Por Carson Weitnauer do site Reasons For God
Porque existe alguma coisa ao invés do nada? O universo tem uma explicação para a sua existência, ou o universo é um fato bruto? Um regresso infinito é possível? Qual é a significância teológica do Big Bang? Deus precisa de uma explicação? A ciência pode confirmar ideias religiosas?
Essas questões são tratadas por três versões distintas do argumento cosmológico:
· O Argumento Cosmológico Kalam
· O Argumento Cosmológico Tomista
· O Argumento Cosmológico de Leibniz
O que é o Argumento Cosmológico?
Como Alexander Pruss sumariza em The Blackwell Companion to Natural Theology (24):
Um argumento cosmológico toma algumas características cósmicas do universo – tais como a existência de seres contingentes ou o fato do movimento – que clama por uma explicação e argumenta que essa característica deve ser explicada em termos de atividade de uma Primeira Causa, essa Primeira Causa é Deus (24)
Aqui está como William Lane Craig e James Sinclair descrevem o Argumento Cosmológico (Blackwell, 101):
O Argumento Cosmológico é uma família de argumentos que procuram demonstrar a existência de uma Razão Suficiente ou Primeira Causa da existência do cosmos. A lista de defensores desse argumento lê-se como um Quem é Quem da Filosofia Ocidental: Platão, Aristóteles, Ibn Sina, Al-Gazali, Maimonides, Anselmo, Aquino, Scotus, Descartes, Spinoza, Leibniz e Locke, para nomear apenas alguns. O Argumento Cosmológico pode ser convenientemente agrupado em três tipos básicos: O Argumento Cosmológico Kalam para a Primeira Causa do inicio do universo; O Argumento Cosmológico Tomista para fundamento Sustentador do Ser do mundo; e o Argumento Cosmológico de Leibniz para uma Razão Suficiente de porque existe alguma coisa ao invés de nada.
O Argumento Cosmológico Kalam:
Como Shandon Guthrie explica, “O Argumento Cosmológico Kalam é o produto de uma história da evidência aprimorada utilizando astronomia e astrofísica para demonstrar empiricamente que uma causa para a existência do universo é necessária se quisermos fazer sentido de sua existência”.
A forma básica do argumento (Blackwell, 102):
1 – Tudo que começa a existir tem uma causa.
2 – O universo começou a existir.
3 – Portanto, o universo tem uma causa.
O Argumento Cosmológico Tomista:
Como William Lane Craig explica, “O Argumento Cosmológico Tomista está baseado sobre a impossibilidade de um regresso infinito de causas simultaneamente operacionais. O argumento busca uma Causa que é a Primeira, não em um sentido temporal, mas no sentido de posição ou fonte”.
A forma básica do Argumento Cosmológico Tomista:
1 – O que nós observamos no universo é contingente (i.e. dependente, ou condicional).
2 – Uma sequência de relação causal com coisas contingentes não pode ser infinita.
3 – A sequência de dependência causal de coisas contingentes deve ser finita.
4 – Conclusão: tem de haver uma primeira causa na sequência de causas contingentes.
O Argumento Cosmológico de Leibniz:
Como William Lane Craig explica, “Gottfried Wilhelm Leibniz...postulou a existência de um ser metafisicamente necessário que carrega dentro si mesmo a razão suficiente para sua própria existência e que constitui a razão suficiente para a existência de tudo o mais no mundo. Leibniz identificou esse ser como Deus”.
A forma básica do argumento (Blackwell, 25-26):
1 – Todo fato contingente tem uma explicação.
2 – Existe um fato contingente que inclui todos os outros fatos contingentes.
3 – Portanto, existe uma explicação desse fato.
4 – Essa explicação deve envolver um ser necessário.
5 - Esse ser necessário é Deus.
Tradução: Walson Sales
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