domingo, 29 de março de 2020

Discurso Apocalíptico

Os capítulos 24 e 25 do Evangelho de Mateus nos apresentam o maior exemplo de literatura apocalíptica nos Evangelhos. Porém, a sua principal ocorrência no Novo Testamento se dá com o livro do Apocalipse. Aqui, no entanto,  podemos observar brevemente que o discurso apocalíptico tipicamente retrata eventos passados, presentes e especialmente futuros, com roupagem altamente simbólica - não para possibilitar que alguém prediga, com antecipação, quando e como as profecias se cumprirão ( pelo menos, não com detalhes) mas, em vez disso, para encorajar o povo de Deus, em tempos extraordinariamente sombrios, com a lembrança de que Ele continua no controle, e de que está conduzindo a história humana a objetivos definidos, que, no final, irão incluir o resgate e  libertação do seu povo, pelo menos espiritualmente , se não fisicamente.

O  discurso apocalíptico ( ou escatológico) de Jesus , na verdade, se destina a moderar um entusiasmo  pelo "fim dos tempos", que pensa que consegue discernir, com base nos eventos atuais, que estamos vivendo na ultima geração da história humana. Os "sinais" que Jesus fornece  aos seus discípulos são eventos que não deveriam alarmá-los , porque "é mister que tudo isso aconteça, mas ainda não é o fim" ( Mt 24.6)
Embora os interpretes discutam qual parte da mensagem  de Jesus responde à pergunta dos discípulos sobre a destruição do Templo nos seus dias, e qual parte trata da sua pergunta sobre a sua volta (v.3), praticamente todos concordam que o objetivo de Jesus era encorajar o modo de vida devoto e fiel, não importando quão longo ou curto o futuro venha ser ( segundo Mt 24.43; 25.46). Infelizmente, cada século da História da Igreja teve aqueles que deixaram completamente  de perceber esta aplicação central, preferindo em vez disso, especular sobre quando, e em quem, os eventos do fim dos tempos se cumpriram. Até hoje, a totalidade absoluta dessas especulações provaram ser falsas, o que deveria inspirar uma considerável humildade por parte daqueles que estão dispostos a continuar fazendo conjecturas.

Livro: Questões Cruciais do Novo Testamento/ Craig L. Blomberg

Via Fabiana Ribeiro.

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