terça-feira, 11 de junho de 2019

COMO DEVO RESPONDER AO PLURALISMO RELIGIOSO?

Por Sarah
O Pluralismo Religioso tem se tornado comum em nossos dias. Nós não somente vivemos em uma nação com diversidade religiosa, aquela que reivindica defender o direito individual de cada pessoa a escolher sua fé, nós também vivemos em uma cultura que adotou a crença que todas as religiões são fundamentalmente a mesma coisa. Eu sou confrontada diariamente com a realidade de que muitas pessoas creem que todas as religiões são verdadeiras, que ensinam a mesma coisa e que levam ao mesmo lugar.
Contudo, qualquer estudante sério das religiões, rapidamente será capaz de ver que o pluralismo religioso como um sistema de crença é contraditório e não pode se sustentar. Religiões que fazem declarações de verdade que se contradizem em todas as coisas, desde a natureza de Deus, do mundo material, moralidade, humanidade e eternidade não podem ser fundamentalmente a mesma coisa; isso é impossível. Também, reivindicar que todas as religiões são iguais em suas crenças é entender e representar mal a rica variedade da observância religiosa.
Ainda, a crença que “todos os caminhos levam a Roma” é prevalecente e para o Cristão representa um desafio único. Como nós comunicamos o que nós cremos e porque nós cremos, de uma forma a se manter fiel a mensagem da Bíblia e ao mesmo tempo respeitar a diversidade de cosmovisões ao nosso redor? Como tenho pensado nessa questão, eu creio que existem quatro princípios que podem ajudar os Cristãos a explicar a sua fé graciosamente em uma cultura que promove a cosmovisão do Pluralismo Religioso. Esses princípios formam o acrônimo DARE [nota do tradutor: DARE significa OUSAR - em português ficaria IFRE].
Ir fundo na Palavra de Deus
Fazer perguntas
Responder com respeito e gentileza
Esperar que a Verdade de Deus seja resistida e dê frutos
Ir fundo na Palavra de Deus
Para os Cristãos, a coisa mais importante que podemos fazer na preparação para responder ao pluralismo religioso é conhecer o que a Bíblia ensina e porquê cremos que a sua mensagem é verdadeira. Se nós não entendemos o que cremos e porquê, não devemos ficar surpresos quando pessoas de credos diferentes descartam a nossa tentativa de compartilhar nossas crenças com eles.
Em seu livro Encountering Religious Pluralism Challenge, Harold Netland identifica seis verdades bíblicas que são fundamentais para formatar o entendimento e a interação cristã com as religiões, elas formam o nosso conhecimento sobre a natureza de Deus, o caráter da humanidade, a maneira de Deus interagir conosco e a maneira que devemos interagir com outras pessoas.
Deus: Tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, afirma que existe um Deus eterno que é santo e justo em Seus caminhos. Ele é moralmente puro, livre de todo mal e completamente justo. (Lev. 11:44-45; Sl. 77:13; Isa. 6:1-4; Atos 3:14; Ap. 15:3; etc).
Criação: O Deus eterno criou todas as coisas e quando Ele as criou elas eram boas. Sua criação incluem seres humanos criados a Sua imagem. Desde que Deus criou o nosso universo, isso significa que Deus é distinto de Sua criação. Em outras palavras, o universo não é uma extensão de Deus, nem o universo emanou Dele naturalmente. (Gn. 1-2; Isa. 40:28; 1 Cor. 11:7; etc.).
A Revelação de Deus: Deus graciosamente tomou a iniciativa de se revelar a humanidade de várias formas, incluindo a revelação natural e especial. Sua revelação definitiva veio por meio das Escrituras e de Jesus Cristo, que são a Autoridade final para os cristãos e devem modelar como os crentes entendem a Deus, a si mesmos e a outras religiões. (Jo. 1:1-14; Hb. 1:1-3; 2 Tim. 3:16; Rom. 1:19-20; etc.).
Pecado: A criação de Deus, incluindo a humanidade, experimentou a corrupção por causa do pecado. Todas as grandes religiões começam com a suposição de que alguma coisa está fundamentalmente errada no universo e que o mal que nós experimentamos é devido a esse problema. A Bíblia declara que esse problema é o pecado, a condição do coração que afeta todos os aspectos do que significa ser humano, nos alienando de Deus e dos outros. Pecado não é um conceito popular, mas você não pode entender a mensagem da Bíblia completamente sem entender a seriedade do pecado. (Gn. 2:16-17; Rom. 15:2; Rom. 3:1-18; Isa. 59:2; Isa. 53:6; Jo. 3:36; Ap. 20:11-15; etc.).
