“Por esta razão, nós também desde o dia em que ouvimos, não cessamos de orar por vós e pedir que sejais cheios do conhecimento da sua vontade, em toda a sabedoria e inteligência espiritual; para que possais andar dignamente diante do Senhor, agradando-lhe em tudo, frutificando em toda boa obra e crescendo no conhecimento de Deus.” (Cl 1.9-10)
INTRODUÇÃO
Ingressar em uma faculdade ou universidade seja ela pública ou particular tem sido o sonho de muitas pessoas, inclusive dos pais em relação aos filhos. Muitos jovens por influência dos pais ou por vontade própria procuram-se auto aperfeiçoar tanto na sua vida pessoal quanto na vida profissional cursando o ensino superior. Sabe-se que o investimento é muito alto e concluir uma graduação superior é uma tarefa que requer muito sacrifício, pois o mercado de trabalho torna-se cada vez mais exigente optando por profissionais bem qualificados. Como todo jovem, o jovem cristão precisa se especializar em uma nova área de conhecimento e o ingresso na universidade abre as portas para tal. Entretanto, existem muitas coisas que ele precisa saber ao ingressar no mundo acadêmico, dentre elas a de que a universidade será um grande desafio para sua vida moral e espiritual.
I – A UNIVERSIDADE
1.1 – O que é?
A universidade é uma das instituições sociais mais importantes e cobiçadas do mundo. Ela é a entidade que articula o ensino, a pesquisa e a extensão nos níveis mais elevados da política educacional de um país, como objetivo de formar, de maneira sistemática e organizada, os profissionais, técnicos e intelectuais de que as sociedades necessitam. A universidade é o centro moderno do saber, de produção e disseminação do conhecimento em suas diversas áreas.
1.2 – Origem do termo
Segundo fontes de pesquisas, a palavra “Universidade” tem a sua origem no latim “Universitas”, que significa universalidade, conjunto, totalidade, companhia, corpo, comunidade, colégio, associação, corporação. As primeiras universidades surgiram no continente europeu, sendo inicialmente designadas Universitas Magistrorum et Scholarium – Associação de Mestres e Alunos.
1.3 – Objetivos da Universidade
Dependendo da forma como as universidades projetam suas visões, podem ser atribuídas a elas diversos objetivos e finalidades. A saber:
Nos países socialistas, a universidade tinha o objetivo de atender aos interesses do estado centralizador dominante;
No mundo capitalista, a universidade é vista como instrumento de formação social para atender aos interesses do sistema de produção, diante da divisão social do trabalho.
No meio acadêmico ocidental, de modo geral, tem-se como objetivos da universidade promover o “ensino”, a “pesquisa” e a “extensão”, formando, de modo sistemático e organizado, os profissionais, os técnicos e os intelectuais de que os países necessitam.
II – A UNIVERSIDADE NA BÍBLIA
Segundo Lima (1996, p. 4), pode parecer sem sentido falar-se em universidade na Bíblia. Mas, no nosso entender, há referências que indicam a existência de pessoas que tinham estudos de nível superior para sua época, mesmo que não houvessem instituições formais de ensino universitário nos moldes que a conhecemos.
2.1 – Moisés
Moisés era filho de Anrão (da tribo de Levi) e Joquebede; era irmão de Arão e Miriã. Nasceu durante os terríveis anos em que os egípcios decretaram que todos os bebês do sexo masculino fossem mortos ao nascer (Ex 1.15-17). Seus pais o esconderam em casa e depois o colocaram no meio da vegetação, na margem do rio Nilo, dentro de um cesto de junco. Logo ele foi achado pela princesa filha de faraó que o tirou do rio e o tomou para si cuidando para que ele fosse criado em segurança. Sabemos que aquilo se tratava de um ato providencial de Deus para salva-lo, pois ele fazia parte do plano de Deus para conduzir o seu povo a terra prometida.
