Por Walson Sales
Estamos vivendo no tempo
da informação e onde o conhecimento está disponível como nunca esteve. Muitos
jovens cristãos estão sendo atacados nas escolas e universidades. Eles são
ridicularizados por crerem em Deus. A crença em Deus hoje é considerada nos meios
acadêmicos como algo ultrapassado e o crente é tratado como alguém digno de
pena em uma sociedade considerada pós-cristã e pagã. Dentro deste mundo de
informações, nós não podemos conhecer tudo, entretanto, podemos “estar
preparados para responder com mansidão a razão da esperança que há em nós” (I
Pedro 3.15). Não só podemos, precisamos. Como poderemos estar preparados para
responder? Para dar uma razão da nossa crença? Como poderemos justificar o
tempo desperdiçado? E como poderemos desperdiçar a nossa mente? J. Gresham
Machen (apud CRAIG, 2004, p. 15) afirma acertadamente que “hoje o principal
obstáculo à religião cristão está no campo do intelecto, a igreja está
perecendo hoje por falta de reflexão e não por excesso”. E é nesse campo que as
questões devem ser discutidas. Mas utilizar a razão em questão de fé significa
necessariamente que “provar”, por exemplo, a existência de Deus a um ateu, quer
dizer “fornecer evidência adequada ou dar boas razões, sendo possível concluir
que é possível provar a existência de Deus e a veracidade do cristianismo”
(GEISLER, 2002, p. 60).
Os cristãos sempre
defenderam suas crenças no campo das ideias. Um exemplo bem conhecido na vida
do Apóstolo Paulo – particularmente apreciado por apologistas – é sua palestra
no Areópago em Atenas, mencionado em Atos 17. Neste local, onde importantes
assuntos, civis e religiosos eram discutidos, Paulo se dirigiu a uma audiência
diversificada e educada, incluindo “filósofos Epicureus e Estoicos” (v. 18).
Paulo procurou estabelecer um fundamento comum com sua audiência, recomendando
a devoção religiosa dos Atenienses, citando dois de seus poetas e conectando
suas intuições sobre o “deus desconhecido” com o Deus da Escritura e a pessoa e
a obra de Jesus Cristo. Dois mil anos depois, aqueles entre nós que se esforçar
para recomendar o Evangelho e a cosmovisão cristã a uma audiência cética estão
seguindo os passos de Paulo. Um dos locais mais importantes no mercado das
ideias hoje é a internet, o Areópago moderno (REESE, 2010). E, no nosso propósito
aqui, a universidade.
Muitas ideias têm sido
propagadas contra a fé, principalmente contra o Cristianismo pelos principais
líderes ateus da atualidade. O problema com as declarações de, por exemplo,
Christopher Hitchens que “a religião envenena tudo” é que é tanto vaga quanto
extrema. O termo religião na
literatura existente é notadamente vaga e difícil de se definir. E se Dennett e
Hitchens sugerem que Stalin era “religioso” de alguma maneira, então, neste
ponto, nós levantamos nossas mãos em perplexidade. A declaração de Hitchens
sobre a influência nociva da religião também é extrema em seu desequilíbrio. A
religião envenena tudo e não trás benefício algum? Mais ponderados, ateístas
sofisticados discordariam fortemente. Como o filósofo ateu Walter Sinnott-Armstrong
responde, esse slogan de que a religião envenena tudo é “impreciso e
insultante”. Ele aconselha os ateus a não aplaudir ou rir das brincadeiras de
Hitchens, nem devem permanecer em silêncio. Para Sinnott-Armstrong, a crítica
da religião de Hitchens é “como um parente decrépito” que está constantemente
fazendo “afirmações bizarras”; sua apreciação nem é justa, nem muito
esclarecedora (COPAN, 2011, p. 217). Não negamos que pessoas se utilizaram de
um zelo religioso na história e fizeram coisas que não representam os ensinos
originais do evangelho como as cruzadas, a inquisição, a caça as bruxas e a
luta entre católicos e protestantes na Europa. Uma análise impessoal mostrará
que estas ações foram realizadas por pessoas que se afastaram dos ensinos
originais do Cristianismo.
Tem uma coisa, antes de você
prosseguir lendo, que você precisa aprender sobre como dialogar com os que
criticam a sua fé: você deve e sempre deve, depois de apresentar a sua versão
ou a versão da sua crença, exigir uma resposta, ou seja, a posição do seu
opositor. Neste quesito você se surpreenderá que a resposta não terá uma base
racional e estará em um nível de fé absurda, até mesmo infantil, quando os
padrões metodológicos são utilizados. Você verá que os seus oponentes criticam
o que não conhecem e pior, sem um verdadeiro conhecimento científico ou
filosófico. É onde o naturalismo metodológico ou o naturalismo filosófico surge
como se fosse a verdadeira ciência. Mas esta é uma oportunidade única para
iniciar um diálogo. Carson Weitnauer (2013) Em qualquer diálogo entre
diferentes cosmovisões, é crucial definirmos nossos termos cuidadosamente.
