quarta-feira, 15 de maio de 2019

JESUS E SUA HISTORICIDADE (PARTE 01)

Em meados do século 19, alguns críticos chegaram à incrível conclusão de que Jesus nunca existiu. Hoje, talvez, nem mesmo os críticos mais ferozes, como os do “Seminário de Jesus”, ousam negar a existência histórica de Jesus Cristo, e isso devido aos muitos documentos a respeito de sua pessoa. Negar, hoje, a passagem de Jesus pela terra seria como assinar um atestado de obtusidade histórica ou se declarar descontextualizado com as novas descobertas.
Apesar da abundância de provas que temos sobre Jesus, muitos estudiosos amadores, levados pelo preconceito e pouca seriedade científica, especulam dizendo que não existem comprovações concretas da existência de Jesus fora dos evangelhos. Quando não, saem com o disparate de que só existem duas menções ao nome de Jesus fora dos livros religiosos (Novo Testamento e os escritos cristãos dos pais da Igreja), as quais se limitariam tão-somente a Flávio Josefo e Plínio. Isso mostra o tom preconceituoso e parcial com que tais estudiosos tratam os documentos cristãos históricos. Só porque a maioria dos testemunhos históricos sobre a existência de Jesus é de cunho religioso, esses testemunhos são postos sob suspeita.
É claro que, para quem conhece um pouco de história, isso não passa de uma falácia. Fora os próprios evangelhos e os escritos dos pais da Igreja, temos, ainda, outros textos dos séculos I e II que mencionam Jesus Cristo. Podemos dividi-los em dois grupos: os documentos provindos de fontes judaicas e os documentos provindos de fontes pagãs.
Ei-los, em ordem:

Fontes judaicas - Flávio Josefo
Josefo foi contemporâneo de Cristo e viveu até 98 d.C. É considerado um dos melhores historiadores antigos. Suas obras sobre o povo judeu são uma preciosidade histórica da vida helênica no século I. Em seu livro Antiguidades Judaicas, faz algumas referências a Jesus. E, em uma delas, escreve: “Por esse tempo apareceu Jesus, um homem sábio que praticou boas obras e cujas virtudes eram reconhecidas. Muitos judeus e pessoas de outras nações tornaram-se seus discípulos. Pilatos o condenou a ser crucificado e morto.
Mas aqueles que se tornaram seus discípulos pregaram sua doutrina. E afirmam que Jesus lhes apareceu três dias após a sua crucificação e que está vivo. Talvez Ele fosse o Messias previsto pelos maravilhosos prognósticos dos profetas” (XVIII,3,2). O texto citado é uma versão árabe e, talvez, seja a que mais perto se aproxima do original. Muitos o colocam em dúvida dizendo ser uma interpolação de um escritor cristão. E alegam, ainda, que Josefo, na qualidade de judeu, nunca iria se reportar a Jesus desta maneira. Mas parece que não há motivos fortes para isso. A verdade é que cada vez mais eruditos hoje em dia estão inclinados a aceitar esta versão do texto como fidedigna, embora admitam pequenas interpolações em algumas partes, como, por exemplo, a referência sobre a ressurreição e a declaração do messianismo.
Em outros lugares, Josefo registra a execução de João Batista (XVIII,7 ,2) e o martírio de Tiago, irmão de Jesus, que era “chamado Cristo” (XX,9,1): “Assim reuniu um conselho de juízes, perante o qual trouxe Tiago, irmão de Jesus, que era chamado Cristo, junto com alguns outros, e, tendo-os acusado de infração à lei, entregou-os para ser apedrejados”. Mesmo na versão russa, considerada polêmica, é lamentável ver como o preconceito de alguns críticos os impede de aplicar o bom senso na interpretação dessa passagem. Um cristão jamais usaria o verbo “ser” no passado, e isso é uma prova favorável contra uma suposta interpolação de algum escriba cristão, pois, com certeza, usaria a expressão “que é chamado o Cristo” e não a expressão “que era chamado o Cristo”, como está no texto.
Continua...
Extraído do livro Curso de Apologética (Fase 2) – ICP Formato Epub.
Por Nivaldo Gomes.

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