Nos seus primeiros 40 anos de vida, Moisés viveu como príncipe no Egito, recebendo toda instrução e preparo a nível superior. Em (At 7.22), Lucas nos informa: “E Moisés foi instruído em toda a ciência dos egípcios e era poderoso em suas palavras e obras”. Sem sobra de dúvida Moisés tinha obtido instrução de nível superior no Egito, conhecendo as letras, as artes, as ciências agrárias, a astronomia, a matemática e tudo o que era necessário para uma pessoa que, segundo historiadores, poderia ter sido ocupante do trono egípcio, como “filho da filha de Faraó” (Hb 11.24).
2.2 – Os Jovens Hebreus
Por volta do ano (605) a.C, o rei da Babilônia Nabucodonosor cercou Jerusalém e tornou Judá seu estado vassalo. Para demonstrar seu domínio e poder tomou os homens mais sábios de Jerusalém e a maior parte das mulheres belas como cativos. Daniel, Hananias, Misael e Azarias, estavam nesse meio e foram levados para a Babilônia. Ao chegarem lá, foram selecionados criteriosamente em um verdadeiro “vestibular” (Dn 1.4). Após passarem pela prova de sua fé, não se contaminando com o manjar do rei, os moços hebreus receberam de Deus “conhecimento e inteligência em toda a cultura e sabedoria” (Dn 1.17). Mesmo admitindo a mão de Deus na vida desses jovens, vemos que eles receberam instrução superior dos céus e também da “universidade da Babilônia” e souberam manter-se fiéis, mesmo sendo lançados no fogo ou na cova dos leões.
2.3 – Jesus entre os doutores de Israel
Com apenas 12 anos de idade Jesus responde e interroga os maiores mestres da lei (Lc 2.42-47). Ele sabia que os pátios do templo eram conhecidos como um lugar de aprendizado e na época da páscoa os maiores mestres se reuniam para ensinar e discutir grandes verdades teológicas e assuntos relacionados a chegada do Messias. Sabendo disso, Jesus consegue chegar até eles e participa da discursão com perguntas e respostas. Os mestre e doutores de Israel eram, sem dúvida, pessoas de nível “universitário” para a sua época. O menino Jesus os sobrepujou em tudo, de forma que ficaram admirados com sua inteligência e sabedoria, pois crescia “em sabedoria, em estatura e em graça para com Deus e os homens” (Lc 2.52).
2.4 – O mestre Nicodemos
Nicodemos aparece no cenário do Novo Testamento como membro dos fariseus e príncipe dos judeus (Jo 3.1). Fontes de pesquisas nos informa que um menino judeu na escola da sinagoga começava a ler as Escrituras com apenas cinco anos de idade, aos dez anos, estaria estudando a “Mishna” com suas interpretações emaranhadas da Lei. Sendo assim mais tarde Nicodemos viria a se tornar um professor erudito com uma educação superior, um mestre em Israel, além de ser também intérprete e doutor da Lei, ocupando uma posição muito proeminente. Seu encontro com Jesus é registrado com detalhes em (Jo 3). Nicodemos demonstrou interesse no que ouvira a respeito do Mestre Jesus e resolveu procurá-lo para conversar a sós com Ele e foi a seu encontro em segredo durante a noite. Não sabemos muito sobre sua vida pessoal além do que João nos revela em seu livro (Jo 3.1-21; 7.50-51; 19.39). Alguns estudiosos insistem em identificá-lo com um homem rico e generoso chamado “Naqdimon Ben Gorion”, mencionado no Talmude, um dos livros básicos do judaísmo. Entretanto, tal identificação é incerta.
2.5 – O Apostolo Paulo
Paulo, era judeu, fariseu, e aparece pela primeira vez no cenário bíblico no livro de Atos dos apóstolos com seu nome hebraico Saulo (At 7.58; 13.9). Ele nasceu em Tarso, na Cilícia (At 16:37; 21:39; 22:25). A cidade de Tarso não era um lugar insignificante (At 21:39), ao contrário, era um centro de cultura grega, uma cidade universitária que ficava próxima da costa nordeste do Mar Mediterrâneo. Embora tenha nascido um cidadão romano, Paulo era um judeu (At 21.39 e membro zeloso do partido dos fariseus (Fp 3.5; At 23.6).
