Por Josh McDowell
TESTES PARA A INCLUSÃO DE UM LIVRO NO CÂNON DO NOVO TESTAMENTO
O fator básico para determinar a canonicidade do Novo Testamento foi a inspiração divina, e o principal teste da inspiração foi a apostolicidade. 32/181
Geisler e Nix detalham a respeito: "Na terminologia do Novo Testamento, a igreja foi edificada 'sobre o fundamento dos apóstolos e profetas' (Efésios 2:20), os quais Cristo prometera que, pelo Espírito Santo, iriam guiar 'a toda a verdade' (João 16:13). Atos 2:42 diz que a igreja em Jerusalém perseverou *na doutrina dos apóstolos e na comunhão'. A palavra apostolicidade, conforme empregada para designar o teste de canonicidade, não significa obrigatoriamente 'autoria apostólica' nem 'aquilo que foi preparado sob a direção dos apóstolos..."
"Parece muito melhor concordar com Gaussen, Warfield, Charles Hodge e a maioria dos protestantes em que o teste básico de canonicidade é a autoridade apostólica, ou a aprovação apostólica, e não simplesmente autoria apostólica." 32/183
N.B.: Stonehouse afirma que a autoridade apostólica "que se revela no Novo Testamento nunca está divorciada da autoridade do Senhor. Há nas epístolas um constante reconhecimento de que na igreja só existe uma única autoridade absoluta; a autoridade do próprio Senhor. Sempre que os apóstolos falam com autoridade, fazem-no exercendo a autoridade do Senhor. Dessa forma, por exemplo, quando Paulo defende sua autoridade de apóstolo, baseia-se única e diretamente na comissão recebida do Senhor (Gálatas 1 e 2); quando evoca o direito de regulamentar a vida da igreja, declara que sua palavra tem a autoridade do Senhor, mesmo quando nenhuma palavra específica do Senhor lhe tenha sido transmitida (1 Coríntios 14:37;cf. 1 Coríntios 7:10)..." 88/117,118
"O único que, no Novo Testamento, fala com uma autoridade interna e que se impõe por si mesmo é o Senhor." 67/18
OS LIVROS CANÔNICOS DO NOVO TESTAMENTO
Há três razões que mostram a necessidade de se definir o cânon do Novo Testamento. 23/41
1. Um herege, Marcião (cerca de 140 A.D.), desenvolveu seu próprio cânon e começou a divulgá-lo. A igreja precisava contrabalançar essa influência decidindo qual era o verdadeiro cânon das Escrituras do Novo Testamento.
2. Muitas igrejas orientais estavam empregando nos cultos livros que eram claramente espúrios. Isso requeria uma decisão concernente ao cânon.
3. O edito de Diocleciano (303 A. D.) determinou a destruição dos livros sagrados dos cristãos. Quem desejava morrer por um simples livro religioso? Eles precisavam saber quais eram os verdadeiros livros.
Atanásio de Alexandria (367 A.D.) nos apresenta a mais antiga lista de livros do Novo Testamento que é exatamente igual à nossa atual. A lista faz parte do texto de uma carta comemorativa escrita às igrejas.
Logo após Atanásio, dois escritores, Jerônimo e Agostinho, definiram o cânon de 27 livros. 15/112
Policarpo (115 A.D.), Clemente e outros referem-se aos livros do Antigo e do Novo Testamento com a expressão "como está escrito nas Escrituras".
Justino Mártir (100-165 A.D.), referindo-se à Eucaristia, escreve em Primeira Apologia 1.67: "E no domingo todos aqueles que vivem nas cidades ou no campo se reúnem num só local, e, durante o tempo que for possível, lêem-se as memórias dos apóstolos ou escritos dos profetas. Então, quando o leitor termina a leitura, o presidente faz uma admoestação e um convite a que todos imitem essas boas coisas". No Diálogo com Trifo (pp. 49, 103, 105, 107) ele emprega a fórmula "está escrito". Tanto ele como Trifo devem ter sabido o significado desse "está escrito".
Irineu (180 A.D.). F. F. Bruce escreve acerca do significado de Irineu: "A importância de Irineu está no seu vinculo com a era apostólica e nos seus relacionamentos ecumênicos. Educado na Ásia Menor, aos pés de Policarpo, o discípulo de João, Irineu tornou-se bispo de Lion, na Gália, em 180 A.D. Seus escritos confirmam o reconhecimento canônico dos quatro evangelhos, Atos, Romanos, 1 e 2 Coríntios, Gálatas, Efésios, Fili-penses, Colossenses, 1 e 2 Tessalonicenses, 1 e 2 Timóteo, Tito, 1 Pedro e 1 João e Apocalipse. Em Contra Heresias, (III, ii, 8), tratado escrito por Irineu, é evidente que até 180 A.D. a idéia de quatro evangelhos se tornara tão axiomática em toda a cristandade que se podia mencionála como um fato real tão óbvio, inevitável e natural como os quatro pontos cardeais (como os chamamos) ou quatro ventos". 15/109
Inácio (50-115 A.D.): "Não quero dar-lhes mandamentos tal como fizeram Pedro e Paulo; eles foram apóstolos..." (Aos Tralianos 3.3).
Os Concílios da Igreja. É uma situação bastante parecida com a do Antigo Testamento (veja Capítulo 3, 6C, o Concilio de Jâmnia). F. F. Bruce afirma que "quando finalmente um Concilio da Igreja - o Sínodo de Hipona (393 A.D.) - elaborou uma lista dos vinte e sete livros do Novo Testamento, não conferiu-lhes qualquer autoridade que já não possuíssem, mas simplesmente registrou a canonicidade previamente estabelecida. (A decisão do Sínodo de Hipona foi repromulgada quatro anos depois pelo Terceiro Sínodo de Cartago.)" Desde então não tem havido qualquer restrição séria aos 27 livros aceitos do Novo Testamento, quer por católico-romanos quer por protestantes.
Fonte: Evidência que Exige um Veredicto.
Via Walson Sales.
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