Embora as duas religiões tenham muito em comum, é comum também ouvirmos pelos curiosos de plantão de que as duas religiões são equivalentes, é verdade que o Islamismo e o Cristianismo têm muito em comum em relação a fé. Mas hoje gostaria de abordar um dos conceitos mais importantes da fé cristã: a doutrina da Adoção, onde nós, os cristãos, alegam que são filhos de Deus adotados através da fé em Cristo.
Para o muçulmano esta doutrina não é fácil de se entender, pois para ele nem mesmo Jesus Cristo é o filho de Deus, e é uma ofensa muito grande o que está escrito em Mt 6.9. Dizer para um muçulmano que alguém é filho de Deus é uma blasfêmia e para eles isso não é nenhuma boa nova, mas uma terrível notícia.
O conceito de adoção bíblica choca-se com o conceito de paternidade do Alcorão, pois para que Deus fosse pai dos cristãos seria necessário que Deus tivesse uma relação sexual com uma mulher, como para o muçulmano que exalta a soberania de Alá, não seria próprio da “majestade de Alá gerar um filho”. Bem sabemos que quando nós, cristãos, alegamos sermos filhos de Deus, não estamos dizendo que somos filhos biológicos, mas no islamismo não é entendido assim. Para eles o relacionamento entre o fiel e Alá é como o de servo e senhor, o Islamismo não permite qualquer intimidade entre o homem e Alá, assim também não permite que seja chamado “Pai nosso que estás no céu”. Veja o que diz o Alcorão:
“Eles dizem: ‘Alá gerou um filho’”. Numa nota de rodapé de um dos tradutores do Alcorão. Yussuf Ali diz: “Seria uma afronta à gloria de Alá – na verdade uma blasfêmia – dizer que Alá gerou um filho como se fosse um homem ou animal. Assim todo muçulmano entende que dizer que alguém é filho de Deus (Alá) é uma blasfêmia e Alá não permite este tipo de intimidade. Logicamente qualquer cristão diria que não está atribuindo a Deus qualquer ato sexual ao dizer que Jesus é o Filho de Deus. Os cristãos ortodoxos concordam e repudiam qualquer ideia grosseira de um relacionamento sexual divino com seres humano.
A ideia de paternidade divina é estranha aos muçulmanos e na época de Jesus também era aos judeus. Jesus realmente inovou ao chamar Deus de Pai, e isto irritou aos conterrâneos que boa parte se transformaram em inimigos dele após estas declarações.
By Rafael Felix.
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