O pentecoste é uma marca que Deus deixou na sua igreja e que cremos que ainda hoje é algo que distingui o povo de Deus dos povos que servem a outros deuses, porém o pentecostalismo atual têm sofrido uma crise de identidade, onde se é confundido com outras manifestações. Uma das principais características do verdadeiro pentecoste é que a Igreja falava a língua do povo (At 2.6).
Na igreja primitiva todos sabiam o que estava acontecendo, entendiam o que se era falado; Em nossos dias temos visto que há muito barulho e pouca mensagem, há uma falha terrível na comunicação. O pentecoste bíblico é teocêntrico enquanto o atual é antropocêntrico, querem ver as manifestações dos dons (o que hoje se resume a no máximo 2), mas não buscam o fruto. Os cristãos em Atos eram reconhecidos não pelos dons, o que era apenas uma consequência, mas pelo seu novo modo de viver.
Os discípulos se ocupavam em falar das grandezas de Deus, as maravilhas que Deus havia feitos entre seu povo e suas criaturas pois, é isto que separa o que é humano do divino. Que tal não deixarmos mais a nossa marca no pentecoste? Que tal começarmos a falar da provisão de Deus para nossa vida por meio do Senhor Jesus Cristo?
Sou pentecostal, creio na contemporaneidade dos dons espirituais, mas o que tenho visto hoje não é o que está nas páginas das Sagradas Escrituras. O pentecoste Bíblico é muito mais que “línguas estranhas.” Só falar em línguas é insuficiente como marca pentecostal, já que isso acontece entre outros movimentos religiosos. Podemos observar que o pentecostalismo bíblico tinha pilares como:
1. Enchimento do Espírito Santo: Essa é uma experiencia bíblica e atual;
2. Compromisso com evangelismo e missões: Esta é a razão pela qual somos cheios do Espírito Santo, para pregarmos o Evangelho de Jesus Cristo (At 1.8). Existe um propósito específico para o pentecoste;
3. Fé firme: a fé entre os pentecostais bíblicos era de uma forma tão firme que eles criam que se orassem a Deus, teria curas, sinais e maravilhas (At 4.29-31), libertar alguém da prisão (At 12.12);
4. Expectativa: a expectativa entre os pentecostais bíblicos era a iminente volta de Cristo. A missão dada por Ele para a igreja teria que ser feita o mais rápido possível, para que fossem salvas o maior número de pessoas possíveis. Não havia tempo para perder tempo, o tempo era agora;
5. Realidade: A presença de Deus era um fato e a expectativa da volta de Cristo não só faziam correr para cumprir o ide, mas havia uma entrega total, um temor no sentido de viver em santidade, viviam em conformidade com aquilo que Deus havia-lhes proposto;
6. Adoração: Não estavam preocupados com os pormenores, eles queriam adorar a Deus, levantando as mãos, se entregando em adoração, não se prendiam à liturgia, mas queriam mesmo era adorar a Deus;
7. Comunhão: Aqui está o que diria ser o calcanhar de Aquiles no pentecoste atual, havia uma comunhão, pois eles sabiam que todos ali estavam se esforçando para irem ao mesmo lugar, o céu. Não havia competição.
8. Autoridade da Palavra de Deus: Os Apóstolos tinha a Palavra de Deus e tudo quanto Jesus havia dito como a suprema autoridade de suas vidas, o estudo da Palavra era prioridade (2Tm 4.13). O pentecoste Bíblico não era apenas uma busca sensorial.
(Rastros de Fogo. O que diferencia o Pentecostes bíblico do neopentecostalismo atual? José Gonçalves)
Por Rafael Félix.
Nenhum comentário:
Postar um comentário