Uma das mais extraordinária operação de imigração dos tempos
modernos realizou-se em 1948, foi denominada tapete mágico, e transportou
dezenas de milhares de judeus para Israel, todos procedentes do Iêmen, pequeno
país situado na extremidade sul da Arábia junto ao mar vermelho, a história
desse povo é fascinante, acredita-se que muitos deles tenha migrado para o
Iêmen nos dias do rei Salomão, e fontes fidedignas confirmam a continuidade
deles naquele país desde os primeiros séculos do cristianismo.
Durante todo esse longo tempo nunca viram Automóvel, um Trem
de ferro, um Avião, a luz elétrica ou qualquer invento moderno, toda sua
cultura consistia em saber de cór o Antigo Testamento, também haviam copiado a
Bíblia à mão de Gênesis a Malaquias da mesma maneira como fazia os escribas dos
dias de Jesus, quando cometiam qualquer erro, por menor que fosse, todo
manuscrito era inutilizado e a tarefa recomeçada a cópia tinha que ser
absolutamente perfeita. enquanto viveram no Iêmen esses israelitas sofreram
todo tipo de opressão por estarem sempre sujeitos às mudanças da política
local, em algumas épocas a situação desses judeus foi comparada a dos escravos,
em 1846 por exemplo: Eles foram obrigados a limpar os esgotos da cidade de
Santana enquanto em 1921 um decreto determinava a conversão dos órfãos judeus
ao islamismo, como se isso não bastasse não podiam usar roupas finas nem usar
meias, era-lhes proibido possuir armas e estudar a Torá fora da sinagoga, era
um verdadeiro milagre que conseguissem ganhar a vida como ourives, tecelões,
ferreiros, marceneiro e mascates. Nessas condições de pobreza geral e de
repetidas humilhações não é de admirar que os movimentos messiânicos
florescessem sendo reprimido duramente pelos governantes da época, contudo os
pseudos-messias continuaram a entusiasmar a população até o século XIX. Os
primeiros imigrantes do Iêmen que chegaram a Israel pareciam seres vindos de
outro mundo, em lugar nenhum durante todo exílio do povo judeu as antigas
tradições tinham sido preservadas tão fielmente como entre eles, desde que os
primeiros núcleos se estabeleceram no Iêmen na época do segundo templo ali
viveram virtualmente isolados de qualquer influência cultural externa,
imprensados entre os conquistadores otomanos e a população Árabe do Iêmen. Foram
excluídos, por lei determinatórias, da sociedade mulçumana dominante, embora
perseguidos pelo mundo exterior, dentro da sua comunidade mantinham com toda
pureza todos ensinamentos e os hábitos transmitidos de pai para filhos desde os
dias em que o sinédrio tinha sua sede em Jerusalém.
Ao tomarem conhecimento da criação do estado de Israel em
1948 os dirigentes Iêmenitas organizaram um grande êxodo da Arábia para
Palestina, o primeiro ministro de Israel (David Ben-Gurion) pediu auxílio ao
governo Americano o qual enviou Aviões comerciais ao Aeroporto de Adem de onde,
controlados pelos ingleses, levaram os judeus Iêmenitas para sua pátria. O
único meio possível para chegar ao Porto de Adem era a pé, e assim fizeram,
alguns deles caminharam 1500 KM atravessando desertos e montanhas. Em certas
ocasiões andavam debaixo de temperaturas escaldantes, noutras sobre
temperaturas frigídas muito abaixo de zero.
O governo de Israel enviou pessoal e equipamento para filmar
este grande êxodo, ouviam-se as crianças gritar por água, umas tropeçando
outras caindo, mas podia ouvir também os Rabi que em tom vibrante estranho
dizia: dai mais um passo filhinhos, nós vamos a caminho da pátria para
encontrar o Messias, dificilmente eles punha o pé na frente do outro, mas mesmo
tropeçando prosseguiram.
Ao chegarem a Adem e verem aquelas enormes aves enviadas
pelo governo israelense para transportarem para sua antiga terra, os judeus
Iêmenitas se recusaram a entrar nelas, então seus Rabis leram a profecia de
Isaías acerca do futuro retorno dos filhos de Israel. (Quem são estes que vêm
voando como nuvens, e como pombas às suas janelas? Is: 60;8.)
Depois de explicarem que Deus os mandaria buscar e levar a
pátria em asas de águias os judeus Iêmenitas subiram resolutamente para os aviões
sem qualquer receio.
Em 450 vôos a Operação tapete mágico transportou cerca de
70.000 israelitas, e muitos deles ao chegarem em Israel beijaram o solo e
perguntaram: onde está o Messias?.
Abraão de Almeida
Compilação: Eziel Ferreira
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