quarta-feira, 17 de julho de 2019

TEOLOGIA DO PROCESSO

A Teologia do Processo é uma escola de pensamento influenciada pela filosofia do Processo, de Alfred North Whitehead. Também é conhecida como Teologia Neoclássica. As ideias originais da Teologia do Processo foram desenvolvidas por Charles Hartshorne e foram expandidas por John Cobb e David Tah Griffith, também com grande influência no Teísmo aberto, adotado por teólogos como Gregory Boyd, Clark Pinnock e Ricardo Gondim.
Seus maiores seguidores estão entre os arminianos críticos calvinistas, onde recebem a crítica de ser 'descendente' do arminianismo. A Teologia do Processo foi rejeitada pela maioria dos evangélicos e protestantes por impor limitações a Deus . Essa Teologia ocasionou uma influência entre os teólogos judeus como: Samuel Alexander, e rabinos tais como: Max Kaddushin, Milton Steinberg Levo A. Olan, Harry Sllominsky, em um grau menor: Alraham Joshua Heschel. Alguns rabinos também advogam de uma certa forma como por exemplo : Wlliam É. Kaufman, Harold Kushner, Anton Laytber Gilbert A. Rosenthal, Lawrence Tristere e Nahum Ward.

De origem norte-americana, essa nova escola teológica tem como seu maior expositor o professor Dr. Charles Hartshorne, da Universidade de Chicago. A teologia do processo como escola teológica é uma tentativa de restabelecer a doutrina de Deus em um mundo extremamente cético. Assim como as outras teologias radicais surgidas no século vinte, a teologia do processo também toma por empréstimo alguns pressupostos de uma vertente filosófica contemporânea, a saber, a filosofia do processo, elaborada pelo famoso matemático e filósofo, Alfred North Whitehead (1861-1947), que por sua vez, elaborou sua filosofia em torno de algumas idéias de Charles Darwin.
Os filósofos antigos desenvolveram seus sistemas em torno da idéia de que o mundo era algo fixo, em que o ser incluía o porvir. Whitehead desenvolveu seu sistema ao redor da idéia de que o mundo é dinâmico, estando sempre em constante processo de transformação. Segundo ele, até Deus está sujeito ao porvir (um conceito semelhante ao do teísmo aberto e da teologia da esperança). A religião, para ele, “é a visão de algo que está além, atrás e dentro do fluxo passageiro das coisas imediatas; algo que é real e ao mesmo tempo espera por realizar-se, algo que é uma possibilidade remota e mesmo assim é o maior de todos os atos presentes, possuí-la é o bem último, e mesmo assim, está além do nosso alcance”. O legado kantiano, como se pode observar, está bem latente na filosofia de Whitehead. 
Objeções à teologia do processo.
Deus, segundo a teologia do processo, “não é um ser, e sim uma força dinâmica por detrás da evolução, emergindo sempre em tudo, tanto na história como na natureza”. Com isso, a teologia do processo descaracteriza Deus, reduzindo-o a um mero conceito panteísta. Assim como na filosofia kantiana, na teologia do processo também há um grande apelo à autonomia e a liberdade humana. Os teólogos do processo também comprometem a soberania de Deus. Deus, segundo Whitehead, é “co-criador” do universo. A criação de Deus é um processo contínuo, uma coexistência de ordem e liberdade na qual o homem participa para criar o futuro. Essa tendência teológica torna injustificável a escatologia, pois uma vez que não há um Deus soberano e onisciente, não há certeza alguma quanto aos eventos futuros. Desse modo, o livro de apocalipse e as profecias bíblicas perdem todo o sentido.

