terça-feira, 18 de junho de 2019

O CRISTÃO PODE CELEBRAR O NATAL?


É dezembro, não é? Estamos naquela época do ano onde mais uma vez, dezenas de cristãos aparecem com aquela velha cantiga de sempre em formato de pergunta: “O crente pode celebrar o Natal?” essa pergunta de tanto ser repetida, só não ganha para as reprises do filme “A lagoa azul” exibido na sessão da tarde pela rede globo de televisão.
Antes de responder a essa pergunta precisaremos compreender o real significado do natal. Mas afinal o que é o natal? Para muitos, o natal representa a chegada de festas, um comercio agitado, um momento de faturar bem com as vendas e com campanhas publicitárias, fazer muitas compras, doar e ganhar muitos presentes. Para outros, o natal representa uma época de mobilhar a casa, enfeitá-la com lindos laços, com fitas coloridas, bolas grandes e pequenas, arvores, pinheiros, Papai Noel, trenós, duendes, doces e sem sombra de dúvida uma grande ceia.
Todos os anos milhares e milhares de pessoas cumprem o mesmo ritual de sempre, entretanto se esquecem do verdadeiro sentido e significado do natal.
O natal é a celebração do dia do nascimento do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, é um momento de celebrarmos de forma especial este importante acontecimento que foi o nascimento, ou seja, a encarnação do Filho de Deus que se fez carne e habitou entre nós (Jo 1.14). Atualmente esta data é observada como sendo o dia 25 de dezembro. Em Roma, desde o ano de 336 d.C., essa data foi escolhida como o dia da celebração do nascimento de Cristo.
É bem verdade que há muitas dúvidas, controvérsias e incertezas sobre quando e porque essa data foi escolhida. Ao folhearmos todo o Novo Testamento percebemos que não há informes que nos ajudem a determinar o tempo certo do nascimento de Jesus, embora os pastores e seus rebanhos no campo, á noite, não falem sobre o período de inverno. Historicamente falando, parece ter havido pouco interesse, entre os primeiros cristãos, pela celebração do nascimento de Cristo, embora desde o começo, Sua ressureição tenha sido celebrada pelos cristãos semanalmente, a cada primeiro dia da semana, ou seja, o domingo.
Estudos e pesquisas nos levam a crer que a data do nascimento de Cristo jamais poderia ter sido o dia 25 de dezembro, uma vez que Jesus deve ter nascido numa noite de primavera ou talvez numa noite de verão, já que o texto bíblico nos informa que na noite do Seu nascimento, os pastores estavam com suas ovelhas no campo (Lc. 2.8), fato que não seria possível em dezembro, pois corresponde ao período de inverno na palestina. Como já vimos acima, a data de 25 de dezembro para a celebração do natal foi estabelecida pela igreja Católica por volta do IV século d.C., com o objetivo de substituir algumas festas pagãs de final de ano que ocorriam no mês de dezembro. Independentemente de ter sido em dezembro ou não, o mais importante é que Jesus nasceu.
Como eu já havia dito, todo o final de ano uma polêmica volta à tona e surge aquela velha pergunta de sempre: “O crente pode celebrar o Natal? Lendo alguns livros, sites e blogs sobre o assunto, percebi que a maioria das pessoas e até igrejas que são contra a celebração do natal, alegam basicamente a mesma coisa: “O natal tem origem pagã e assim sendo a sua celebração deve ser proibida para o cristão”.
Em nenhum lugar na bíblia encontramos a sustentação de que é pecado celebramos o natal, portanto defendo a posição de que celebrá-lo não é pecado. A celebração deve ser uma opção livre de cada cristão, ele é quem decide se deve comemorar ou não, essa decisão fica a seu critério. Agora o argumento de que o “natal é uma festa pagã” não é forte o bastante aqui para ser sustentado, pois é preciso ter maturidade e conhecimento para saber distinguir entre as coisas que provem do paganismo que é pecado e as que não são. Não podemos confundir a origem pagã com o uso hodierno. Caso contrário, teremos de proibir o vestido de noiva, o bolo de aniversário, a troca de cálices, o jogar do buquê da noiva, etc.
Quando nos reunimos na igreja ou em nossas casas com nossos familiares e amigos para celebrarmos o natal, estamos conscientes de que não estamos “adorando um deus pagão” ou “celebrando uma tradição católica”, mas sim que estamos rendendo honra e glória ao nosso Senhor Jesus. Desde que essa seja a intenção e o propósito no coração de cada cristão que assiste a uma peça natalina, ou que troca presentes com parentes e amigos, ou que se reúne com eles em confraternização e comunhão, não há em absoluto qualquer pecado ou transgressão às leis de Deus.
Nenhum de nós cristãos, estará “adorando um deus pagão inconscientemente” por falar de Jesus no dia 25 de dezembro. Em vez disso, é uma ótima oportunidade de falar ao mundo sobre o verdadeiro sentido do natal, de modo a fazê-los olhar para Aquele que um dia se fez carne, veio ao mundo e se tornou um de nós para nos salvar (Jo 1.14; Lc 19.10).
Que Deus abençoe a todos nós e que tenhamos um feliz natal, cheio de graça, amor, paz e esperança. Aproveitemos essa preciosa oportunidade, em vez de nos metermos em incansáveis debates sobre se o cristão pode celebrar o natal ou não.
Por Nivaldo Gomes.

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