Calvino frequentemente reclamava da oposição e dos rumores de que todos em Genebra “beijavam seus chinelos”.[7] Ele defendeu a si mesmo, com seu viés característico, contra os críticos protestantes tais como Bolsec, Trolliet e Castellion, chamando-os de “Cães” e “Serpentes”.[8] Em Fevereiro de 1555, os apoiadores de Calvino conseguiram a maioria absoluta no concílio. Em 16 de Maio ocorreu uma tentativa de insurreição porque Calvino expulsou certos oficiais civis libertinos da Ceia do Senhor.[9] Os lideres da rebelião que fugiram para Berne foram sentenciados à morte a revelia. Quatro que não conseguiram escapar foram decapitados, esquartejados e partes de seus corpos pendurados em locais estratégicos como um aviso.[10] Evocando a expressão “Servos de Satã”, a qual usara anos antes contra os Anabatistas, Calvino justificou essa barbaridade dizendo, “aqueles que não punem o mal quando tem a possibilidade de fazê-lo, e o seu cargo assim o exija, são culpados disso”.[11]
De 1554 até sua morte em 1564, “ninguém mais ousou opor-se ao Reformador abertamente”.[12] Os oponentes de Calvino foram silenciados, expulsos, ou fugiram de Genebra, mas a oposição continuou de fora. Calvino não copiou a Cristo na matéria de sofrer insultos sem revidar (I Pedro 2.23), mas superou seus oponentes no uso de linguagem abusiva. Em um sermão em 16 de Outubro de 1555, ele se referiu aos seus inimigos como “toda aquela imundície e vilania…cães raivosos que vomitam as suas imundícies contra a majestade de Deus e querem perverter toda a religião. Eles devem ser poupados?”.[13] Todos sabiam a resposta!
Notas do trecho:
7 John Calvin, Lettres Françaises, ed. J. Bonnet (Paris: C. Meyrueis, 1854), 1:351, 2:19.
8 Calvin, Lettres, 2:20, 229, passim.
9 Wendell, Calvin, 98-101; Bernard Cottret, Calvin: A Biography (Grand Rapids, Mich.: Eerdmans, 2000), 195-8.
10 Wendell, Calvin, 98-101; Cotrett, Calvin, 198-200.
11 Cotrett, Calvin, 200.
12 Amédée Roget, L’Église et l’État a Genève du temps de Calvin. Étude d’histoire politico-ecclesiastique(Geneva: J. Jullien, 1867), n.p.
13 Cotrett, Calvin, 235.
Extraído do livro: Debating Calvinism: Five points, two views, (Dave Hunt & James White – Multnomah Books, 2004) pp. 21-32.
Tradução: Walson Sales.
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