terça-feira, 6 de agosto de 2019

Deus é eterno e existe por Si mesmo.

(Refutação ao termo Theotokos, mostrando que Maria é Mãe de Jesus mas não de sua Divindade, atribuído à Maria)


A Bíblia Sagrada não tem a preocupação de provar a existência de Deus, pois isto é um fato consumado que não precisa de comprovação. Ou seja: a existência de Deus é auto-evidente como uma crença natural do homem. Deus é transcendente à existência, ou seja, Ele não passou a existir a partir de algum momento, pois só o que foi criado teve um início. Vejamos o que diz Norman Geisler no livro “Quem Criou Deus?”: “Deus não tem início, Ele não precisa de uma causa de Seu início” (2014, p.23). Isso coloca Deus como algo não criado, portanto, eterno, sem começo nem fim. Mas como explicar o título atribuído a Maria pela Igreja Católica como a Mãe de Deus? Esse ensinamento será refutado neste ponto através de referências da Bíblia Sagrada e de alguns escritores cristãos a respeito da Doutrina de Deus, que contradizem este falso ensino tão propagado pelos romanistas.
Antes de tudo, devemos esclarecer que o termo Mãe de Deus surgiu de uma discussão teológica a respeito da pessoa de Jesus Cristo no que tange a sua natureza divina e humana, e não sobre o próprio Deus, Criador de todas as coisas. Porém, atualmente, este termo se confunde. A discussão aconteceu em 431, entre Cirilo de Alexandria e Nestório, patriarca de Constantinopla, e recebeu o veredito favorável ao termo Mãe de Deus no Concílio de Éfeso:

O termo usado pelos cristãos era Theotokos, que literalmente é “Portadora de Deus”, por causa das controvérsias Cristológicas da época, para exaltar a deidade absoluta de Jesus. Nestório se posicionou contrário ao uso do termo. O Concílio de Éfeso condenou o nestorianismo e o termo se manteve para destacar a perfeita deidade de Jesus, por ser Jesus o verdadeiro Deus e o verdadeiro homem. O concílio da Calcedônia, 20 anos mais tarde, declarou o termo Theotokos como mãe do Jesus humano. (SOARES, 2011, p.181).


A Igreja Católica Apostólica Romana afirma que Maria foi eleita para ser a Mãe do Divino Verbo. Entretanto, podemos observar que os discursos e ensinos feitos pelos líderes romanistas trazem algo mais que distorcido, afirmando que Maria não é só Mãe de Jesus Cristo, o Verbo de Deus,  mas do próprio Deus, o Criador de todas as coisas, esquecendo-se do que está escrito nas Escrituras Sagradas: “Antes que os montes nascessem, ou que tu formasses a terra e o mundo, sim, de eternidade a eternidade, tu és Deus” (Sl 90.2). A expressão “eternidade” (hb. olam) refere-se à existência eterna de Deus, que não tem começo nem fim. Um dos grandes problemas para que esses erros continuem acontecendo é que o catolicismo romano se coloca acima das Escrituras Sagradas. Veja o que diz Santo Afonso de Ligório a respeito da maternidade divina de Maria:

Com efeito, não se pode pôr em dúvida que, simultaneamente com o decreto divino da Encarnação, ao verbo de Deus foi também destinada a Mãe da qual devia tomar o ser humano. E essa foi Maria. Ora, em vista da escolha de Maria para Mãe de Deus, convinha certamente que o Senhor, desde o primeiro instante, a adornasse com uma graça imensa, superior em grau à todos os homens e anjos. Pois tal tinha a graça de corresponder à imensa e altíssima dignidade, á qual o Senhor a elevara. Assim, concluem todos os teólogos como S. Tomás. A Santíssima Virgem, diz este, foi escolhida para ser Mãe de Deus e para tanto o Altíssimo capacitou-a certamente com sua graça. Antes de ser perfeita, que a pôs à altura dessa grande dignidade. (LIGÓRIO, 2016, pp. 260,261)


Enfim, a idolatria praticada pelos católicos romanos é gritante no que diz respeito a Maria. Seus ensinos não ficam somente presos às quatro paredes de um templo da Igreja Católica, mas é incentivado nas ruas e nas culturas onde o catolicismo romano predomina. Maria é a pessoa mais cultuada e reverenciada dentro do catolicismo. Essa situação é condenada na Bíblia Sagrada pelo próprio Deus no livro de Êxodo 20 3-5. Os líderes da Igreja Católica Apostólica Romana alegam que não adoram Maria, mas seus atos nos informam que sim. Os que afirmam a adoração a Maria por parte dos romanistas são taxados de hereges por falar isso. Podemos concluir que a causa inicial de alguma coisa deve ser maior que o resultado, não causada, portanto, Deus não pode ter Maria como mãe, pois Ele é “causa” maior que Maria. Deus não tem início nem fim. 
Maria foi um ser humano exemplar, mas, como ser humano, ela nasceu em pecado como qualquer outro. Maria foi uma pessoa agraciada por Deus por causa de sua obediência e fé na promessa de Deus, mas a Igreja Católica deturpou a pessoa de Maria, honrando-a acima de toda a humanidade; colocou-a acima da Trindade e impôs a ela atributos e honrarias que certamente ela não gostaria de ter, nem Deus a daria, pois Deus não dá sua glória a ninguém (Is 48.2). Esta nunca foi a sua intenção de Maria. Podemos vê-la orientando os homens nas bodas de Caná: “[...] Fazei tudo quanto ele vos mandar” (Lc 2.5). Portanto, a vontade de Maria nunca foi tomar ou usurpar a glória ou o lugar de Jesus, mas sempre foi a obediência aos princípios divinos e a honra a Deus e ao Seu Filho, reconhecendo sempre que Jesus era o seu Senhor e Salvador.

Por Rafael Félix.

Nenhum comentário:

Postar um comentário