Assim como na teologia de Paul Tillich, a teologia do processo tende à dissipar a ideia de Deus como ser pessoal, reduzindo Deus à uma força que existe como o aspecto principal de todas as coisas, o que reduz o cristianismo bíblico a uma mera versão panteísta de religião. Nas palavras de Hartshorne, o teólogo do movimento, “Deus literalmente contém o universo”.
Ainda que muitos teólogos do processo se neguem a admitir que descrevem Deus em termos panteístas, em sua teologia o mundo se torna necessário para que Deus exista. Além disso, o mundo também condiciona as atividades de Deus. Dessa forma, o Deus pessoal da Bíblia que se auto revela, fala e atua por conta própria, e manifesta seus desígnios de forma inteligente, dentro da teologia do processo é “uma sequência de experiências pessoalmente ordenada”, um conceito mental tomado à partir de analogias da experiência humana.
Mesmo que a teologia do processo tenta dar um “toque bíblico” em sua teologia, esse biblicismo é apenas aparente. Como disse Carl Henry: “apesar de todo esforço, [na teologia do processo] a criação se transforma em evolução, a redenção se transforma em relação e a ressurreição se transforma em renovação. Há um abandono do sobrenatural, os milagres desaparecem, e o Deus vivo da Bíblia fica submerso em termos imanentes”. Como podemos ver, também na teologia do processo há uma tendência em reinterpretar os milagres da Bíblia em termos existenciais.
Sua cristologia também é bastante confusa. Cristo aparece mais como um “símbolo” da atividade divina na terra do que como uma intervenção divina no curso desse mundo. Ele é um homem em quem Deus atuou, mas suas conclusões o dissociam do Deus encarnado.
A doutrina da ressurreição, segundo os teólogos do processo, também é insustentável porque tal ato seria uma coerção divina, uma intervenção direta no livre-arbítrio humano. Um evento tal como esse acabaria por forçar nossa vontade. Como se pode perceber, a teologia do processo está muito mais fundamentada em hipóteses filosóficas do que naquilo que a Bíblia realmente diz
A teologia do processo aniquila a fé que o crente tem em Deus, e não somente isso mas também retira o próprio Deus Soberano do cenário e introduz em seu lugar uma divindade caricata, impotente, panteísta e consequentemente, finita.

Tal Teologia é o nome do esforço feito para que a afirmação da fé cristã básica de que Deus é amor faça sentido no mundo moderno, não é uma tarefa fácil, pois ela requer uma análise mais completa e que venham a aprender de melhor forma ,ou seja, de maneira mais detalhada á respeito tanto da natureza de Deus, quanto do mundo. 
Devido ao mal da ciência moderna, dos estudos modernos da escritura e da revelação que nos confrontam com suas origens históricas humanas; também com o aumento do contato com outras religiões mundiais, do feminismo e da nossa habilidade em destruir o mundo através da poluição e de armas nucleares que o homem procura maneiras melhores para se chegarem a Deus, sem esforços permanentes e sem seguir as “regras” impostas pelo universo desde o início dos tempos (as leis de Deus). 
Nessa Teologia, o homem acredita que pode progredir tornando-se cada vez melhor podendo assim viver à altura dos mais nobres ideais. Esta expectativa de uma imanência crescente no homem, onde cada vez mais ele toma consciência de si, de seus desafios e potencialidades e propõe uma busca pela concretização o início definitiva do bem supremo, não é real, pois não leva em conta a natureza pecaminosa do homem.
Apesar da consciência e da luta pela melhoria da sociedade, o homem é escravo do pecado e qualquer tentativa empírica de promoção das virtudes neste século, não se conseguirá chegar a este lugar sem que o pecado também esteja presente. O pecado acompanha o homem. As ações mais propositivas na restrição do mal estão acompanhadas pela presença marcante do pecado. Estaremos sempre como o apóstolo Paulo diz lá em Romanos 7. 20-21:

Ora, se eu faço o que não quero, já o não faço eu, mas o pecado que habita em mim.
Acho então esta lei em mim, que, quando quero fazer o bem, o mal está comigo.

Se o pecado é uma má notícia entre nós e todos os esforços em alcançar um bem são inúteis, visto que a mácula do pecado sempre estará presente, o que, então, podemos fazer? Achamos que a Bíblia Sagrada é a única a ter essa resposta, pois desde o começo, lá no Antigo Testamento, Deus vem investindo no homem, não é a melhora do homem que atrai Deus, mas o seu caráter. É o mesmo Deus, do Antigo Testamento, que atrai o homem caótico, confuso e debilitado para Si. 
O Antigo Testamento apresenta um Deus que entra na história humana e lhe apresenta um rumo, uma direção. A graça de Deus só faz sentido porque é um favor, um bem, uma ação de Deus em direção a homens dignos de repúdio. A graça não é manifestação da imanência e sim da transcendência. O Deus eterno, santo, poderoso decide compartilhar sua vida, seus planos, conosco. O Reino de Deus vem, mas não por força ou mérito do homem, mas porque o Rei resolveu abrir as portas do seu palácio para que bêbados e vagabundos entrassem e sentassem à mesa com Ele.
Estamos hoje a mercê como os povos da Torre de Babel, que desconsiderando a Deus, iam rumo a vanglória, segurança pessoal, conforto e plenitude em todas as áreas, esquecemos que temos um exercício incompleto quanto as honras dada ao Criador, precisamos parar e ouvir o que Ele tem a nos dizer.

BIBLIOGRAFIA
BRUNNER, Emil. Teologia da Crise. 1ª Ed: Fonte Editorial, 2004. 

Por Elizama Maria Sales e Ruanna Pereira

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