terça-feira, 11 de junho de 2019

Democracia no Oriente Médio?

Como já foi dito, um segundo problema no Oriente Médio é que os países islâmicos são ditaduras religiosas, algo muito difícil de combater. No entanto, uma luz começou a aparecer no fim do túnel – o periódico anteriormente citado (revista veja) também trouxe notícias prevendo a luta pela democracia no mundo árabe. No Líbano, “pela primeira vez, a palavra intifada – rebelião, em árabe – é usada nessa parte do mundo para caracterizar um movimento inteiramente pacífico. Pela primeira vez, enormes massas saem às ruas pedindo o básico em boa parte do planeta [...] [tais como]: liberdade, soberania, justiça. Pela primeira vez, guiadas pelo mais arrebatado realismo, pediram – e conseguiram – o impossível: a retirada das tropas sírias que entraram no país em 1976, no início da guerra dos quinze anos, e pareciam fadadas a permanecer eternamente por lá. Pela primeira vez, o alinhamento dos astros no céu da geopolítica favorece o Líbano, tão castigado no passado pelos conflitos entre interesses externos e seus próprios impulsos autodestrutivos. E, por fim, pela primeira vez, cristãos e uma parte da população muçulmana estão unidos numa aliança d sangue, que pode impulsionar o passo adiante da história, tornando o país o exemplo mais promissor das mudanças que começa a despontar no mundo árabe. (p. 108)
O mesmo periódico traz um texto que afirma:
Em capitais e grandes cidades islâmicas, as pessoas, em especial os jovens, ganharam coragem de ir às ruas em protesto contra os governos tirânicos que há décadas as oprimem. Em alguns casos, dos donos do poder estão se apresentando em propor reformas políticas liberalizantes, como o voto direto para a escolha de dirigentes de escalões intermediários (na Arábia Saudita) ou a aceitação de candidatos oposicionistas nas eleições presidenciais (no Egito) [...] O evento de mudança sopra com intensidade diferente, mas aponta para a mesma direção: a democracia. (p.9).
O que teria acontecido para que esse movimento acontecesse no mundo islâmico?
Foram necessárias duas tragédias de grande repercussão: uma de alcance mundial e outra local. A tragédia de alcance mundial foi a de Onze de Setembro de 2001, nos Estados Unidos, quando terroristas derrubaram as duas torres gêmeas do World Trade Center. A tragédia local foi o atentado que resultou na morte do homem mais admirado do Líbano, o primeiro-ministro e bilionário Rafik Hariri, em 14 de Fevereiro de 2005. A cupa recaiu sobre o regime sírio, que comandava o país havia trinta anos. Em meados de março, uma manifestação reuniu na Praça dos Mártires, no centro de Beirute, um milhão de pessoas (Ibid., p. 108-108).

Segundo o ex-presidente libanês Amin Gemayel, “o que está acontecendo no Líbano tem impacto profundo no mundo árabe. É o começo de grandes mudanças [...] O efeito chega até a Síria. A geração jovem de lá vê tudo o que está acontecendo aqui”, conclui o periódico anteriormente citado (Ibd., p. 105), como quem antevê uma avalanche pró-democracia naquele país. E essa avalanche não demorou a acontecer: uma onda de protestos eclodiu no norte da África e no Oriente Médio em dezembro de 2010, com milhões de árabes, principalmente jovens, pedindo democracia, o que ficou conhecido como Primavera Árabe, vindo a causar certas mudanças, ainda que muito poucas, em algumas ditaduras. Todavia, a onda de terrorismo no mundo islâmico só chegará ao final quando o fanatismo religioso diminuir. Parece-nos que a democracia é o caminho certo pra isso.
(A Grande Tribulação: Palco do Anticristo. Saulo Soares)
Por Rafael Félix.

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