Por RYAN LEASURE
É abominável ou arrogante afirmar que Jesus é o único caminho para a salvação? Charles Templeton achava que sim. Ele argumentou:
Os Cristãos são uma pequena minoria no mundo. Aproximadamente quatro em cada cinco pessoas na face da terra acreditam em outros deuses que não o Deus Cristão. Os mais de cinco bilhões de pessoas que vivem na terra reverenciam ou adoram mais de trezentos deuses. Se incluirmos as religiões animistas ou tribais, o número sobe para mais de três mil. Devemos acreditar que apenas os Cristãos estão certos? (Charles Templeton, Farewell to God, 27.)
O que devemos fazer das afirmações de Templeton? É presunçoso dizer que Jesus é o único caminho verdadeiro para a salvação? Ou, pior ainda, os Cristãos são culpados de cometer "um chauvinismo religioso absurdo", como dizem alguns? (John Hick and Paul Knitter, eds., The Myth of Christian Uniqueness, 141.) Esses refrãos comuns são os princípios fundamentais do pluralismo religioso - a crença de que todas as religiões são essencialmente as mesmas e que todas levam a Deus.
Em uma cultura que abomina as afirmações dogmáticas da verdade, os Cristãos devem seguir as advertências dos pluralistas religiosos e parar de ensinar que Jesus é o único caminho para a salvação? Eu não penso assim por duas razões. Primeiro, o pluralismo religioso é uma proposição autodestrutiva. Ele se desintegra diante do escrutínio lógico. Em segundo lugar, o pluralismo ignora as descobertas científicas e históricas. Vamos explorar os dois pontos separadamente.
*O PLURALISMO RELIGIOSO É AUTODESTRUTIVO*
Para apoiar suas afirmações, os pluralistas religiosos compartilham a parábola dos 5 cegos e do elefante. A parábola é mais ou menos assim:
Havia cinco homens cegos que encontraram um elefante em um campo. O primeiro homem agarrou a cauda e disse: "oh, é uma corda." O segundo homem cego tocou uma perna e afirmou: "não, é uma árvore." O terceiro homem cego agarrou a tromba e declarou: "não, é uma cobra”. O quarto homem cego pegou uma presa e gritou: "Não, é uma lança". O quinto cego tocou de lado e exclamou: "Não, é uma parede".
O pluralista argumenta que os cegos são como as diferentes religiões do mundo. Cada sistema de crenças acredita, ingenuamente, que sua visão da realidade é a correta, mas, no final, eles estão todos equivocados. Pelo contrário, todas as religiões são fundamentalmente as mesmas e acabarão por levar ao mesmo lugar. Nenhum "caminho certo" existe de acordo com o pluralista.
*AS RELIGIÕES SE CONTRADIZEM*
Embora os pluralistas gostem de mencionar que todas as religiões ensinam essencialmente a mesma coisa, nada poderia estar mais longe da verdade. Tomemos, por exemplo, a natureza de Deus em cada religião importante. O hinduísmo reconhece multidões de deuses que são um com a criação. O budismo, embora extremamente espiritual, não adora um deus. A espiritualidade da Nova Era ensina que cada pessoa deveria se ver como deus. O Islã acredita em um Deus, chamado Allah, que é transcendente acima da criação. O judaísmo acredita em um Deus transcendente chamado Jeová. O Cristianismo ensina que Deus é trino em natureza e é transcendente e imanente em sua criação.
Vejamos mais um exemplo - como cada religião vê Jesus de Nazaré. O hinduísmo, o budismo e a Nova Era dizem que ele era um sábio e um professor de moral. O Islã ensina que ele era um profeta, embora não divino, e que ele não morreu na cruz. O judaísmo ensina que ele era um falso profeta que enganou muitos e foi crucificado por blasfêmia. O Cristianismo ensina que Jesus era divino, morreu numa cruz e ressuscitou dos mortos.
Se o espaço me permitisse, eu também poderia explicar como cada uma dessas religiões difere sobre a criação, a escritura, a natureza da humanidade, o pecado, a salvação e a vida eterna. Em outras palavras, essas religiões não têm quase nada em comum.
*O PLURALISMO DESAFIA A LÓGICA*
Dizer que todas as religiões ensinam a mesma coisa compromete todos os tipos de falácias lógicas. Por exemplo, o Cristianismo ensina que Deus é uma Trindade. Deus, no entanto, não pode ser uma Trindade (Cristianismo) e não ser uma Trindade (Hinduísmo, Budismo, Nova Era, Islamismo e Judaísmo) ao mesmo tempo e da mesma maneira.
Isso violaria a Lei da Não-Contradição, que ensina que uma coisa não pode ser tanto A quanto não-A ao mesmo tempo e no mesmo sentido. Sugerir, portanto, que todas as religiões podem ser verdadeiras sobre a natureza de Deus viola uma das leis mais fundamentais da lógica.
Ou considere a natureza de Jesus. Não pode ser verdade que Jesus é Deus (Cristianismo) e que ele não é Deus (Hinduísmo, Budismo, Nova Era, Islamismo e Judaísmo) ao mesmo tempo e da mesma maneira. Novamente, isso violaria a Lei da Não-Contradição.
*O PLURALISMO FAZ REIVINDICAÇÕES EXCLUSIVISTAS TAMBÉM*
Ironicamente, os pluralistas fazem reivindicações exclusivistas. Na verdade, eles estão dizendo que o pluralismo é verdadeiro, enquanto todas as outras afirmações religiosas são falsas. Isto é, os pluralistas são culpados de fazer exatamente a mesma coisa que acusam as outras religiões de fazerem.