Enquanto existem muitos tipos de “ateísmo”, talvez a versão mais comum também é
chamada de “Naturalismo”. Em uma conferência em 2012, proeminentes ateus como
Richard Dawkins, Daniel Dennet, Rebecca Goldstein, Alex Rosenberg, Sean Carrol,
Jerry Coyne e Steven Weinberg definiram os seus pontos de vistas em comum como:
A visão de que só há uma esfera de existência, o
mundo natural, cujo comportamento pode ser estudado por meio da razão e da
investigação empírica. Os princípios básicos de funcionamento do mundo natural
parece ser impessoal e inviolável; componentes microscópicos de matéria
inanimada obedecendo as leis da física se ajustam em estruturas complexas para
formar seres humanos inteligentes, emotivos e conscientes.
Aqui nós devemos fazer
uma decisão entre duas realidades potenciais: um mundo em que somente as forças
naturais estão funcionando (uma cosmovisão ateísta conhecida como Naturalismo
Filosófico) ou um mundo em que forças sobrenaturais estão funcionando em adição
as forças naturais (como representado pela Cosmovisão Teísta) (WALLACE, 2010).
O Cristianismo está inserido na Cosmovisão Teísta. A crença é a de que existe
um Deus por trás da criação. Portanto, não fique triste ao ser chamado de bobo
ou infantil por crer em Deus, você está diante de uma grande oportunidade de
pedir uma resposta aos maiores questionamentos da existência humana e elas não
recebem uma resposta coerente sem a presença de Deus no argumento. Entretanto,
não esqueça de exigir do seu oponente, sempre com muito respeito, o que ele
pensa e como ele pode provar que Deus não existe. Mcgrath (2008, p. 129) afirma
que “de todas as religiões do mundo, o cristianismo é a que foi submetida ao
exame mais intenso, persistente e crítico nos últimos trezentos anos. Ela
sobreviveu nos meios culturais e intelectuais mais hostis”. Sem esquecer que o
autor menciona que o cristianismo é a única religião do mundo que repousa sobre
4 fundamentos: história, razão, revelação e experiência. Isso é muito
significativo pelo fato de que todos os demais pensamentos religiosos
tropeçarão em um destes pilares (Ibdem).Você não irá sucumbir agora, pois você
é o agente que será usado por Deus nesta luta. Weitnauer (2013) arremata, mas,
e sobre o ateísmo? Embora tenha sido persistentemente vendido a nós como uma
visão de mundo que representa a razão e a ciência, a verdade é que a cosmovisão
ateísta está cheia de contradições e afirmações bizarras. E porque a maior
parte das pessoas secularizadas não estudaram o porquê o ateísmo é verdadeiro,
uma excelente estratégia evangelista para você e sua igreja é entender os
desafios ao ateísmo.
Quando se fala das
Origens, logo vem a nossa mente o dualismo Criação x Evolução. A Criação é
colocada pelos cientistas, de forma geral, como algo ilusório. A Evolução
(materialismo, ateísmo e naturalismo), segundo eles, é o verdadeiro conhecimento
científico sobre as Origens, primeiro do Universo e depois da Vida. Onde está a
verdade sobre este tema? A Bíblia nos dá informação confiável sobre a origem de
todas as coisas, como algo criado por Deus? Pelo menos a Bíblia nos afirma:
―Os céus proclamam a
Glória de Deus e o firmamento anuncia as obras de suas mãos (Salmo 19.1).
O primeiro verso da
Bíblia também declara de forma inequívoca:
―No principio criou Deus
os céus e a terra (Genesis 1.1).
Perceba
que a Bíblia não se preocupa em provar a existência de Deus, a Bíblia pressupõe
a existência de Deus como um axioma. Quais seriam as implicações de negar estes
versos bíblicos? Primeiro, estas informações não seriam verdadeiras. Segundo,
possivelmente Deus não existiria. No entanto, a maioria dos ateus não tem boas
razões para a descrença. Eles simplesmente aprenderam a repetir o Slogan: “Não
existem boas evidências para a existência de Deus!”. No caso do Cristão que não
tem boas razões ou bons argumentos para o que ele crê, esse slogan serve como
um efetivo ponto de parada da conversa. Mas, se nós temos boas razões e bons
argumentos para a nossa crença, então, esse slogan serve como um efetivo ponto
de partida na conversa. A coisa boa é que os ateus tendem a ser pessoas muito
apaixonadas e querem crer em alguma coisa. Os ateus que simplesmente repetem
esse slogan após ter sido apresentado com os argumentos a favor da existência
de Deus, fazem sempre declarações vazias.
