A função do dom de línguas é paralela à da profecia, na medida em que não apenas indica a presença do Espírito (At 2.4; 10.44-46; 11.15; 19.6, cf. 8.17-18), mas também “edifica” (1Co 14.4, cf. Jd 20) o que pronuncia “mistérios” a Deus que ninguém (14.2), incluindo o falante (At 14.14) entende. Além disso, o falar em línguas está associado com o louvor e a adoração. F.F Bruce argumenta corretamente que as línguas proclamando as “poderosas obras de Deus” que os indoutos ouviram no Pentecostes não eram a pregação do evangelho – era necessário que Pedro fizesse isso mais tarde (vv. 14.40) – provavelmente salmos de louvor a Deus em resposta à vinda do Espírito. Usando o dom de línguas, Paulo diz que pode orar e cantar no Espírito (1Co 14.15), uma prática que pode ter aparecido noutros lugares entre as comunidades cristãs (Ef 5.19 e Cl 3.16, cf. Jd 20), segundo James Dunn e Larry Hurtardo. Os propósitos repetidos para estes dois exemplos de dons são edificação e louvor, e representam funções para as quais, cada crente na Igreja é chamado a realizar.
(Sobre a Cessação dos Charismata. Jon Ruthven)
Por Rafael Félix.
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