sexta-feira, 10 de maio de 2019

O HOLOCAUSTO – (UM CRIME QUE JAMAIS SERÁ ESQUECIDO) – PARTE 2


Já assisti muitos filmes sobre “O Holocausto dos Judeus”. Filmes que mexeram com o meu emocional e banharam os meus olhos de lágrimas, eis alguns deles: “Noite e Neblina (1955), O Diário de Anne Frank (1959), A Lista de Schindler (1993), A Vida é Bela (1997), O Trem da Vida (1998), Cinzas de Guerras (2001), O Pianista (2002), Olga (2004) e O Menino do Pijama Listrado (2008).” Recentemente, conversando com um amigo sobre o Holocausto dos Judeus ele me falou de uma série da “Netflix” chamada: “Auschwitz: The Nazis and the Final Solution”, não demorei muito, e ao chegar em casa fui assistir, confesso que fiquei chocado com o que vi. Lembrei que já havia lido um livro sobre o assunto, e que ele relatava a crueldade aplicada pelos nazistas aos judeus nos seus respectivos campos de concentração. Segue abaixo um pequeno relato extraído desse livro:
Construído em 1933, o campo de concentração de Dachau, Alemanha, foi a prisão de dezenas de milhares de judeus durante a Segunda Grande Guerra. Em 1966, o Governo alemão instalou no local um mostruário dos horrores ali praticados e tornou obrigatória a visita de colegiais de nível médio, para que não esqueçam a que ponto chegou o desvario nazista. Entre os dois fornos crematórios há uma estátua de bronze representando um prisioneiro de Dachau: um homem esquelético, faces escaveiradas, roupas esfarrapadas, cabeça raspada. Uma legenda, colocada ao pé da estátua, é um angustiante grito de alerta à raça humana. Diz a inscrição:
“À memória das vítimas de todos os campos de concentração; como expiação dos crimes cometidos nesses campos; para advertência à humanidade e instrução a todos os visitantes; pela paz das classes e das raças; para salvar a honra da nossa Nação, e pela comunidade dos povos.”
Nesse local sombrio morreram homens e mulheres, depois de suportarem as mais variadas formas de tortura estudadas minuciosamente pelos carrascos. Havia nesse campo o local dos fuzilamentos, a barraca das experiências médicas [onde novas drogas eram testadas em cobaias humanas!], a barraca das punições especiais com suplícios e agonias, a forca e a câmara de gás. Acerca do centro de extermínio dos judeus de Buna Auschwitz, escreveu Lord B. Russel:
“Depois que as vítimas tinham desembarcado nas plataformas eram reunidas num só lugar onde tinham de tirar a roupa e os calçados; às mulheres cortavam-se os cabelos, e em seguida todo o grupo, homens, mulheres e crianças eram obrigados a caminhar nus pela estrada ao encontro das câmaras de gás. Chegados aí, eram impelidos para dentro das câmaras com os braços levantados para que coubesse o maior número de pessoas. As crian¬ças eram amontoadas em cima das cabeças dos outros. Algumas vezes as crianças eram mortas antes... Um homem da SS era especialista em matar crian¬ças; tomava-as pelas pernas e lhes rachava a cabeça contra a parede. A execução pelo gás durava 15 minutos, e, quando se supunha que todos estavam mortos, abriam-se as portas; o grupo de trabalho forçado, composto de judeus, retirava os cadáveres e arrumava a câmara para a próxima fornada. ”
E que falar de “Birkenau e Gleiwitz”? No primeiro, as enormes filas de condenados caminhavam para dentro do forno crematório, não sem antes serem aspergidas de gasolina para se consumirem mais depressa. No segundo campo, uma esteira transportadora, guardada por soldados atentos e cães treinados, levava os condenados diretamente à fornalha, vivos! Eles eram atirados sobre a veloz esteira por outros judeus do trabalho forçado, os quais, por sua vez, depois de exaustos, seguiam o mesmo trágico destino de seus irmãos! Não é fácil ler esses relatos, nem acreditar na veracidade deles.
