O conflito entre a ciência e a Bíblia tem sido amargo, principalmente nos últimos 150 anos. A maioria das razões dessa hostilidade está relacionada ao que a pessoa considera ser a natureza e o procedimento de cada domínio. Para muitos, o suposto conflito é resolvido pela separação completa das duas esferas. Isso às vezes é feito pela limitação do papel da religião ou da Bíblia a questões de fé e da ciéncia a questões de fatos. Especificamente, alguns cristãos envolvidos com a ciência argumentam que a Bíblia nos fala sobre “quem e porquê” (Deus), e a ciência lida com os “como” .
Mas essa separação nítida dos domínios da ciência e da Bíblia é insatisfatória, já que a Bíblia não se limita a questões de “quem e porquê”. Ela freqüentemente faz afirmações de fatos sobre o mundo científico. E a ciência não se limita apenas a questões de “como” . Ela também lida com as origens. Do ponto de vista cristão, a relação entre a Bíblia e a natureza é a relação entre duas revelações de Deus,
revelação especial e revelação geral. A primeira é encontrada na revelação de Deus nas Escrituras e a segunda na sua revelação na natureza. Entre essas
duas, quando interpretadas adequadamente, não há conflitos, já que Deus é o Autor de ambas e não pode contradizer-se.
No entanto, como o entendimento científico é apenas o entendimento humano falível da natureza e como teólogos só têm uma interpretação falível das Escrituras, é compreensível que haja contradições nessas áreas. A situação pode ser diagramada da seguinte
maneira:
■ escrituras «—sem conflito—> natureza
■ teologia «—algum conflito—» ciência
A teologia bíblica envolve a interpretação humana do texto bíblico. Como tal, está sujeita a má interpretação e erro. Da mesma forma, a ciência é o conjunto de tentativas humanas falíveis de compreender o universo. Assim, o conflito é inevitável. Por exemplo, a maioria dos cientistas acredita que o universo tem bilhões de anos. Alguns teólogos afirmam que ele tem apenas alguns milhares de anos de idade. Certamente, ambos não podem estar certos.
Extraído do livro "Enciclopédia de Apologética " de Noman Geisler, pág. 167.
Enviado por Sandro Nascimento.
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