Embora não se sabe ao certo com quantos anos o Paulo saiu de Tarso, sabemos com certeza que ele foi educado em Jerusalém, sob o ensino do renomado doutor da lei, Gamaliel, neto do também famoso Hillel. Assim como Nicodemos começou muito cedo nas escolas das sinagogas a ler as sagradas escrituras e posteriormente a “Mishna”. De posse de uma educação de nível superior, Paulo, conhecia profundamente a cultura grega, falava o grego, hebraico e o aramaico, herdeiro da tradição do farisaísmo, era estrito observador da Lei, seu conhecimento era mais avançado no judaísmo do que seus contemporâneos (Gl 1.14; Fp 3.5,6). Sem sombra de dúvida, era de posição proeminente.
III – A UNIVERSIDADE: UM AMBIENTE ACADÊMICO DE DESAFIOS PARA O JOVEM CRISTÃO
Em 2006, nos EUA após anos de pesquisas o Dr. Steve Henderson presidente do Instituto Consulting for Colleges and Ministries publicou um artigo cujo resultado deve ser de particular interesse tanto para estudantes como para pais cristãos. No artigo intitulado como “A Question of Price versus Cost” (Uma Questão de Valor versus Custo) ele revela que mais de 52% dos alunos calouros cristãos ao ingressar em uma universidade perdem a fé se afastam da igreja logo nos primeiros anos de curso. Aqui no Brasil foi feito também um levantamento parecido com o realizado por Steve Henderson e foram mostrados dados alarmantes. O resultado levou entidades a criarem grupos de apoio dentro das instituições para orientar estes jovens que, em meio a tantas novidades, questionamentos, se veem desorientados na fé.
Uma outra pesquisa realizada em 2011 pelo Instituto americano de pesquisas “Barna Group” apresentou os seguintes dados referindo-se aos jovens cristãos americanos que ingressam em uma universidade:
10% - Se tornam ateus ou agnósticos;
40% - Deixam de frequentar a igreja, mais ainda se dizem cristãos;
20% - Assumem a dificuldade em conciliar sua fé as demandas da sociedade;
30% - Continuam firmes como cristão após saírem da universidade.
Pesquisas como essas nos dão a falsa impressão de que a universidade não é um lugar para aqueles que professam a fé cristã. A priori, os números indicam que ao ingressar na universidade o jovem cristão fatalmente será levado a esmorecer na fé e a abandonar a igreja e as suas doutrinas primordiais. Ao analisar bem os fatos descobrimos que as universidades não podem ser responsáveis diretas pelo abandono da fé dos jovens cristãos, visto que muitas outras coisas contribuem para esta apostasia. O jovem cristão precisa saber que ele é “sal da terra” e “luz do mundo” (Mt 5.13-16). Independente do lugar onde ele estiver ele precisa dar testemunho como servo de Deus. As universidades tem sido realmente um lugar de desvios para muitos jovens que não chegam lá como verdadeiros cristãos alicerçados e comprometidos com a Palavra de Deus, por isso saem de lá derrotados em sua vida espiritual. Com base na Palavra de Deus, no exemplo de muitos homens e mulheres crentes em Jesus, cremos que é possível viver na universidade sem perder a identidade cristã não se deixando influenciar pelos ensinamentos de pensadores e filósofos ateus, agnósticos ou céticos que formularam críticas duras contra Deus e a Igreja, como é o caso de Voltaire, Nietzche, Bertrand Russel, David Hume, Michel Foucault, e outros.
