A Igreja Católica Romana afirma que a Bíblia Sagrada por si só, não constitui todo o campo do conhecimento sobre Deus, sendo assim, ela deve ser suplementada pelos ensinos da tradição. A Igreja Católica Romana acredita que:
“As verdades que Deus revelou acham-se na Sagrada Escritura e na tradição” (Terceiro Catecismo de Doutrina Cristã, Editora Vera Cruz Ltda., 1ª edição, agosto de 1976; p. 160, resposta à pergunta 870).
“A tradição deve ter-se na mesma consideração em que se tem a Palavra de Deus contida na Sagrada Escritura” (Terceiro Catecismo de Doutrina Cristã", Editora Vera Cruz Ltda., 1ª edição, agosto de 1976; p. 162, resposta à pergunta 887).
“A tradição é a palavra de Deus não escrita, mas comunicada de viva voz por Jesus Cristo e pelos apóstolos, e que chegou sem alteração, de século em século, por meio da Igreja, até nós” (Terceiro Catecismo de Doutrina Cristã, Editora Vera Cruz Ltda., 1ªedição, agosto de 1976; resposta à pergunta 885, p. 162).
Em 1929, o padre Bernhard Conway escreveu sobre a Bíblia dizendo: “ A Bíblia não é a única fonte de fé, como Lutero ensinou no século XVI, porque sem a interpretação de um apostolado divino e infalível, separado da Bíblia jamais poderemos saber, com certeza, quais são os livros que constituem as Escrituras inspiradas, ou se as cópias que hoje possuímos concordam com os originais. A Bíblia em si mesma, não é mais do que letra morta, esperando por um interprete divino; ela não está arranjada de forma sistemática; ela é obscura e de difícil entendimento, como São Pedro diz de certas passagens escritas pelo apostolo Paulo (2Pe 3.16, cf. At 8.30,31); como ela é, está aberta a falsas interpretações. Além disso, certo número de verdades reveladas tem chegado a nós somente por meio da Tradição divina” (The Question Box). Outra fonte de informação da própria igreja, diz o seguinte: “Não é através da Escritura apenas que a igreja deriva sua certeza a respeito de tudo que foi revelado. Por isso ambas (Escritura e Tradição) devem ser aceitas e veneradas com igual sentido de piedade e reverência” (Compêndio do Vaticano II, página 127).
Tempos atrás foi publicado no youtube um vídeo onde um suposto padre ou bispo da Igreja Católica Apostólica Romana afirmava que a Igreja Católica e suas tradições estavam acima da Bíblia, e que o verdadeiro católico não precisa consultar a Bíblia afim de obter respostas, pois se assim fizer deixará de ser católico e logo se tornará protestante.
É bem verdade que todas as instituições possuem suas tradições, doutrinas, uso e costumes, etc. No entanto vale salientar que quando essa tradição contradiz as Sagradas Escrituras, ela dever ser prontamente rejeitada. O apostolo Pedro escreveu: “Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que por tradição recebestes dos vossos pais.” (1 Pe 1.18). Sabemos muito bem que a tradição pode se tornar uma traição ao Evangelho. Em Mt 15.6 está escrito: “E assim invalidastes, pela vossa tradição, o mandamento de Deus”. A tradição é sem sombra de dúvida, um outro evangelho como escreveu o apóstolo Paulo: “Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema.” (Gl 1.8).
No Concilio de Tolosa, em 1222, a Igreja Católica Romana proibiu a leitura da Bíblia aos leigos. A Bíblia fora colocada de lado, passando a tradição a ter mais importância do que a Palavra de Deus. Essa proibição antibíblica da Igreja Católica Romana nos faz lembrar da advertência do Senhor Jesus aos judeus: “Em vão, porém, me honram, ensinando doutrinas que são mandamentos dos homens; porque, deixando o mandamento de Deus, retendes a tradição dos homens; como o lavar dos jarros e dos copos; e fazeis muitas outras coisas semelhantes a estas. E dizia-lhes: Bem invalidais o mandamento de Deus para guardardes a vossa tradição” (Mc 7.7-9).
Todo homem tem o dever de ler a Bíblia. É ela quem nos orientar a procedermos desta forma (Dt 6.6-7; 31.11-12; Js 1.8; Is 34.16; At 17.11; 2Tm 3.15-17). Nós cristãos, acreditamos e sustentamos que, em matéria de fé e prática, a Bíblia é suficiente e não precisa ser suplementada por livro ou tradição alguma. Cremos que a Bíblia a Palavra de Deus é a única regra infalível de fé e conduta para a vida e o caráter cristão (Pv 30.5-6; Mt 15.1-3; At 20.27; 1 Ts 2.13; 2 Tm 1.5; 3.15-17). Só serão aceitos ensinos que estiverem de acordo com as Sagradas Escrituras, e simplesmente como mero apêndice e nunca igual ou superior à gloriosa Palavra revelada de Deus.
Extraído de um trabalho meu na ESTEADEB sobre o Movimento Sectário no Brasil.
Por Nivaldo Gomes.
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