Há muito e muito tempo atrás, eu fiquei fascinado pela arte da Memorização. Treinar a memória era algo novo para mim. Eu era mais um dentre tantos outros que sonhava ter uma memória superpoderosa que pudesse armazenar com facilidade tudo ou pelo menos quase tudo. Não demorei muito, logo decidir pesquisar profundamente sobre as famosas técnicas de memorização. Certo dia, vi num programa de TV um especialista em memorização, ele estava apresentando um curso de memorização da “Cybernetic Learning Systems”. Fique atraído pelo curso e por um momento pensei: “Devo comprar esse curso? ”. Passei alguns dias pensando, mas depois comprei. O curso era muito bom e logo nos parágrafos iniciais dizia: “Não existe memória ruim, o que existe é memória treinada ou não. ” Logo de cara percebi o que de fato aquela expressão queria dizer.
O curso apresentava no início três técnicas importantíssimas, saber: “Atenção, Observação e Associação”, seguidas de seus respectivos conceitos e definições. Seus autores fizeram várias citações de muitos filósofos, dentre eles, Aristóteles, Platão, Sócrates e Newton, visando é claro, justificar suas ideias defendidas e propostas pelo curso.
Seguindo a metodologia do curso, percebi logo os efeitos nos primeiros dias de treinamento, realmente eu passei a memorizar as coisas com mais facilidade. Aprendi a treinar a minha memória para lembrar e não esquecer facilmente das coisas, mas também desprezei algumas técnicas que juguei não serem apropriadas, pois baseavam-se em linhas de ensinos de religiões orientais. Mas isso foi a muito tempo atrás. Hoje a pergunta que faço é: será possível esquecermos de bons e maus momentos registrados em nossa memória? Será possível apagarmos e esquecermos fatos que ficaram registrados na nossa história e na história da humanidade? Não importa qual seja a sua resposta, entretanto quero te apresentar um fato, um crime, um acontecimento que jamais será esquecido, independentemente de termos uma memória treinada ou não, a saber: “O holocausto dos judeus”.
Durante a segunda Guerra Mundial, os nazistas executam, ao todo seis milhões de judeus. A História jamais havia registrado crime tão bárbaro e, ao mesmo tempo, tão coberto de argumentos filosóficos. Renomados juristas tentam classificar a barbárie germânica, mas não encontram palavras nos dicionários para descrevê-la ou defini-la. Em 1984, acolhendo sugestão de “Rafael Lenkin”, a Organização das Nações Unidas resolve classificar os crimes que os nazistas praticaram contra os filhos de Sião de “Genocídio”. Este termo significa, literalmente, eliminação ou tentativa de eliminação de um povo. Como esquecer semelhante crime? Tamanha perversidade jamais será esquecida. Enquanto houver livros, a humanidade saberá que os alemães mostraram-se mais sanguinolentos do que os assírios. Enquanto livros e revistas forem editados, as novas gerações jamais esquecerão que a nação tetônica revelou possuir a rapacidade babilônica e o ímpeto destrutivo dos persas. Enquanto a verdade continuar a ser projetada na consciência humana, o futuro nunca olvidará que os cultos e lógicos germanos fizeram-se mais arbitrários do que os inquisidores. Enquanto existir papel e tinta no mundo, os mais distantes e remotos povos serão informados de que em pleno XX, seis milhões de homens, mulheres e crianças morreram por ostentarem a mesma nacionalidade do Salvador. (ANDRADE, 1999, pp. 144-145)
Por Nivaldo Gomes.
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