Agora que a situação está invertida, deveríamos dizer que os pluralistas são abomináveis por dizer que sua visão da realidade é a certa, enquanto todos nós, pessoas religiosas ingênuas, estamos errados?
*O PLURALISMO IGNORA FATOS CIENTÍFICOS E HISTÓRICOS*
Agora, uma coisa é dizer que todas as diferentes religiões não estão certas. Outra é afirmar que uma delas é a verdade. Evidências fortes, no entanto, apontam na direção do Cristianismo.
*EVIDÊNCIA CIENTÍFICA*
Considere a origem do universo. Todos os dados científicos sugerem que espaço, tempo e matéria, todos surgiram simultaneamente no tempo finito atrás. Significando que a causa do universo deve ser aespacial, atemporal e imaterial.
Isso se encaixa muito bem com a crença Cristã de que Deus criou o mundo a partir do nada, mas contradiz as religiões panteístas, como o hinduísmo, que ensinam que Deus é um com o universo - limitado pelo espaço, tempo e matéria. Além disso, os dados científicos de que o universo veio a existir há um tempo finito no passado contradiz a crença do budismo em um universo eterno e cíclico.
A evidência científica deixa as religiões teístas (Cristianismo, Judaísmo, Islamismo e Deísmo) como possibilidades. No entanto, quando voltamos nossa atenção para Jesus de Nazaré, o Cristianismo rapidamente sobe ao topo.
*EVIDÊNCIA HISTÓRICA*
Por exemplo, historiadores antigos são unânimes em dizer que Jesus de Nazaré morreu por crucificação no primeiro século. O Islã, no entanto, nega que Jesus - um profeta de Deus para eles - tenha sido crucificado. Como dezenas de fontes históricas independentes confirmam a morte de Jesus pela crucificação, podemos ter certeza de que o islamismo não passa no teste histórico como a única religião verdadeira. De fato, a crucificação de Jesus é tão certa que o renomado estudioso cético John Dominic Crossan admite: “A morte de Jesus por crucificação sob Pôncio Pilatos é tão certa quanto qualquer coisa histórica pode ser”. (John Dominic Cross, Jesus: A Revolutionary Biography, 145.)
Com apenas três opções viáveis restantes, voltamos nosso foco para a ressurreição. Jesus ressuscitou dos mortos? Se ele ressuscitou, o Cristianismo é verdadeiro, enquanto o Judaísmo e o Deísmo não são. E temos muitas razões para acreditar que Jesus, de fato, ressuscitou. Deixe-me dar dois exemplos rápidos.
Primeiro, os Cristãos afirmam que as mulheres foram as primeiras testemunhas oculares deste evento incrível. Em uma cultura em que ninguém levava a sério a palavra de uma mulher, é difícil imaginar que os Cristãos teriam inventado esse detalhe. Como os Cristãos primitivos não teriam motivação para criar esse fato embaraçoso, temos boas razões para acreditar que esse detalhe retrata com precisão o que realmente aconteceu.
Além disso, os seguidores mais próximos de Jesus estavam dispostos a morrer por sua crença de que ele ressuscitou dos mortos. Você não acha que, em algum momento, pelo menos um deles teria cedido à ameaça de crucificação ou decapitação e teria dito que a coisa toda era uma farsa? Contudo, nenhum deles fez isso. Isso é revelador, especialmente porque esses mesmos discípulos agiram como covardes durante a prisão e a crucificação de Jesus.
Se Jesus ressuscitou dos mortos, isso significa que o que ele reivindicou sobre si mesmo foi confirmado - a saber, que ele é Deus, e que ele é o único caminho verdadeiro para a salvação.
*É ABOMINÁVEL DIZER QUE JESUS É O ÚNICO CAMINHO?*
Não conheço ninguém que diga que Jesus de Nazaré era abominável. Na verdade, a maioria afirma o exato oposto - ele era incrivelmente moral. No entanto, é esse mesmo Jesus que afirma que ele é "o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo 14: 6).
Ao refletir sobre a questão em pauta, considere a seguinte declaração do ateu e famoso ilusionista Penn Jillette:
Eu sempre disse que não respeito às pessoas que não fazem proselitismo. Eu não as respeito em absoluto. Se você acredita que há um céu e um inferno, e as pessoas poderiam estar indo para o inferno e não indo para a vida eterna, e você acha que não vale a pena dizer a elas porque isso o tornaria socialmente desajustados - e ateus que pensam que as pessoas não deveriam fazer proselitismo e que dizem apenas “me deixe e mantenha sua religião para si mesmo” - quanto você tem que odiar alguém para não fazer proselitismo [neste caso evangelizar]? Quanto você tem que odiar alguém em acreditar que a vida eterna é possível e mesmo assim não lhes diz nada sobre isso? Quero dizer, se eu acreditasse, sem sombra de dúvida, que um caminhão estivesse vindo em sua direção, e você não acreditasse que aquele caminhão estava caindo sobre você, há certo ponto em que eu insisto fortemente com você. E questões de salvação são mais importantes do que este exemplo. (https://www.thegospelcoalition.org/…/how-much-do-you-have-…/).
Então, é abominável dizer às pessoas que Jesus é o único caminho? Eu, contudo te afirmo que é a coisa mais amorosa a fazer.
Tradução Walson Sales.
Nenhum comentário:
Postar um comentário