Se toda pessoa deixa de existir quando morre, então, qual sentido último há em viver? Será que faz alguma diferença no final ter ou não sequer existido? Com certeza a vida de uma pessoa pode ser importante em relação a certos acontecimentos, mas qual é o sentido último de qualquer desses acontecimentos? Se tudo está fadado a se acabar, então o que importa o fato de alguém ter tido alguma influência sobre determinados acontecimentos? Em última análise, não tem a menor importância.
A humanidade, portanto, não tem mais sentido do que um enxame de mosquitos ou um punhado de porcos, pois o final de todos é o mesmo. O mesmo processo cósmico cego, do qual eles resultaram, vai, no fim de tudo, tragá-los de volta. As contribuições de um cientista para o avanço do conhecimento humano, as pesquisas para aliviar a dor e diminuir o sofrimento, os esforços diplomáticos para garantir a paz mundial, os sacrifícios feitos por pessoas de bem, em todo o mundo, para melhorar a sorte da raça humana — tudo isso resultará em nada. E este é o horror do homem moderno: por ele acabar em nada, ele nada é.
Porém, é importante perceber que o homem precisa mais do que apenas imortalidade para sua vida fazer sentido. A mera duração da existência não faz com que a existência tenha um sentido. Ainda que a raça humana e o universo pudessem existir para sempre, se Deus não existisse, a existência continuaria a não ter um sentido último. Certa vez li uma estória de ficção científica em que _um astronauta foi abandonado em um estéril pedaço de rocha perdido no espaço sideral.
Ele trazia consigo dois frascos, um deles com veneno e o outro tinha uma poção que o faria viver para sempre. Ao perceber o futuro que o aguardava, ele tomou o frasco do veneno. Mas, para seu horror, o pobre homem descobriu que havia tomado o frasco errado: ele tinha tomado a poção da imortalidade! E isso significava que estava condenado a viver para sempre uma vida sem sentido, sem fim.
Ora, se Deus não existir, nossas vidas são como a desse astronauta. Poderíamos viver para sempre e ainda assim vivermos uma vida completamente sem sentido. Mesmo se fossemos eternos, ainda assim perguntaríamos para a vida: “Afinal, e daí?”. Portanto, o homem não precisa apenas da imortalidade para que haja um sentido último para viver: ele precisa de Deus e da imortalidade. E se Deus não existir, então ele não tem nem uma coisa nem outra.
Logo, se Deus não existir a própria vida se torna sem sentido. O homem e o universo ficam sem um sentido último.
Continua..
(William Lane Craig) -- Em Guarda
Via: Eziel Ferreira
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