IV – PREPARANDO O JOVEM CRISTÃO PARA O AMBIENTE ACADÊMICO
A universidade pode ser comparada a um campo de batalha. O que não significa que ela deva ser evitada. Como cristãos, devemos nos preparar para entrar no combate e, assim como o apóstolo Paulo, dizermos, ao término da graduação, que combatemos o bom combate e guardamos a fé (2 Tm 4.7). Se existem boas razões para o cristão ir para a faculdade, o que acreditamos que existem, então não há porque temer adentrar nesse embate, afinal o servo do Senhor não foi forjado para fugir das pelejas, mas enfrentá-las frontalmente. O próprio Senhor Jesus, em uma oração ao Pai a respeito dos seus discípulos, disse: “Não peço que os tires do mundo, masque os livres do mal” (Jo 17.15). A preparação do jovem cristão para entrar no campo acadêmico dar-se em dois aspectos: Preparo Intelectual e preparo Espiritual, vejamos:
4.1 – O Preparo Intelectual
Esse tipo de preparo diz respeito ao ataque contra Deus e o cristianismo. O jovem cristão precisa receber uma educação cristã de qualidade, especialmente apologética, com vistas a rebater os argumentos que lhes são apresentados. Como bem escreveu Nancy Pearcey: “a apologética básica tornou-se habilidade crucial para a simples sobrevivência. (…) A tragédia é representada inúmeras vezes quando os adolescentes cristãos arrumam as malas, despedem-se dos pais e vão para universidades seculares, apenas para perder a fé antes de se formarem, tornando-se presas das mais recentes novidades intelectuais” (PEARCEY, 2006, p. 142).
4.2 – O Preparo Espiritual
Esse tipo de preparo, se refere à identidade do cristão, a preparação é eminentemente espiritual. O testemunho do jovem crente dentro da universidade decorre da sua comunhão com o Senhor, baseado em uma vida de entrega devocional irrestrita. Nesse caso, a espiritualidade vivenciada apta a produzir frutos não se contenta com o simples nominalismo, antes, deve estar consubstanciada em um compromisso verdadeiro de uma vida de dependência ao Senhor, oração e leitura da Bíblia. Nesse sentido, fazendo outra paráfrase, agora das palavras de Jesus, baseado em tudo o que já foi dito. Não peçamos para que Deus tire os jovens cristãos do campus (mundo), mas que os livre do mal (Jo. 17.15).
V – MANTENDO A IDENTIDADE CRISTÃ NO AMBIENTE ACADÊMICO
O ambiente universitário sempre foi desafiador ao jovem cristão. Na verdade, a própria vida cristã constitui-se por si mesma um enorme desafio. Na maioria das vezes as universidades expõem os calouros jovens cristão aos ensinamentos de alguns pensadores e filósofos ateus, agnósticos ou céticos, fazendo com que muitos jovens cristãos entrem em crise espiritual. Mas será que fé e educação são coisas contraditórias? Para ilustrar a importância do testemunho cristão, o Senhor Jesus utilizou-se de dois elementos comuns aos ouvintes: o sal e a luz. “A ilustração do sal fala do nosso caráter (aquilo que é interno); a luz fala do nosso testemunho (aquilo que é externo) ”. Observe que Cristo falou primeiro do sal da terra e depois da luz do mundo, assim o caráter precede o testemunho. Vejamos algumas lições práticas que podemos extrair desses dois elementos na nossa vida acadêmica:
5.1 - O Jovem cristão como “sal da terra” (Mt 5.13)
Assim como o sal conserva e realça o melhor sabor dos alimentos, o jovem cristão deve ser o sal da terra no campo universitário e influenciar seus amigos positivamente. Isso trata-se do testemunho real, positivo, que não se vê a princípio, mas se sente. É o testemunho silencioso com a vida, com os gestos e as atitudes no dia a dia, na convivência com as demais pessoas. É muito eficaz no ambiente universitário. Ele se torna mais poderoso ainda, quando o jovem cristão leva a sério a vida de oração e ora pelos seus colegas de classes e professores.
