sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

CONFRONTANDO UMA SOCIEDADE EM QUE O INDIVIDUALISMO TEM SIDO A PRÁTICA COMUM

Hoje vivemos numa “era” que não é nem mais conhecida como uma “era moderna” e sim pós-moderna.  Como dizem alguns, estamos vivendo na era da pós-modernidade, numa era em quem os limites serão superados e ultrapassados.  Hoje em pleno século XXI, muitos valores e práticas consideradas como base e pilares do viver em sociedade tem se deixado de lado, lançados ao esquecimento e um desses valores é sem sombra de dúvida o “relacionamento”.

A sociedade de hoje está voltada mais para o narcisismo, o individualismo e a falta de coletividade.  Hoje a maioria das famílias não se sentam mais a mesa para fazer uma refeição decente.  Cada um faz seu prato e vai comer no sofá, no quarto ou onde quiser e as crianças crescem vendo esse tipo de comportamento.  E não pense que isso acontece apenas com uma única classe social, pelo contrário, isso acontece em todas as classes sociais, não é privilégio apena das classes mais favorecidas.

Mas quando folheamos a carta de Paulo aos Romanos e chegamos nos capítulos (12-15), percebemos que os ensinamentos encontrados nesses capítulos servem para confrontar uma sociedade narcisista e individualista que anda na contramão.  Ao lermos as cartas do apostolo percebemos que ele costuma concluí-la com uma lista de deveres práticos com base nas doutrinas discutidas.  Na vida cristã, a doutrina e o dever andam juntos.  Nossas convicções ajudam a determinar nosso comportamento e relacionamento.  Não basta compreender as explicações doutrinárias de Paulo; devemos transformar nossa aprendizagem em prática e mostrar por meio de nossa vida diária, que cremos na Palavra de Deus.  Paulo vai trazer em nos capítulos 12 a 15 de Romanos um ensino concentrado nos relacionamentos.  Se nos relacionarmos corretamente com Deus, também nos relacionarmos corretamente com as pessoas que fazem parte da nossa vida. 

Paulo começa tratando de forma importantíssima do relacionamento do cristão com Deus (Rm 12.1-2).  Ele os aconselha a viver uma vida de total consagração para com Deus.  Logo em seguida ele trata dos relacionamentos de um cristão com os outros cristãos (Rm 12.3-16).  Paulo está se dirigindo a cristãos que fazem parte das igrejas em Roma.  Ele descreve seu relacionamento uns com os outros comparando-os aos membros de um corpo.  O apóstolo usa essa mesma imagem em (1 Co 12; Ef 4.7¬ 16).  A ideia central é que cada cristão é uma parte viva do corpo de Cristo e cada um tem uma função espiritual a exercer.  Cada cristão tem um dom (ou dons) que deve ser usado para edificar o corpo e aperfeiçoar os outros membros. Em resumo, pertencemos uns aos outros, ministramos uns aos outros e precisamos uns dos outros.  Mais adiante em (Rm 12.17-21) ele trata do relacionamento do cristão com seus inimigos deixando claro que o cristão não deve fazer o papel de Deus e tentar se vingar, mas como filhos de Deus, devemos viver no nível mais elevado - pagando o mal com o bem. O mal só pode ser sobrepujado através do bem. Se pagarmos com a mesma moeda, só alimentaremos ainda mais o conflito.

Logo a seguir ele ensina como deve ser o relacionamento dos cristãos romanos com o Estado (Rm 13.1-14) retratando da importância das autoridades e suas respectivas obediências a elas, embora mesmo que muitos governantes não fossem cristãos, suas autoridades haviam sido constituídas por Deus, os cristãos deveriam respeitá-las.  Logo mais Paulo trata da importância dos cristãos acolherem uns aos outros (Rm 14.1-12), como também edificar uns aos outros (Rm 14.13-23) e agradar uns aos outros (Rm 15.17).  Percebe-se que isso só seria possível se houvesse um bom relacionamento entre eles, coisa que jamais aconteceria se eles vivessem uma vida narcisista e individualista.

Por Nivaldo Gomes.

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