Reconhecimento ao Legado da Escola Bíblica Dominical

Patrimônio Imaterial do Rio de Janeiro. Assim foi declarada a Escola Bíblica Dominical com a Lei 8282 de 10/01/19, promulgada pelo Governador Wilson Witzel aceitando a declaração de que "a escola bíblica dominical é, portanto, um processo de vida que visa levar os alunos a uma mudança de comportamento para uma vida de temor, santidade, e serviço cristão", de autoria do então Deputado Samuel Malafaia .

Este importante reconhecimento no ano em que a primeira EBD no Brasil completa 164 anos, nos convida a voltar os olhos para a história do movimento que deu início as escolas dominicais.

"A crença de que o leigo pode ensinar a Bíblia para outros cristãos estimulou o forte voluntariarismo no Segundo Grande Avivamento. Hoje a escola dominical parece lugar comum. Mas não era assim para Robert Raikes (1773-1811). Enquanto andava pelas ruas de Gloucester, Inglaterra, Robert indagou por que as crianças brincavam nas ruas. Disseran-lhe que elas não tinham mais nada para fazer e, portanto, metian-se em problemas. Em 1780, Robert contratou um professor para alunos entre seis e quatorze anos e iniciou uma escola dominical. Uma vez que o fato precedeu as leis do trabalho infantil, estabeleceu-se que a escola bíblica dominical seria aos domingos porque era o único dia em que as crianças não trabalhavam. Os ensinos não abrangia apenas histórias bíblicas, mas também leitura, escrita e religião.

A ideia ficou tão popular que atravessou o Atlântico. Na Virgínia, já em 1785, fundaram-se escolas dominicais, e em 1790 o movimento espalhou-se para Boston, Nova York e Filadélfia. Uma vez que se estipulou que as escolas ajudariam famílias pobres, algumas foram estabelecidas em locais onde as crianças trabalhavam em fábricas. Com o advento da secularização, durante o iluminismo (que começava a varrer a Nova Inglaterra), a escola dominical parecia uma maneira prática de compensar a perda de valores cristãos nos recursos educacionais comuns.

Mas nem todos aceitaram rapidamente a escola dominical, que suscitou controvérsia na época. Você pode se perguntar o que poderia ser tão controverso em algo tão simples quanto a escola dominical? Havia controvérsia porque pessoas leigas ensinavam nas escolas dominicais. Quem imaginaria permitir que um leigo ensinasse a Bíblia! Contudo, os críticos não obtiveram sucesso em silenciar este movimento explosivo.

Em 1824, fundou-se a União Americana da Escola Dominical. As editoras começaram a produzir literatura para o movimento florescente. Por volta de 1869, a convenção nacional das escolas dominicais ganhou notoriedade. Logo as denominações viram como o movimento se tornara popular e começaram também a fundar seus departamentos.

Quando consideramos o fato de que leigos não remunerados dirigem e ensinam em muitas escolas dominicais no mundo, vemos o poder de recuperação que este movimento demonstrou ter. 

A escola dominical, como ferramenta instrucional e evangelística, praticamente não tem paralelo na história do cristianismo" (GARLOW, 2004, p.226,227).

Fontes: Deus e o Seu Povo - A História da Igreja como Reino de Deus ( James L.Garlow); 

@EBDinteligente

Por Fabiana Ribeiro.