Salvação: A esperança da Bíblia e a mensagem cristã é que Deus em sua misericórdia providenciou uma forma da humanidade pecaminosa ser reconciliada a Deus por meio da morte de Jesus Cristo na cruz e sua ressurreição. O coração do evangelho é que Deus, a Palavra, tornou-se carne e que Ele próprio providenciou a base pela qual a humanidade pode experimentar a salvação. Porque a salvação é a obra de Deus e não os resultados dos esforços humanos, ela só pode ser recebida por um ato de fé. Nenhum valor dos esforços humanos pode executar o que Deus já fez. (Jo. 1:12; Jo. 3:16; At 2:21; Ats 4:12; Rom. 3:21-26; Rom. 6:23; Rom. 10:9-13; Gal. 2:16; 1 Jo. 4:8; Ef. 2:8-10; Tt 3:4-7; etc.).
Discipulado: A Bíblia deixa claro que aqueles que receberam o dom da graça de Deus devem compartilhar as boas novas de Jesus Cristo com outros, incluindo aqueles que, sinceramente, possuem outras religiões. Essa ênfase em introduzir outros a Jesus Cristo e ajudá-los a crescer em um relacionamento com Ele é especialmente controverso no contexto do pluralismo religioso, então, os cristãos precisam engajar-se honestamente com os métodos e formas com que eles praticam esse comando para fazer discípulos. (Mt. 28:19; Mc 16:15-16; Lc 24:45-49; Jo. 20:21; At 1:7-8).
Indo fundo nessas verdades bíblicas não somente aprofundará nosso entendimento do que cremos, mas também nos equipará a nos engajar melhor com as crenças de outras pessoas.
Faça Perguntas
O Segundo princípio é fazer perguntas. Fazer perguntas de forma honesta e respeitosa deixa as pessoas com crenças diferentes, saber que nos importamos com eles, como uma pessoa honesta e queremos saber no que eles creem e porquê eles creem. Quando nós fazemos perguntas, precisamos ter certeza do que a outra pessoa está dizendo! Porque ele crê nisso? Isso faz sentido? Isso não se contradiz? Como ele chegou aquelas conclusões? Fazer perguntas não só confirma à outra pessoa, mas nos dá a credibilidade de compartilhar o que nós cremos, quando perguntados sobre a nossa fé. Isso demonstra uma vontade humilde de aprender e trabalhar por meio das nossas razões para a esperança que professamos.
Responda com Respeito e Gentileza
Nós precisamos evitar caricaturas e generalizações simplistas quando interagimos com pessoas de fé diferente. Não assuma que porque você tem um entendimento básico do, por exemplo, Islã, você pode ou deveria iniciar falando a seu próximo Muçulmano o que ela crê e porquê ela está errada. Procure aprender de onde ela está vindo e como ela tem, pessoalmente, aplicado a sua fé. Procure ganhar o direito de questionar suas crenças e explicar a ela a mensagem de Jesus Cristo, tratando-a respeitosamente e com gentileza. Esse tipo de respeito é exatamente como fomos comandados a dar a razão da nossa esperança em Cristo (1 Pe 3.15).
Esse ponto se tornou pessoal pra mim um ano atrás. Em um grande Memorial Day BBQ alguém me apresentou a uma jovem mulher que se definiu como uma Católica Budista. Sua amiga cristã nos apresentou dizendo, “Ei, você gosta de apologética. Fala pra ela porque o Budismo é errado”. Enquanto eu não questiono as boas intenções de sua amiga, era desnecessário dizer, ambas estávamos em um lugar estranho. A maneira como nos conhecemos, nos colocou no limite e não incentivou nenhuma de nós, não era de se esperar muita coisa, a não ser a hostilidade da outra pessoa. A conversa não foi tão bem como poderia ter sido se tivéssemos começado a nossa conversa sobre fé fazendo perguntas com respeito e ouvindo o que o outro tinha a dizer.
Esperar que a Verdade de Deus seja resistida e dê frutos
Este último princípio enfatiza como os Cristãos interagem com o pluralismo religioso, precisamos manter em mente a realidade que se o Cristianismo é verdade e a Bíblia é realmente a Palavra de Deus, muitas pessoas resistirão sua mensagem. A humanidade está rebelada contra a verdade de Deus desde o terceiro capítulo do Gênesis. Portanto, nós deveríamos esperar que a mesma coisa acontecesse hoje. Já o oposto é também verdade, se o Cristianismo é real e a Bíblia é a Palavra de Deus, devemos esperar que tenha um impacto sobre as pessoas e elas respondam a Deus. Ele está trabalhando para dar vista as mentes cegas e está abrindo corações duros à Sua graça. Pessoas podem resistir à verdade, mas ela ainda está dando frutos.
A crença que todas as religiões são a mesma coisa é comum hoje, mas isso não significa que devemos recuar com medo de compartilhar o que cremos e porquê cremos. Se praticarmos o seguinte: Ir fundo na Palavra de Deus, Fazer perguntas, Responder com respeito e gentileza, Esperar que a Verdade de Deus seja resistida e dê frutos, podemos ter confiança em nossas conversações com outros.
E você? Que princípios tem lhe ajudado a interagir graciosamente com aqueles que não compartilham de sua fé?
Tradução Walson Sales
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