A responsabilidade do homem, expressamente sublinhada no Alcorão, está ligada a suas decisões e intenções. Mas na história da teologia existiram também outras vozes. A escola dos gabaritas contestou a vontade livre; Allah mesmo produziria todas a ações, boas ou más, e o homem seria como um instrumento nas mãos do artesão. Qadaritas e mutalizitas viram nisto diretamente uma contradição com a justiça de Allah, que em última análise castiga o mal e recompensa o bem, portanto pressupõe uma decisão livre; independente disto, não se pode afirmar que Allah tenha criado ou que ele queira o mal, ao mesmo tempo que o proíbe. Os asharitas tentam harmonizar a onipotência de Allah com a responsabilidade humana: Allah na verdade criaria as ações, mas o homem se apropria delas por seu consentimento. A teologia atual sublinha a responsabilidade do homem, de acordo com a capacidade de cada um. Allah não cria nem quer o mal, mas o permite por algum tempo.
(As Grandes Religiões; Temas Centrais Comparados. Burkhard Scherer.)
Por Rafael F
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