Hoje em dia, o Islã tornou-se uma poderosa força geopolítica, e os cristãos estão a procura de formas melhores de compreendê-lo.
O Islamismo aceita alguns segmentos da Escritura cristã como divinamente revelados. Porém o conceito de Deus difere em aspectos importantes da teologia cristã clássica - faz isso claramente ao rejeitar o conceito da Trindade.
O Corão ensina que Jesus não é divino, mas é "apenas um mensageiro de Alá". O erudito islâmico Seyyed Hossein Nasr escreve: " O Corão enfatiza continuamente a Unidade e Unicidade de Deus, e pode-se dizer que a própria razão de ser do Islã é afirmar de forma definitiva e categórica a Unicidade de Deus e a insignificância de todos perante a Majestade desse Um".
Como consequência, certos elementos-chave da pessoalidade estão ausentes no conceito islâmico da divindade. Por exemplo, considere as qualidades associadas com relacionamentos. Somente dentro do relacionar que pode-se expressar atributos interpessoais como amor, compaixão, intimidade, dedicação e comunicação. Somente entre pessoas distintas pode haver dar e receber, iniciativa e reação, compartilhamento e revelação pessoal, união e comunhão. A teologia cristã histórica ensina que esses atributos interpessoais foram expressos desde toda a eternidade através das Três Pessoas da Trindade. Desta forma, o Cristianismo consegue manter dentro da Divindade o mais talto conceito do que significa ser um ser pessoal.
"Todos os tipos de pessoas gostam de repetir a afirmação cristã de que Deus é amor", escreve C. S. Lewis. O amor é algo que uma pessoa tem por outra pessoa. Apenas um Deus de amor pode ser pessoal. Assim a Trindade, em suas diversas expressões na Escritura, é crucial para manter o conceito pessoal de Deus.
Surpreendentemente, a enciclopédia de filosofia The Stanford Encyclopedia of Philosophy relata que o Islã não tem sequer o conceito de pessoa: " Não há conceito algum equivalente ao conceito filosófico ocidental de "pessoa" em árabe e na filosofia islâmica clássica". Este fato parece "confirmar a importância das origens do termo, especificamente cristãs".
Se é verdade que o Islamismo não possui sequer um conceito claro de pessoa, isso explicaria porque tende a ser fatalista, enfatizando a pura submissão à vontade de Alá ( Islã significa submissão). Como Udo Middelman explica, "o Islã é uma religião de resignação (...) Alá fez o mundo, e você deve aceitar a forma como o mundo interage como você, mesmo que o mate. Você não está autorizado a fazer quaisquer perguntas, não pode ter dúvidas e não possui responsabilidade individual. A negação de si mesmo é sua salvação".
Isso também explica por que boa parte do culto muçulmano consiste em rituais quase mecânicos: os adoradores recitam o Corão, em uníssono , palavra por palavra, de cor, no árabe original ( a palavra Corão significa "aquilo que é recitado"). Para citar Middelmann novamente: "sua espiritualidade é repetitiva e impessoal, não um amor de Deus por escolha e deliberado, como todo o seu coração mente e alma.
Muitos muçulmanos não são árabes e não falam a língua. Um livro escrito por dois autores muçulmanos diz: " Não é incomum encontrar pessoas que tem grande parte do texto memorizado, mas não fazem a menor noção da visão de mundo que o permeia". Mas isso é aceitável, dizem os autores, porque no Islã "o entendimento é secundário" a recitação e ao ritual.
Assim, nesse aspecto, o Islã demonstra também o principio reducionista - que uma visão inferior de Deus conduz a uma visão inferior do valor, da condição e da dignidade humana.
Livro: A Busca da Verdade/Nancy Pearcey
Extraído por Fabiana Ribeiro.
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