Como pode alguém ser tão cruel, tão insensível à dor alheia? Mas quero trazer mais um testemunho insuspeito. Trata-se de uma testemunha ocular alemã de como foi a execução em massa feita em Dubno, em 5 de outubro de 1942:
Meu capataz e eu fomos diretamente às valas. Ouvi tiros de fuzil em rápida sucessão por detrás dos montes de terra. As pessoas que deviam descer dos caminhões — homens, mulheres e crianças de todas as idades — eram obrigadas a despir-se por ordem de um indivíduo das SS, que empunhava um chicote. Tinham que deixar as roupas em lugares determinados para cada peça do vestuário. Vi um montão de sapatos, cerca de oitocentos a mil pares, e grandes pilhas de costumes e roupas de baixo.
Sem gritar ou chorar, despiam-se todos; reuniam-se em grupos de família, beijavam-se uns aos outros, despediam-se e aguardavam um sinal de outro homem das SS, que se achava junto à vala e que também empunhava um chicote. Durante os 15 minutos que permaneci nas proximidades da vala, não ouvi uma queixa ou pedido de misericórdia...
Uma senhora idosa, de cabelos brancos como a neve, segurava nos braços uma criança de um ano; cantarolava para ela e fazia-lhe cócegas. A criança ria, satisfeita. Os pais contemplavam aquele quadro com os olhos cheios de lágrimas. O pai segurava a mão de um menino de dez anos e falava-lhe carinhosamente; o menino esforçava-se por reprimir as lágrimas. O pai apontou para o céu e afagou-lhe a cabeça, parecendo explicar-lhe alguma coisa.
Nesse momento, o homem das SS que se achava junto à vala bradou qualquer coisa para o companheiro. Este contou cerca de vinte pessoas, ordenando-lhes que fossem para detrás do grande monte de terra... Recordo-me perfeitamente de uma jovem, esbelta e de cabelos pretos, que, ao passar por mim, apontou para si mesma e disse: “Vinte e três anos de idade”.
Dirigi-me para o outro lado do monte de terra e deparei com uma imensa vala. Estava socada de gente, jazendo uns sobre os outros de modo que só se lhes viam as cabeças. Escorria sangue de quase todas elas. Algumas das pessoas ainda se moviam; outras erguiam os braços e viravam a cabeça como para mostrar que ainda estavam vivas. Duas terças partes da vala já estavam tomadas. Calculei que continha cerca de mil pessoas. Olhei para o homem que atirava. Era um elemento das SS. Achava-se sentado à beira da vala, em sua extremidade, e balançava as pernas. Tinha um fuzil metralhadora sobre os joelhos e fumava um cigarro.
As pessoas, completamente nuas, desciam alguns degraus e subiam por sobre as cabeças das que já lá estavam nos lugares para os quais o homem das SS ordenava. Deitavam-se junto aos mortos ou feridos; alguns acariciavam os que ainda estavam vivos e murmuravam-lhes qualquer coisa. Ouvi, depois, uma série de tiros. Olhei para a vala; vi corpos contorcerem-se e algumas cabeças já imobilizadas sobre os corpos que se encontravam debaixo. O sangue escorria-lhes do pescoço.
Aproximava-se o grupo seguinte. Desceram todos para a vala e alinharam-se diante das vítimas que os antecederam. Foram também fuzilados.
Em todos os campos de concentração, a matança era tão intensa que os nazistas só não conseguiram levar a cabo a sua solução final do problema judaico porque perderam a guerra! (ALMEIDA, 1999, pp. 32-35)
Como eu já havia perguntado na Parte 1 desse artigo, refaço a minha pergunta mais uma vez: Será possível apagarmos e esquecermos os fatos que ficaram registrados na nossa história e na história da humanidade? Não importa qual seja a sua resposta! Tenho plena certeza que “O Holocausto dos Judeus” sob o Nazismo é um crime que jamais será apagado e esquecido por toda humanidade. A humanidade sempre lembrará dessa grande tragédia que quase exterminou toda uma nação.
Por Nivaldo Gomes.

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