por J. Wallace
Quando eu era um cético, eu pessoalmente nunca imaginava que os profetas bíblicos (ou o próprio Jesus) proclamassem verdades científicas ainda inacessíveis (e ininteligíveis) para suas audiências. Quando li a Bíblia pela primeira vez, seu propósito parecia bastante claro: explicar a natureza de Deus, delinear a condição caída do homem e descrever o plano geral de aproximar Deus aos seres rebeldes originalmente criados à Sua imagem. Há boas razões, no contexto da antiga audiência descrita na Bíblia, para Deus limitar qualquer discussão sobre ciência. Por essa razão, eu não esperava que a Bíblia fosse cientificamente perspicaz ou profética. Eu, no entanto, esperava que a Bíblia fosse cientificamente consistente. Em outras palavras, eu esperava que o texto bíblico refletisse a verdade sobre o mundo ao meu redor, mesmo que não explicasse detalhes científicos minuciosos para uma audiência claramente incapaz de entender tais afirmações. A consistência científica era muito mais importante para mim do que a revelação científica.
Isso era importante para mim porque observei a imprecisão científica de outras cosmovisões religiosas antigas. Como A.A. MacDonell observa na “Vedic Mythology” [Mitologia Védica ou dos Vedas], as escrituras hindus (os Vedas e Uparushads) consideram “todos os objetos e fenômenos da natureza que cercam o homem, (eram) animados e divinos”. Isso incluía o sol, a lua, a terra, as nuvens, chuva, rios, mares e até rochas. De acordo com esses documentos religiosos antigos, esses objetos eram vivos. Escritores do cânon Budista também atribuíram vida a objetos não vivos como o sol, a lua, o raio, o arco-íris e as montanhas. Os escritos Taoístas e Confucionistas da China continham afirmações semelhantes. O Alcorão, a escritura do Islã, escrita 1.500 anos depois da escritura hindu, não contém (a seu crédito) muitas dessas antigas superstições. Mas suas observações do universo também eram questionáveis em muitos pontos. O Alcorão fala de sete céus literais, e esses céus foram descritos como materiais. Diziam também que estes céus continham lâmpadas ou estrelas cujo propósito principal era de “lançar-se nos demônios”. Além disso, Maomé disse que “o sol se põe em um mar de lama negra”. As descrições e observações de outros livros religiosos também estão cheios de mitologias semelhantes. É impressionante, no entanto, que a antiga contemporânea dessas mitologias, a Bíblia, seja cientificamente consistente (se não sempre cientificamente reveladora). Aqui estão alguns exemplos:
*Qual é a forma da terra?*
Embora a Bíblia descreva os “quatro cantos da Terra”, ela usa essa expressão para descrever a extensão de direções disponíveis (norte, sul, leste e oeste) em vez de reivindicar que a Terra é plana. De fato, enquanto outras culturas primitivas descreveram a Terra como plana, a Bíblia consistentemente descreveu a Terra como esférica:
Isaías 40:22
Ele é o que está assentado sobre o círculo da terra, cujos moradores são para ele como gafanhotos
Provérbios 8:27
Quando ele preparava os céus, aí estava eu; quando traçava um círculo sobre a face do abismo, (Almeida Revisada Imprensa Bíblica)
*Como a Terra está assentada no Cosmos?*
As culturas primitivas viam a terra plana como algo semelhante a um tampo de mesa. Os primeiros pensadores e escritores tentaram entender como essa terra plana era mantida no lugar em relação ao cosmos que eles observavam. A maioria descreve o mundo como estando sobre uma espécie de homem, elefante, tartaruga ou peixe-gato. Uma série de ideias como essas foram propostas, mas a Bíblia fez uma afirmação notável e extraordinária:
Jó 26: 7
O norte estende sobre o vazio; e suspende a terra sobre o nada.
*Existe um começo para o tempo e a matéria (uma singularidade cosmológica)?*
Os filósofos ao longo dos tempos deram grande atenção à natureza do espaço e da matéria em nosso universo. Muitos antigos pensadores gregos postularam que a matéria e a forma eram eternas e sem começo. No entanto, os escritores da Bíblia afirmaram consistentemente que todo o espaço, tempo e matéria tiveram um começo; um ponto em que tudo veio à existência pela vontade de Deus. O Modelo Cosmológico Padrão (aceito hoje pela maioria dos físicos e cosmólogos) é o Modelo Cosmológico do “Big Bang”. Esta descrição do universo é consistente com o ensino da Bíblia:
Gênesis 1: 1
No princípio, Deus criou o céu e a terra.
