David L. Allen
Considerações Lógicas
Um argumento lógico a favor de uma expiação limitada, estritamente falando, se parece com isso:
Cristo morreu “pelas suas ovelhas”, por “sua Igreja” e por “seus amigos”. Essas categorias de pessoas são limitadas; assim, esse argumento é prova de expiação limitada.
Não tão rápido! Dabney corretamente notou que afirmações tais como Cristo morreu “pela Igreja” ou “suas ovelhas” não provam a expiação limitada, estritamente falando, porque argumentar tal coisa invoca a falácia da inferência negativa: “a prova de uma proposição não refuta seu inverso”.[1] Não se pode inferir uma negativa (Cristo não morreu pelo grupo A) de uma afirmação positiva aparente (Cristo morreu pelo grupo B), não mais do que se pode inferir que Cristo morreu somente por Paulo por causa de Gálatas 2.20 que diz que Cristo morreu por Paulo. Adicionalmente, se eu frequentemente repito que eu amo minha esposa, pode ser, hipoteticamente falando, que eu amo somente minha esposa, mas não se segue com uma certeza dedutiva. Esse é o mesmo tipo de equivoco lógico que Owen faz inúmeras vezes no seu The Death of Death in the Death of Christ [A Morte da Morte na Morte de Cristo], e é uma falácia lógica feita constantemente por Calvinistas Rígidos com respeito a extensão da expiação.[2] Consequentemente, o fato que muitos versos falam que Cristo sofreu por suas “ovelhas”, sua “Igreja” ou seus “amigos” não provam que Ele não morreu por outros agrupados nessas categorias.
Não existe nenhuma afirmação nas Escrituras que diz que Jesus morreu apenas pelos pecados do eleito. Aqueles que sustentam a expiação limitada cometem a falácia da inferência negativa quando eles inferem de certas afirmativas restritivas na Escritura concernente a morte de Cristo que Ele morreu somente pelos pecados daqueles que são mencionados. Calvinistas Rígidos falham em tratam adequadamente os muitos versos no Novo Testamento que afirmam expiação universal.
Fonte: Whosoever Will: A biblical-theological Critique of five-point calvinism, p. 93
Tradução: Walson Sales
Publicado anteriormente aqui:
Notas:
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[1] Dabney, Lectures in Systematic Theology [Palestras em Teologia Sistemática], 521.
[2] Até mesmo R. Reymond, um Hiper-Calvinista supralapsário notou que “É verdade, claro, que logicamente uma afirmação de particularidade em si não exclui necessariamente a universalidade. Isso pode ser mostrado pelo principio de submissão na lógica Aristotélica, que declara que se todo S é P, então pode ser inferido que alguns S são P, mas no sentido inverso, não pode ser inferido do fato que alguns S são P que o restante de S não é P. Um caso em destaque é o ‘me’ de Gálatas 2.20: o fato que Cristo morreu por Paulo individualmente não quer dizer que Cristo somente morreu por Paulo e por mais ninguém” (R. Reymond, A New Systematic Theology [A Nova Teologia Sistemática] [2nd ed.; Nashville: Thomas Nelson, 1998], 673-74).
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