novos membros. Eles usam o engano na compra de armas. Eles usam o engano na negociação do cessar-fogo.
Porque o profeta do Islã estabeleceu este princípio, os muçulmanos radicais veem o engano como algo sagrado, que eles não apenas tem o direito de usar, mas são obrigados a usar. Eles veem o engano como uma forma de salvar a vida dos muçulmanos e alcançar a vitória sobre o inimigo. Esta é exatamente a posição de Ayman al-Zawahiri, vice comandante da Al-Qaeda. Este é o motivo dele ter escrito todo um livro sobre como os jihadistas devem usar o engano. No próximo capítulo você pode ler sobre as estratégias específicas que ele recomenda.
Fonte:
GABRIEL, Mark A. *Jorney into the Mind of an Islamic Terrorist. Why they hate us and how we can change their minds.* Lake Mary, Florida: Frontline, 2006, pp. 117-122.
Tradução Walson Sales.
[1] nota do tradutor: alguém pode dizer que o autor está falando apenas dos radicais, contudo, ninguém tem como saber quem são os radicais [fundamentalistas] ou os moderados [liberias ou nominais], tendo em vista você não ter como saber se eles estãos enganando ou não.

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