quarta-feira, 10 de julho de 2019

Sem um Sentido Último

Se toda pessoa deixa de existir quando morre, então, qual sentido último há em viver? Será que faz alguma diferença no final ter ou não sequer existido? Com certeza a vida de uma pessoa pode ser importante em relação a certos acontecimentos, mas qual é o sentido último de qualquer desses acontecimentos? Se tudo está fadado a se acabar, então o que importa o fato de alguém ter tido alguma influência sobre determinados acontecimentos? Em última análise, não tem a menor importância.
A humanidade, portanto, não tem mais sentido do que um enxame de mosquitos ou um punhado de porcos, pois o final de todos é o mesmo. O mesmo processo cósmico cego, do qual eles resultaram, vai, no fim de tudo, tragá-los de volta. As contribuições de um cientista para o avanço do conhecimento humano, as pesquisas para aliviar a dor e diminuir o sofrimento, os esforços diplomáticos para garantir a paz mundial, os sacrifícios feitos por pessoas de bem, em todo o mundo, para melhorar a sorte da raça humana — tudo isso resultará em nada. E este é o horror do homem moderno: por ele acabar em nada, ele nada é.
Porém, é importante perceber que o homem precisa mais do que apenas imortalidade para sua vida fazer sentido. A mera duração da existência não faz com que a existência tenha um sentido. Ainda que a raça humana e o universo pudessem existir para sempre, se Deus não existisse, a existência continuaria a não ter um sentido último. Certa vez li uma estória de ficção científica em que _um astronauta foi abandonado em um estéril pedaço de rocha perdido no espaço sideral. 
Ele trazia consigo dois frascos, um deles com veneno e o outro tinha uma poção que o faria viver para sempre. Ao perceber o futuro que o aguardava, ele tomou o frasco do veneno. Mas, para seu horror, o pobre homem descobriu que havia tomado o frasco errado: ele tinha tomado a poção da imortalidade! E isso significava que estava condenado a viver para sempre uma vida sem sentido, sem fim.
Ora, se Deus não existir, nossas vidas são como a desse astronauta. Poderíamos viver para sempre e ainda assim vivermos uma vida completamente sem sentido. Mesmo se fossemos eternos, ainda assim perguntaríamos para a vida: “Afinal, e daí?”. Portanto, o homem não precisa apenas da imortalidade para que haja um sentido último para viver: ele precisa de Deus e da imortalidade. E se Deus não existir, então ele não tem nem uma coisa nem outra.

Logo, se Deus não existir a própria vida se torna sem sentido. O homem e o universo ficam sem um sentido último.

Continua..

(William Lane Craig) -- Em Guarda
Via: Eziel Ferreira

Nenhum comentário:

Postar um comentário