Vamos
iniciar nossa investigação com os cinco maiores questionamentos da existência
humana, são eles:
1 – Origem: De onde
viemos?
2 – Identidade: Quem
somos?
3 – Propósito: Por que
estamos aqui?
4 – Moralidade: Como
devemos viver?
5 – Destino: Para onde
vamos? (GEISLER & TUREK, 2006, p.20)
Esses são os maiores questionamentos da existência do
Universo e da Vida em nosso planeta. E o Evolucionismo (Materialismo, Ateísmo,
Naturalismo) não responde a essas perguntas coerentemente. Nem por meio da
ciência ou da Filosofia. A única resposta a essas perguntas se encontram na
revelação de Deus, tanto na Criação, quanto na Bíblia. Não existe uma real
batalha entre a ciência e o Cristianismo e podemos ver isso na Revelação Geral e Especial, respectivamente
comparando-as com as descobertas científicas de forma geral. Eu sustento a
cosmovisão teísta porque eu creio que ela explica melhor o mundo ao meu redor e
de uma forma que simplesmente não pode ser igualada pelo naturalismo filosófico
que é inerente ao ateísmo. As 10 mais intrigantes e importantes questões que
podem ser levantadas pelos seres humanos, e são existenciais, o teísmo Cristão
continua a oferecer a melhor explicação, especialmente quando comparada ao
naturalismo filosófico (ateísmo) e as religiões orientais (que é à base de todo
o pensamento espiritualista esotérico no mundo). Veja por exemplo, a ampliação
destes grandes questionamentos:
●
Como o Universo passou a existir?
●
Porque há aparência de Design
(Sintonia Fina/ajuste fino) no Universo?
●
Como a vida se originou?
●
Porque há aparência de Evidência de
Inteligência na Biologia?
●
Como a Consciência Humana passou a
existir?
●
De onde vem o livre arbítrio?
●
Porque os seres humanos são tão
contraditórios na natureza?
●
Porque existem Verdades Morais
Transcendentes?
●
Porque nós acreditamos que a vida
humana é preciosa?
●
Porque existe Dor, Mal e Injustiça
em nosso mundo?(WALLACE, 2010).
Como já especulava o grande filósofo e matemático Gottfried
Wilhelm Leibniz: “..a primeira questão que nós temos o direito de perguntar
será, ‘porque existe alguma coisa ao invés do nada?’” (apud DEMING, 2010).Estes
questionamentos são tão sérios, que só pra nós termos uma ideia, a primeira
pergunta não faz sentido sem a intervenção de Deus. Exemplo, se alguém quiser
saber apenas sobre a Origem, ele tem que enfrentar os problemas decorrentes.
Sendo assim, tratarei sobre cinco pontos básicos sobre o assunto da existência
de Deus, a saber: A Origem do universo, a Ordem Complexa do Universo e da vida,
O Argumento da Moralidade, Os Fatos Históricos concernentes a Vida, Morte e
Ressurreição de Jesus e a Experiência Imediata de Deus. Sendo esta última
apenas implícita de uma forma geral. Abordarei aqui alguns assuntos que tomados
em conjunto constituem em poderoso argumento cumulativo a favor da existência
de Deus e em excelentes respostas com considerações filosóficas, científicas,
morais e históricas. Sem descartar o maior principio metafísico e experimentado
no nosso senso comum de que do nada, nada vem. Deve haver uma causa
transcendente que trouxe o universo a existência. Então, que razões podem ser
dadas em defesa do teísmo cristão? Eu tenho defendido as cinco razões
seguintes. É o que veremos no tópico a seguir.
1. Deus provê a melhor explicação
para a origem do universo. Dadas as evidências científicas que
nós temos sobre o nosso universo e suas origens, e reforçado por argumentos
apresentados por filósofos por séculos, é altamente provável que o universo
teve um inicio absoluto. Desde o universo, como todas as demais coisas, não
poderiam meramente passado a existir sem uma causa, deve existir uma realidade
transcendente além do tempo e do espaço que trouxe o universo a existência.
