Três sinais miraculosos acompanharam o derramamento do Espírito Santo no dia do Pentecostes, mas nem o som do céu que encheu a sala nem as “línguas repartidas como que de fogo” que apareceram aos discípulos foram repetidas em derramamentos posteriores do Espírito. O milagre do falar em línguas – não o som ou a sua aparência de línguas inflamadas ou mesmo o comportamento extático dos discípulos – comandavam a atenção e a curiosidade da multidão que se reunia em torno deles. A pergunta da multidão, “que é isto?” Referia-se aos discípulos falarem em línguas desconhecidas para eles mas compreendidas por aqueles que as ouviram.
Enquanto o som que encheu a casa era de Deus, ele não estava diretamente associado com a experiencia interior dos discípulos. Em vez disso, anunciava a iminência do derramamento prometido do Espírito sobre os discípulos que aguardavam. Da mesma forma, as línguas como de fogo forneceram uma manifestação corporativa. As línguas repartidas “pousaram sobre cada um deles” para significar a disponibilidade do derramamento para cada indivíduo. Como o som e as línguas repartidas aconteceram imediatamente antes do recebimento do Espírito Santo, serviram como um prelúdio e depois desapareceram da cena quando os discípulos foram cheios do Espírito. Por outro lado, falar em línguas aconteceu a cada pessoa no momento em que o Espirito Santo foi recebido.
O milagre do falar em línguas exigia a cooperação entre o Espírito interior e os discípulos, pois eles falavam “conforme o Espírito lhes concedia que falassem”. O Espírito dentro de cada uma pessoa concedia que falassem – a expressão e a forma do que foi falado – e a pessoa falava as palavras que o Espírito inspirava.
Quando a multidão que estava em Jerusalém para celebrar a Festa de Pentecostes ouviu galileus falando nas línguas de seus países de origem, ficaram perplexos. Alguns na multidão atribuíram toda a cena à embriaguez, mas a maioria reconheceu o milagre e pediu uma explicação.
O apóstolo Pedro respondeu que eles estavam testemunhando o derramamento do Espírito profetizado por Joel. Em sua explicação, ele ligou o falar em línguas com o Espírito Santo: “De sorte que, exaltado pela destra de Deus, e tendo recebido do Pai a promessa do Espírito Santo, [Jesus Cristo] derramou isto que vós agora vedes e ouvis” (Atos 2.33), em outras palavras, depois de sua exaltação, jesus “derramou” o Espírito Santo, cuja evidência era falar em línguas – o que eles viram e ouviram.
(Evidência Inicial, Gary McGee)
Por Rafael Félix.
Nenhum comentário:
Postar um comentário