sábado, 18 de maio de 2019

O Aborto e o Clamor dos que Ainda Não Sabem Falar


A Palavra de Deus é enfática ao declarar: 
"Não matarás o inocente"( Êx 23.7).

Recentemente o mundo assistiu a reação de várias mulheres exultantes, chorando emocionadas pela aprovação da descriminalização do aborto na Irlanda. O caso torna-se ainda mais estarrecedor, ao se tomar conhecimento de que a Irlanda é um país de formação historicamente conservadora, pois uma grande parcela da sua população é de tradição católica. Todavia, contemplamos estarrecidos, mulheres que naturalmente receberam de Deus o dom da concepção, contrariando a própria natureza, comemorando de forma assustadora o direito de abortar os próprios filhos, ainda no ventre (https://youtu.be/MamiMLuPKSI).
O que aconteceu nos bastidores desse país enquanto muitos "dormiam"? De maneira que a descriminalização do aborto até a 12° semana de gestação, por qualquer motivo, foi aprovada por 66% da população no referendo do dia 25 de maio de 2018?
A Bíblia revela-nos que nos últimos tempos enfrentaríamos dias trabalhosos, em que o homem perderia o afeto natural (2 Tm3.3-13), e essa realidade tem sido testemunhada diante dos nossos olhos. O que aconteceu na Irlanda não é muito diferente do que está acontecendo também no Brasil, uma vez que muitos tem levantado bandeiras pro-aborto, outros imprudentemente tem dado poder de decisão a indivíduos que aprovam, por exemplo, a ADPF 442, que se assemelha a decisão abortista da Irlanda. Nesse contexto, ainda que seja repetitivo, o legítimo cristão assim o fará incansavelmente a fim de denunciar a reprovável prática do aborto, pois esta embasado na revelação da Palavra de Deus . Infelizmente, vivemos em uma época tão relativista, que até mesmo alguns que se dizem cristãos, perderam a noção lúcida do que é certo e errado:
“Durante a maior parte da história ocidental, o consenso moral, foi em grande parte, animado pela tradição judaico-cristã. Mas depois do iluminismo, os intelectuais começaram a argumentar que, uma vez que Deus já não era necessário para explicar a criação, Ele já não era mais necessário para estabelecer leis morais" (COLSON;PEARCEY,2001,p.155).
Essa falta de um abalizador que norteie os homens, resultou no desprezo da verdadeira lei moral proveniente de Deus, resultando em influências negativas na formação da opinião de muitas pessoas. É exatamente isso que identificamos ao pesquisar sobre o caso ocorrido na Irlanda. A mentalidade da população foi sendo alimentada por ideologias que gradativamente foram mudando a opinião das pessoas, ao mesmo tempo em que também foram desprezados os princípios da Palavra de Deus. Os promotores do aborto foram inserindo em seus discursos, a conta-gotas, ideias como a desumanização do feto, o empoderamento total da mulher/feminismo, a conscientização da necessidade do aborto para famílias numerosas, ou inevitavelmente em casos de estupro (como se não houvesse a possibilidade jurídica de lares adotivos), e ainda advogando que a proibição da prática abortista, acaba desencadeando procedimentos feitos de maneira clandestina.
Vale mencionar também que tudo isso tem forte influência do movimento eugenista, que a anos tem seguido sua agenda destrutiva, fundamentada em argumentos monstruosos como o de Margaret Stanger que diz: ” O controle de natalidade em si - muitas vezes denunciado como uma violação da lei natural – é nada mais nada menos do que a facilitação do processo de eliminar o inapto, de impedir o nascimento de defeituosos ou de quem vai se tornar um defeito”.
Um clamor silencioso:
Diante do Salmo 139, nos é revelado com límpida clareza a formação do ser humano com identidade própria, formada e planejada sabiamente (v.13-16). A luz da Palavra de Deus é evidente que não podemos diferenciar entre vida em formação ( pré-natal) e vida pós-natal. Quando a isso Reifler menciona:" O feto possui espírito? Lucas relata que o feto de 6 meses que Isabel carregava( João Batista) estremeceu de alegria com a saudação de Maria, que tinha Jesus em seu ventre ( Lc 1.41). Aí está um ser com todas as potencialidades. Outro argumento neotestamentário que sustenta a validade e a inviolabilidade da vida embrionária é fornecido pelo médico Lucas ao afirmar que " Jesus será cheio do Espírito Santo, já do ventre" ou " já desde o ventre materno ( Lc 1.15)”. ( REIFLER,1992, p.135).
Elucidados por questões como essas, onde a Bíblia relata a formação do ser humano desde a concepção no ventre materno, não podemos tapar os ouvidos ao clamor silencioso de milhares e milhares de crianças que ao longo da história foram, estão sendo ou ainda podem ser vitimadas por um dos crimes mais covardes que um ser humano pode cometer.
Poderemos mais adiante mencionar relatos de médicos que detalham a triste condição da mãe na hora do aborto, bem como o relato de psicólogos sobre os nocivos desdobramentos emocionais de mães que se deixaram levar pelos argumentos diabólicos de pessoas autônomas do temor a Deus, e tantos outros dolorosos exemplos. Mas certamente nada, absolutamente nada é mais doloroso do que o clamor silencioso do sangue desses inocentes indefesos que, a luz da Palavra sabemos, clamam a Deus desde a terra ( Gn 4.10).

Por Fabiana Ribeiro

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