5.2 - O Jovem cristão como “luz do mundo” (Mt 5.14)
Assim como o sal faz a diferença no alimento das pessoas, a luz faz a diferença no seu ambiente. O jovem cristão precisa ser exemplo na universidade com seu testemunho, como uma luz, é para ser visto de modo eloquente, que não pode ser ocultado, através da pregação, do testemunho falado, da conversa com os colegas e professores. Muitas vezes, o jovem cristão é desafiado, e tem que se pronunciar, em classe, rebatendo ensinos heréticos, dados por professores materialistas, isso é a luz brilhando nas trevas (Ec 11.9-10). A universidade da Babilônia queria tirar a convicção de Deus da mente de Daniel e de seus amigos e implantar neles novas convicções, novas crenças, novos valores, por isso mudaram seus nomes. A Babilônia mudou os nomes deles, porém, não mudou seus corações. Daniel e seus amigos não permitiram que o ambiente, as circunstâncias e as pressões externas ditassem sua conduta.
VI – CONSELHOS PRÁTICOS AO JOVEM CRISTÃO NO AMBIENTE ACADÊMICO
Para muitos jovens o primeiro contato com a universidade é conflituoso e um dos grandes sonhos quando somos jovens é passar no vestibular. É muito comum, em cursos de graduação, mestrado ou doutorado alunos cristãos ouvirem gracejos, ironias, comentários preconceituosos a respeito do cristianismo e verberações contra Deus. Alguns universitários cristãos, diante das perseguições, costumam reagir, às vezes de modo hostil. Por isso devemos estar prontos para defender nossa fé (1Pd 3.15). Vejamos alguns conselhos:
6.1 - Não se indispor com os professores ou colegas
Conscientize-se de que você ingressou na vida acadêmica, sobretudo, para aprender o que é ensinado, edificando sobre o inabalável fundamento da fé cristã (1Co 3.10-15). Devemos lembrar que o apóstolo Paulo, conquanto tenha tido contato com muitos filósofos, ao passar por importantes centros do saber, como Atenas (de Platão, dos epicureus, estóicos etc.) e Mileto (berço da filosofia pré-socrática), manteve a serenidade e não se deixou influenciar por eles (At 17-20).
6.2 - Procurar apreender o que é bom
Muitos educadores, a despeito de serem ateus ou agnósticos, são grandes mestres, com os quais podemos aprender valiosas lições. Ao estudar as principais ciências, eles que são homens naturais, sem a iluminação do Espírito (1Co 2.14-16) passam a considerar a fé cristã e a Bíblia como seus inimigos. E se sentem no dever de negar veementemente qualquer possibilidade da união entre fé e ciência (2Co 4.4).
6.3 - Levar em consideração que os professores não respeitam a cosmovisão bíblica
Eles estão presos à sua ideologia; não devemos vê-los como inimigos, mas ore por eles (Mt 5.43,44). Boa parte dos professores de Direito, Ciência Política, Filosofia, Sociologia, Antropologia, Psicologia, História, Linguística, Teoria da Literatura e disciplinas afins emprega ferramentas epistemológicas e metodológicas contrárias à Palavra de Deus. Eles têm como fonte o conhecimento, além da sua própria razão, os filósofos, sociólogos etc.; e não a Bíblia, e as ciências derivadas dela.
6.4 - Expor sem medo as suas convicções se tiver oportunidade
Não devemos ter medo de falar da Palavra de Deus; estejamos preparados; demonstremos nossos conhecimentos segundo a graça do Senhor; e lembremo-nos do que disse o Senhor aos seus discípulos: “...não vos dê cuidado como ou o que haveis de falar, porque, naquela mesma hora, vos será ministrado o que haveis de dizer” (Mt 10.19). Os jovens têm a missão de serem transformadores de uma sociedade corrompida, portanto, não devem se alienar a ela (Rm 12.2; Fl 2.15).
VII – COMO SAIR-SE BEM NO AMBIENTE ACADÊMICO
Dentro deste estado laico em que vivemos, cada vez mais as universidades se limitam à mera transmissão dos conhecimentos, relegando ou criticando tudo aquilo que se refere à religião e à fé. Consequentemente, para muitos jovens, os anos de estudo na Universidade são fortes períodos de tentações em relegar a fé a um terceiro plano ou até ao total abandono. Vejamos o que o jovem cristão precisa fazer para se dar bem na universidade e permanecer fiel ao Senhor:
7.1 - Não se descuidar da oração
A oração é a “arma secreta” do cristão. Todos os que foram vitoriosos, na Bíblia e na história, foram homens e mulheres de oração (Mt 7.7-11; Lc 11.5-13; 18.1-8). O apóstolo Paulo nos encoraja quando diz: “Orai sem cessar” (I Ts 5.17); “Orando em todo o tempo com toda a oração e súplica no Espírito, e vigiando nisto com toda a perseverança...” (Ef 6.18).
