“Nunca enviamos um mensageiro senão com o idioma de seu povo para que possa tomar tudo claro para eles. Deus desencaminha quem quiser e guia quem quiser. Ele é poderoso e sábio” (surata 14:4).
Alá é exaltado e fica satisfeito quando envia pessoas para o Inferno: esta é a afirmação fatalista do islã. Fatalismo é a convicção de que os acontecimentos são estabelecidos antecipadamente para toda a vida, de tal forma que os seres humanos são incapazes de mudá-los. Nesse caso, Alá mandará para o céu e para o inferno quem ele quiser. Não é de admirar que não exista segurança no islã. Podemos ser o mais fiel de todos os crentes em Alá e mesmo assim sermos enviados “justamente” para o inferno. Paradoxalmente, alguém pode ser a pior pessoa do mundo e, hipoteticamente, ir para o paraíso. Não precisamos olhar para alguém mais além do fundador do islã, Maomé, para ver a ansiedade e insegurança que este tipo de visão produz.
O mensageiro inseguro
Maomé disse: “Por Alá, embora eu seja o apóstolo de Alá, não sei o que Alá vai fazer comigo” (Hadith 5:266).
Maomé questionava sua própria salvação, embora se considerasse o maior dos profetas, o próprio apóstolo de Alá. Portanto, como os muçulmanos podem ter um senso real de segurança quando aquele que lhes deu a fé (ou como os muçulmanos dizem, restaurou a verdade para eles) estava apreensivo? O muçulmano é ordenado no Alcorão a obedecer “a Deus e ao Mensageiro” (surata 3:32) e para seguir o “exemplo do Mensageiro”. Por conseguinte, quanto mais zelosamente uma pessoa entende o Alcorão e segue seu mensageiro, menor é a certeza de alcançar o paraíso. Além disso, quanto mais sensível for em relação às suas falhas morais, tanto mais espiritualmente ansiosa ela acaba se tornando.
O crente inseguro
“O destino de todo homem nós firmamos em seu pescoço; no dia do Juízo, nós lhe apresentaremos um rolo que ele verá aberto” (surata 17:13).
Embora essa declaração pareça relativamente fácil de compreender, um muçulmano devoto sabe que não pode depender apenas de boas obras. Pensar assim difamaria e insultaria a soberania de Alá. Uma das frases mais famosas e usadas do mundo muçulmano, “En sh’Alá...” “(“se Deus quiser”), ilustra a complexidade dessa união. Embora os muçulmanos nunca tenham certeza do seu destino, têm certeza de muitas coisas que vão privá-los de desfrutar os prazeres do paraíso.
“Advertir os descrentes é igual a não advertir: prosseguirão na sua indiferença, Deus selou-lhes os ouvidos e o coração, e seus olhos foram cobertos por um véu, O suplício os aguarda” (surata 2:6-7).
“Alá não ama aquele que rejeita a fé” (surata 3:32). O muçulmano pode estar totalmente certo de que Alá nunca restaurará um crente que rejeitou seus ensinamentos e a fé no islã. É por isso que tantos muçulmanos tão prontamente repudiam seus filhos que se convertem a outra religião, especialmente ao cristianismo. Por que amá-los quando o poderoso Alá nunca os amará? Além disso, a pior pessoa no mundo é o muçulmano que rejeita sua fé em Alá. Na verdade, uma pessoa tem mais chances de herdar o céu se nunca conheceu o credo: “Existe um só Deus, Alá, e Maomé é o seu profeta”.
Maomé disse: “A pessoa morta está sendo torturada no túmulo não por uma grande coisa a ser evitada; mas por ter sido manchada com sua urina” (Hadith 2:460).
O muçulmano é instruído a jejuar, orar, adorar, dar dinheiro aos pobres e fazer uma peregrinação a Meca.
No entanto, aparentemente, todas essas coisas não podem evitar que uma vá para o inferno se ela se manchou com urina [2].
Os rentes em Alá também se preocupam acerca de quem está falando deles. De acordo com o Hadith: “o morto é punido por causa do choro dos seus parentes” (2:375). Os parentes não devem exagerar no seu luto ou o ente querido morto será punido. Além do mais, se uma pessoa fala mal de outra pessoa, "o inferno foi confirmado" para aquela pessoa que está sendo desprezada (Hadith 2:448).
Em todo o pensamento muçulmano, o inferno sempre parece estar mais perto do que o paraíso. As pessoas são continuamente lembradas da ira de Alá e da ladeira escorregadia para a punição eterna. Se alguém tem febre, por exemplo, Maomé acreditava que a “febre vem do calor do inferno” (Hadith 7:619). Por consequência, o Alcorão tem muito a dizer a respeito de quem Alá não ama:
Deus não ama os agressores (surata 2:190).
Deus não ama o pecador e o ingrato (surata 2:276).
Deus não ama os iníquos (surata 3:57)
Deus não ama os presunçosos e os soberbos (surata 4:36) [3].
[2] - É irônico que Maomé também estipulou que tomar urina de camelo tornaria um homem doente são. “O profeta ordenou que seguissem os seus camelos e tomassem a urina desses camelos. Assim, eles seguiram os camelos e tomaram o leite e a urina deles até que seus corpos se tornaram saudáveis”. [Hadith volume 7 número 590]
[3] - 3 Para uma discussão mais detalhada, v. Tom Terry; Does God love me?, em www.aboutisa.com; acessado em 26 de novembro de 2001.
Fonte: Livro o Islã sem véu – Um olhar sobre a vida e a fé muçulmana.
Por Nivaldo Gomes.
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