terça-feira, 2 de julho de 2019

NIETZSCHE E A MORTE DE DEUS

Aliás, foi Nietzsche que, no auge da soberba e da blasfêmia, no seu livro “Assim Falou Zaratustra”, colocou nos lábios de Zaratustra a seguinte afirmação: “O vosso Deus jorrou sangue sobre o meu punhal... Deus está morto; agora nós queremos que o Super-homem viva. ” Em outro de seus livros, A Gaia Ciência, Nietzsche colocou na boca de um louco as seguintes palavras, consideradas marco inicial da chamada “Teologia da morte de Deus”:
Nós o matamos, vocês e eu! Somos os assassinos de Deus! E como foi que fizemos isso? Como pudemos beber todo esse mar? Quem nos deu a esponja para apagar todo o horizonte? (...) Não estaremos perdidos dentro do vazio infinito que faz a sua respiração chegar até nós? Por acaso não está mais frio agora? Não são as noites cada vez mais escuras? Não temos necessidade de acender de manhã nossos lampiões? Por acaso não ouvimos o barulho que os coveiros fazem ao sepultar Deus? (...) Deus morreu! Deus está morto! Fomos nós que o matamos! Assassinos mortais que somos, como nos poderemos consolar? Com a nossa faca ferimos o que houve de mais sagrado e poderoso no mundo. Quem nos limpará desse sangue? Em que água nos lavaremos? (...) Ao ser expulso dos templos, o louco dizia: Para que servem agora estas igrejas, senão para serem o túmulo e o monumento de Deus?...
Tendo sido também autor do livro “O Anticristo”, sabe-se que Nietzsche passou os últimos dez anos de sua vida sob o peso de imensos remorsos, sofrendo constantes crises de desespero. A inteligência que tanto blasfemara contra Deus mergulhou nas trevas da loucura. Nietzsche morreu louco. Sim, pois Deus “olha para todo soberbo e humilha-o, e esmaga os ímpios no seu lugar” (Jó 40.12). “Porque o dia do Senhor dos Exércitos será contra todo soberbo e altivo, e contra todo o que se exalta, para que seja abatido”. (Isaías 2.12). (COSTA, 1995, pp. 72-73)
Por Nivaldo Gomes.

Nenhum comentário:

Postar um comentário