O profeta Isaías com seu ministério de 40 anos começa seu esplendoroso livro com um testemunho devastador. No capítulo 1 e verso 2 ele afirma enfaticamente: “Ouvi, ó céus, e dá ouvidos, ó terra, porque o Senhor é quem fala: criei filhos, e os engrandeci, mas eles estão revoltados contra mim”. Aqui, mais uma vez, o Senhor dos exércitos está dizendo que “eles estão revoltados contra mim”, contudo, seria até mesmo irracional pensarmos que Deus disse tal coisa e aceitassemos que Deus decretou eficazmente que os israelitas se “revoltassem contra ele”. No verso 4 Ele continua dizendo: “ai desta nação pecaminosa, povo carregado de iniqüidade, raça de malignos, filhos corruptores; abandonaram o Senhor, blasfemaram do Santo de Israel, voltaram para trás”. E ainda que eles estão em rebeldia (v. 5). Pensar que Deus determinou o que é mencionado nestes textos é contradizer o que o próprio Deus está asseverando de forma clara. Não foi Deus quem os fez estar em rebeldia, blasfemando “do Santo de Israel”, pois ele iria determinar que as pessoas blasfemassem contra ele mesmo? Isto é até ofensivo. O problema não encerra por ai. No verso 10, Deus compara os príncipes do seu povo a “Príncipes de Sodoma”. E o povo a “povo de Gomorra”, e ainda se queixa dos sacrifícios, afirma estar farto dos holocaustos de carneiros, da gordura de animais cevados e que nem se agrada do sangue de novilhos, cordeiros e bodes (v. 11); o incenso é abominação, as luas novas também, os sábados e as convocações das congregações, é aqui que Deus afirma algo muito contundente, quando relata: “não posso suportar iniqüidade associada ao ajuntamento solene”. Deus não suporta iniqüidade com o ajuntamento solene? Bem, como os calvinistas asseveram que Deus determina todas as ações, isso deve incluir este comportamento “pecaminoso, revoltoso e blasfemo” (v. 2, 4, 11, 13) da nação, apesar do fato de Deus estar lamentando abertamente que “não suporta iniqüidade”. Esse é o mesmo Deus que os determina? Claro que não! Porém, ele exige santidade e purificação (v. 16, 17), e convida a todos ao arrependimento e à escolha quando fala: “se quiserdes, e me ouvirdes, comereis o melhor desta terra. Mas, se recusardes, e fordes rebeldes sereis devorados à espada; porque a boca do Senhor o disse. Sião será redimida pelo direito, e os que se arrependem, pela justiça. Mas os transgressores e os pecadores serão juntamente destruídos; e os que deixarem o Senhor perecerão” (1.19, 20, 27, 28). Devemos, portanto acreditar que Deus oferece direito de escolha a pessoas que não tem esse direito? Estaria Deus afirmando na Escritura “se quiserdes, se ouvirdes” a pessoas que ele sabe que não poderia “querer, ouvir, aceitar e recusar” as suas palavras? Estaria Deus asseverando: “escolha”, mas em sua agenda oculta sussurrando: “você não pode escolher, você só pode decidir o que eu já havia decidido por você”. Não é isso que a Santa Escritura está mostrando, mas justamente o contrário.
By Walson Sales.
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