1 Coríntios 2: 6-7
Todavia falamos sabedoria entre os perfeitos; não, porém, a sabedoria deste mundo, nem dos príncipes deste mundo, que se aniquilam; Mas falamos a sabedoria de Deus, oculta em mistério, a qual Deus ordenou antes dos séculos [literalmente: antes do tempo começar] para nossa glória;
*O Universo é algo que devemos temer?*
Os primeiros pensadores religiosos ficaram impressionados (e muitas vezes assustados) com o que observaram nos céus. Muitas culturas antigas temiam o sol, a lua e as estrelas e as descreviam como seres vivos. Os escritores da Bíblia adotaram uma abordagem mais tranquila do cosmos, consistente com nossa atual compreensão do universo:
Jeremias 10: 2
Assim diz o Senhor: Não aprendais o caminho dos gentios, nem vos espanteis dos sinais dos céus; porque com eles se atemorizam as nações.
*Há vales nos mares?*
As sociedades antigas tinham pouca informação sobre o fundo do oceano. Até os tempos modernos, as pessoas realmente achavam que o fundo oceânico era arenoso, em forma de pires e mais profundo naqueles pontos mais distantes do litoral. Os autores bíblicos, no entanto, descreveram corretamente a natureza do fundo do oceano:
Jó 38:16
Ou entraste tu até às origens do mar, ou passeaste no mais profundo do abismo?
Jonas 2: 5-6
As águas me cercaram até à alma, o abismo me rodeou, e as algas se enrolaram na minha cabeça. Eu desci até aos fundamentos dos montes; a terra me encerrou para sempre com os seus ferrolhos; mas tu fizeste subir a minha vida da perdição, ó Senhor meu Deus.
*Existem nascentes e fontes no mar?*
Os autores bíblicos também descreveram “nascentes” e “fontes” no fundo do mar, uma característica do oceano não descrita por muitas outras culturas antigas, mas consistente com o que conhecemos hoje (como as nascentes descobertas na costa do Equador em 1977 em uma profundidade no oceano de 1,5 milhas):
Gênesis 8: 1-2
E lembrou-se Deus de Noé, e de todos os seres viventes, e de todo o gado que estavam com ele na arca; e Deus fez passar um vento sobre a terra, e aquietaram-se as águas. Cerraram-se também as fontes do abismo e as janelas dos céus, e a chuva dos céus deteve-se.
Provérbios 8: 27-28
Quando ele preparava os céus, aí estava eu, quando traçava o horizonte sobre a face do abismo; Quando firmava as nuvens acima, quando fortificava as fontes do abismo,
*Existe algo chamado de ciclo hidrológico?*
As culturas antigas eram frequentemente tão confusas com o tempo que atribuíam forças místicas ou divinas a tudo o que viam. Na China, as escrituras Taoístas consideravam o arco-íris como um dragão de chuva mortal. Na escritura de Confúcio, a deusa do relâmpago, Tien Mu, lançava relâmpagos sobre suas vítimas para permitir a Lei Kung, o deus do trovão, lançar seus raios mortais com precisão. Mas os autores da Bíblia descreveram o ciclo hidrológico completo de maneira mensurada e precisa (apesar de não poderem observar o processo de evaporação necessário para completar o ciclo):
Jó 26: 8
Prende as águas nas suas nuvens, todavia a nuvem não se rasga debaixo delas.
Jó 36: 27-28
Porque faz miúdas as gotas das águas que, do seu vapor, derramam a chuva, A qual as nuvens destilam e gotejam sobre o homem abundantemente.
Eclesiastes 1: 6-7
O vento vai para o sul, e faz o seu giro para o norte; continuamente vai girando o vento, e volta fazendo os seus circuitos. Todos os rios vão para o mar, e contudo o mar não se enche; ao lugar para onde os rios vão, para ali tornam eles a correr.
*Há algo chamado “Entropia”?*
A Segunda Lei da Termodinâmica é uma observação relativamente recente no campo da ciência, especialmente considerando a longa história do pensamento humano aqui no planeta Terra. Mas os autores bíblicos escreveram de uma maneira consistente com essa lei, apesar de suas observações do imutável céu noturno (e suas constelações) não terem revelado essa informação:
Salmo 102: 22-26
Quando os povos se ajuntarem, e os reinos, para servirem ao Senhor. Abateu a minha força no caminho; abreviou os meus dias. Dizia eu: Meu Deus, não me leves no meio dos meus dias, os teus anos são por todas as gerações. Desde a antiguidade fundaste a terra, e os céus são obra das tuas mãos. Eles perecerão, mas tu permanecerás; todos eles se envelhecerão como um vestido; como roupa os mudarás, e ficarão mudados.
O texto bíblico é cientificamente consistente, mesmo que não seja cientificamente exaustiva. Talvez seja por isso que o Cristianismo continua a persistir, apesar de nossa crescente compreensão do universo e do mundo molecular. Esperaríamos que a Palavra de Deus fosse coerente com o mundo que observamos, mesmo que houvesse boas razões para que Deus não revelasse todos os detalhes para as antigas testemunhas oculares.
Fonte:
Tradução Walson Sales.
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