7.2 - Ser cheio do Espírito Santo
De que adianta ao jovem ser um bacharel em tantas áreas do conhecimento humano se ele ainda é um analfabeto em termos de fé? De que adianta ao jovem ter tantos conhecimentos sobre a história e a evolução do ser humano se ele ainda não aprendeu o valor de ser cheio do Espírito Santo sendo testemunha de poder (At 1.8), possuindo os Dons do Espírito (1Co 12), e tendo o Fruto do Espírito (Gl 5.22,23).
7.3 - Não se descuidar da leitura da Bíblia
Lendo a Bíblia e orando, o cristão cresce: “...na graça e no conhecimento de Nosso Senhor Jesus Cristo” (2Pe 3.18) “... e sabe responder a cada um que lhe pedir a razão de sua fé” (1Pe 3.15). O jovem Timóteo foi exortado pelo apóstolo Paulo a se portar “como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a Palavra da Verdade” (2Tm 2.15).
7.4 - Não se ocultar como crente em Jesus
Ter sabedoria para ser “luz do mundo” ao mesmo tempo que é “sal da terra”: Levar literaturas para distribuir na ocasião propícia; evitar conturbar as aulas com nossas convicções, mas falar se for necessário. Nos intervalos de aula falar aos colegas isoladamente ou em grupo sobre o amor de Deus, a Salvação, sobre Jesus, mas com prudência e sem se exceder. Dizer aos colegas o que Deus tem feito em nossa vida e convidar os colegas e professores para irem à igreja para que possam ouvir a Palavra de Deus (1Jo 2.14).
7.5 - Não se irritar se for criticado (1Pe 3.15)
Uma das armas do inimigo é provocar o cristão, para que ele se irrite e perca a ocasião de demonstrar sua fé, seu amor e humildade diante dos descrentes. Procurar não só estudar a Bíblia, mas conhecer os falsos ensinos religiosos que se contrapõem à Palavra de Deus. É importante ser assíduo, estudioso, dedicado e honesto nos estudos ou no trabalho para que: “vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus” (Mt 5.16).
CONCLUSÃO
Ao ingressar no mundo acadêmico, os jovens não podem e não devem já mais se descuidarem da vida espiritual, alegando que as inúmeras disciplinas preenchem todas as horas do seu dia e estão sem tempo para orar e ler a Palavra de Deus. Se na universidade os jovens são mais questionados sobre as razões da sua fé, maior deve ser o tempo dedicado por ele ao estudo da Bíblia e das verdades cristãs. Finalizo alertando aos jovens universitários que não se deixem levar pelo anti-intelectualismo cristão, nem tão pouco pelo secularismo, hedonismo, niilismo e demais filosofias ocas e opacas encontradas nas universidades. No momento de dúvidas, desespero e aflições, recorram ao nosso Mestre Jesus.
Por Nivaldo Gomes.
REFERÊNCIAS:
BÍBLIA SAGRADA (BEAP), Versão Almeida Revista e Corrigida. São Paulo, SBB, 1995.
GARDNER, Paul. Quem é quem na Bíblia Sagrada. São Paulo: Editora Vida, 2005.
LIMA, Elinaldo Renovato de. O Cristão e a Universidade. Cuiabá/MT, 1996.
NASCIMENTO, Valmir. O Cristão e a Universidade. Rio de Janeiro: Editora CPAD, 2016.
PEARCEY, Nancy. Verdade Absoluta. Rio de Janeiro: Editora CPAD, 2006.
OBS: Além do site www.ieadpe.org.br, também foram consultados diversos sites e blogs sobre o assunto.
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