sábado, 20 de julho de 2019

Mundo Moral: O que Deu Origem à Lei

A percepção de divino por parte da humanidade não somente serviu de ímpeto para criar a civilização, como também parece ter levado à criação e articulação da lei. E a lei consiste em moralidade e ética. Em termos puramente utilitários, a lei pode ser entendida naquilo que e bom para nos; ela protege e promove justiça e equidade. E, sem divida, a utilidade foi um grande fator na criação da lei. Mas a lei invariavelmente transcende mera utilidade. Por repetidas vezes, encontramos na lei antiga a crença de que a lei, junto com a moralidade, baseia-se na verdade divina ou na vontade divina. E por isso que a lei e a ética humana falam do que as pessoas deveriam fazer, muito além dos fatores utilitários. Falamos de obrigações morais mesmo se o beneficio dessas obrigações não for óbvio para nos mesmos ou para os outros. Por que isso e assim?
A mais conhecida e uma das mais antigas articulações da lei e o famoso Código de Hamurabi. Hamurabi e seu código penal datam do século 18 a.C. O código começa com um longo preambulo, em que se faz claro que a lei é enraizada nos deuses e expressa sua vontade para com a humanidade. Hamurabi afirma que ele foi ordenado por Marduque (uma das principais deidades da Babilônia antiga) para estabelecer a lei e governar. Aproximadamente 300 leis seguem o preâmbulo. Muitas dessas leis assemelham-se a mais conhecida e relativamente posterior Lei de Moises encontrada na Bíblia. No final de seu código penal, Hamurabi afirma: "Por ordem de Samas, o grande juiz do céu e da terra, que meu direito resplandeça pelo país" A Lei de Moises, parte do concerto que Deus fez com Israel, esta também enraizada na vontade divina, mas o preâmbulo neste caso e muito mais curto. Na verdade, consiste em um único verso. Ao pé do monte Sinai, o Deus de Israel diz a Israel: "Eu sou o SENHOR, teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão" Os bem conhecidos Dez Mandamentos seguem imediatamente apos. A consideração que quero fazer aqui e que a civilização humana, que, por sua própria natureza, requer lei, não e somente fundamentada na crença no divino, mas também gerada por essa crença. Sem uma percepção do divino, teriam os humanos criado a civilização? Sem uma percepção do divino, teriam os humanos criado códigos de leis que expressam a moralidade e a ética, códigos esses que ultrapassam os meros benefícios utilitários? Essas questões são calorosamente debatidas hoje em dia. Muitos filósofos e eticistas tem ressaltado, com boa razão em minha opinião, que obrigações morais sobre as quais a lei no final das contas baseia-se são "ininteligíveis a parte da ideia de Deus". Pressuponho que os antigos entendiam isso muito bem. Leis morais não eram "descobertas" e "acordadas" através de discussão. Elas não provinham democraticamente. Antes, refletiam a vontade divina. Todos os humanos percebiam o que era certo e errado se favorecia ou não os interesses pessoais de alguém. Nossa percepção de divino conduziu-nos a civilização, lei, moralidade e ética. Mas, sem o impacto de Jesus e da Igreja que Ele fundou, essa percepção de divino poderia levar a humanidade só até certo ponto.


INIMAGINÁVEL O que nosso mundo seria sem o cristianismo 
Jeremiah J. Johnston 
Via : Ruanna Pereira

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