quinta-feira, 6 de junho de 2019

THE RED TENT – A TENDA VERMELHA

Sou assinante da Netflix, mas raramente assisto alguma coisa. Tenho plena certeza de que as pessoas com quem compartilho as telas da minha assinatura assistem centenas de vezes mais do que eu. Más há alguns dias atrás navegando pelo menu correspondente da Netflix me deparei com um filme ou melhor com uma espécie de minissérie chamada “THE RED TENT”. Não resisti e decidi que iria assistir. Sai da tela do meu notebook e fui para a minha TV com tela gigante, acionei a Netflix e dei um player na série de apenas dois capítulos chamada “THE RED TENT”.
Não acredito em presságio, mas já sabia de antemão que mais cedo ou mais tarde eu iria me decepcionar. Não deu outra. Sem falar da narração inicial, no começo tudo parecia tranquilo, mas o enredo e a sequência errônea dos fatos foram frame a frame me decepcionando. Mesmo assim, mantive os meus olhos grudados na tela. Terminou o primeiro episódio e já fui direto para o segundo que também era o último.
Depois de assistir, cheguei à conclusão de que a minissérie objetivava mostrar a história de Diná, a única filha do patriarca Jacó, mas de forma diferente da história que todos já conhecem descrita na Bíblia Sagrada em (Gn. 34.1-31). A história de Diná contada em “The Red Tent” – “A Tenda Vermelha”, foi baseada no romance best-seller de “Anita Diamant” escrito há aproximadamente 20 anos atrás em 1997. No romance Anita Diamant procura dar ênfase a personagem de Diná elevando-a de um nível de importância menor para o maior nível no livro do Gênesis. Nessa minissérie Diná, deixa de ser uma simples coadjuvante sem expressão e significado especial, passando ser a protagonista real da história.
A minissérie “A Tenda Vermelha” começa com a voz da própria Diná narrando assim:
“Por milhares de anos, estive perdida para o mundo. Meu nome não significa nada para você. Minha memória é poeira. Apenas os nomes de meu pai e meus irmãos são lembrados - seus contos comemorados em textos sagrados. Enquanto o meu é mais uma nota de rodapé, triste e violenta, quase esquecida”
A minissérie inclui o suposto estupro de Diná e o assassinato por vingança do responsável, perpetrado pelos irmãos “Simeão e Levi”. Mas ao contrário da Bíblia, a história não para por aí. Diamant vai mais além, ela retrata Diná verdadeiramente apaixonada pelo amante, o príncipe Siquém, e sofrendo por sua morte. Diná foge para o Egito e dá à luz a um filho. Mais tarde, ela encontra um novo amor e se reúne com seu irmão José, que então se tornou um oficial egípcio importante. Quando reencontra seu pai e os outros irmãos, ela descobre que eles se esqueceram dela.
Porém, as mulheres com quem ela havia convivido na “Tenda Vermelha”, onde os membros femininos da tribo de Jacó se hospedavam quando menstruavam e davam à luz, lembravam-se dela. Diamant usou de licença ficcional no que diz respeito à tenda menstrual, que fazia parte de outras culturas antigas, mas não dos antigos israelitas.
Ao ser criticada e questionada por causa disso, ela falou: “É uma obra de ficção histórica, não um comentário bíblico”, respondendo ao “Times of Israel”.
Sem sombra de dúvidas a minissérie “The Red Tent” baseada no romance de Anita Diamant é mais uma obra de satanás tentando apresentar reticencias onde a bíblia já colocou um ponto final.
Mas como a Bíblia narra a história de Diná?
Até onde se sabe Diná foi a única filha de Jacó. Ela vivia entre dez irmãos mais velhos e dois mais jovens que ela, e cresceu em uma família abalada pela disputa entre duas irmãs que eram casadas com o mesmo homem. Leia, a mãe de Diná, sabia que Jacó amava sua irmã e rival, Raquel. Não sabemos como a amargura e o ciúme entre essas mulheres afetou Diná. Na sua adolescência, a família estava vivendo em Siquém, uma cidade ao norte de Betei e Jerusalém, na Terra Prometida.
Certo dia, Diná saiu para caminhar pela cidade. Ela foi vista e raptada por Siquém, o filho de um governante da cidade. Violentada e envergonhada, Diná se viu no centro de uma crise familiar. Siquém pediu que seu pai arranjasse seu casamento com Diná. Mas aos olhos de Jacó e de seus filhos, Diná sofrera uma injustiça e sua família havia sido insultada. Jacó não conseguiu exercer nenhuma liderança paterna neste caso e seus filhos tomaram a questão de suas próprias mãos. Os resultados foram traição e derramamento de sangue. Em meio a tudo isso, a própria vítima foi ignorada. Diná não foi consolada nem consultada. Ela foi tratada praticamente com tanto desrespeito por sua família como havia sido tratada por Siquém. Ao entrega-la a Siquém, eles usaram Diná como uma isca para uma armadilha que levou ao assassinato de todos os homens da aldeia de Siquém. Os irmãos de Diná lucraram com o massacre de Siquém. Jacó ficou irado com seus filhos pelos seus atos, mas nada fez. Enquanto isso, Diná caiu no esquecimento. Sua história nos lembra das tragédias que ocorrem quando os membros da família não se preocupam, uns com os outros. Alguém acaba pagando um alto preço. (Gn 34.1-31)
A história de Diná é uma história muito triste, porém sem os acréscimos existentes no enredo da minissérie “The Red Tent”. Lembre-se: “Não devemos colocar voz ou fala onde a Bíblia se cala”.
Por Nivaldo Gomes.

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