Por Paul Copan e Paul K. Moser
Os sistemas de crenças religiosas não são cognitivamente equivalentes. Cada sistema deve ser tomado por seus próprios méritos cognitivos. Várias religiões do mundo, é claro, têm muitas coisas boas a dizer sobre a vida ética, e algumas exibem certas semelhanças (por exemplo, reconhecimento da necessidade de perdão e purificação moral de algum tipo). Porém, uma vez que passamos a discutir princípios de crenças e a natureza do objeto de devoção e atenção religiosa, vemos diferenças radicais no que diz respeito a:
• a natureza da Realidade Suprema (inexistente, impessoal ou pessoal);
• a natureza do problema humano (ignorância, desejo ou alienação de Deus);
• a solução para o problema humano (alcançar conhecimento, eliminar o desejo ou reconciliar-se com Deus);
• a natureza da vida após a morte (inexistência, dissolução da identidade pessoal ou união com Deus sem eliminar a identidade individual).
Se a Realidade Suprema é impessoal ou está além do bem e do mal, como fundamentamos as categorias pessoais ou morais? Se, como sustenta a escola de hinduísmo Advaita Vedanta, não há distinção entre seres humanos individuais e Brahman, com que base fundamentamos os direitos humanos e a dignidade individuais? Nem todas as religiões são criadas iguais.
Usando a inferência para a melhor explicação disponível, os teístas têm um contexto natural para explicar características importantes do nosso mundo, como a racionalidade, consciência, direitos humanos, valores morais objetivos e a origem e o ajuste fino do universo. Os teístas podem afirmar isso à luz de uma posição livre das deficiências explicativas do reducionismo e do materialismo. Eles também podem preservar nosso reconhecimento comum da racionalidade humana, dignidade, liberdade e obrigação moral. Como observa Alvin Plantinga, o teísmo “oferece sugestões de respostas para uma ampla gama de perguntas intratáveis” [12]. Em outras palavras, considerações sobre a nossa melhor explicação disponível de vários dados sustentam a força do teísmo.
Trecho da Introdução do livro The rationality of theism
Tradução Walson Sales.
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