Esta entidade deve ser enormemente poderosa. Somente uma mente transcendente e
incorpórea se encaixa adequadamente com esta descrição. Para piorar a questão
do Evolucionismo e do Ateísmo como um todo, vamos analisar a cronologia das
descobertas científicas da Origem do Universo. Até 1917, os ateus pensavam que
o Universo era necessário e a matéria era eterna. Quais as implicações desses
pensamentos? Se isso fosse verdade, Deus não existe. Mas em 1917, Albert
Einstein formulou a sua famosa Teoria da Relatividade. Quais as implicações das
descobertas de Einstein? O universo teve origem em um passado finito.
Implicações? Deus existe! Ele descobriu o evento que os ateus denominaram de
Big Bang. Vejamos mais ou menos como foi:[1]
1 – 1917 – Einstein
formula a Teoria da Relatividade; Mas ela precisava ser confirmada por outras
observações científicas. Por exemplo, para que o universo tivesse sido criado,
o Universo teria que estar em expansão. O flash de luz de quando o universo
surgiu deveria ser encontrado. Todas as estrelas e galáxias deveriam poder ser
rastreadas até o ponto de onde elas surgiram.
2 – 1919 – O Astrônomo
inglês Arthur Eddington, um ateu, fazendo um experimento durante um eclipse
solar, confirma que a Teoria de Einstein era verdadeira. Ele ficou tão
frustrado com a descoberta, por causa das implicações que disse: ―”Eu
preferiria ter encontrado um verdadeiro buraco”.[2]
3 – 1927 – O Astrônomo holandês
William de Sitter descobriu que o Universo está em expansão;[3]
4 – 1929 – O próprio
Albert Einstein vai até o Observatório no Monte Wilson e vê pelo telescópio o
universo em expansão. Ele ficou tão impactado com essa observação que proferiu
a sua famosa frase: ―”Quero saber como Deus criou o universo”;
5 – 1965 – Os cientistas
Arno Penzias e Robert Wilson dos laboratórios Bell, fazendo um experimento,
descobriram uma luz avermelhada sendo captada pelas antenas. Eles subiram nos
telhados, limparam os dejetos de pombos e quando voltaram, aquele brilho
avermelhado vinha de todos os lados do Universo. Eles haviam “tropeçado” na
maior descoberta científica do século 19. Eles descobriram a luz de quando o
Universo foi criado; Quando eles foram receber o prêmio Nobel de Física, eles
leram o Salmo 19.1.
6 – 1989 – A Nasa lança
um satélite de 200 milhões de dólares, chamado de COBE – Cosmic Background
Explorer. Tentando rastrear a semente de cada estrela e galáxia no universo.
7 – 1992 – George Smoot,
líder da pesquisa com o COBE, divulgou as descobertas do satélite. Ele disse
que era possível rastrear cada estrela ou galáxia até o ponto de onde eles
surgiram. Ele ficou tão impactado com a descoberta, que disse: ―Se você é
religioso é como estar olhando para Deus [...] são marcas mecânicas da criação
do universo ou impressões digitais do Criador. Detalhe, George Smoot é ateu.
Um
dos principais detalhes destas descobertas científicas era que antes dessa
criação, não existia exatamente nada. Nem tempo, espaço ou matéria. O que diz o
livro de Gênesis 1.1? ―No principio [tempo], criou Deus os céus [espaço] e a
terra [matéria].A evidência científica confirma o que a Bíblia já afirmava a
milhares de anos atrás.Como as coisas são engraçadas.
2. Deus prove a melhor explicação para o ajuste fino do
universo. A física contemporânea tem
estabelecido que o universo é milimetricamente ajustado para a existência de
vida interativa e inteligente. Ou seja, para que vida inteligente e interativa
exista, as constantes e as quantidades fundamentais da natureza devem estar em
uma faixa incompreensivelmente estreita para permitir a vida. Existem três
explicações rivais a este ajuste fino extraordinário: necessidade física, acaso
ou design. Os dois primeiros são altamente implausíveis, dadas as constantes e
quantidades fundamentais independentes das leis da natureza e as manobras
desesperadas necessárias para salvar a hipótese do acaso. Isto deixa o design
como a melhor explicação. David Wood afirma que existem duas versões principais
do Argumento do Design: (1) o Argumento da Sintonia Fina, e (2) o Argumento da
Complexidade Biológica. Os Físicos estão bem conscientes do fato de que as
constantes no nosso universo parecem tão bem ajustadas para a vida. Se a força
gravitacional, a força nuclear fraca, a força nuclear forte e a força
eletromagnética fossem alterados mesmo levemente, os seres humanos não
existiriam. Desde que não existe nenhuma explicação naturalista em porque estes
valores deveriam estar exatamente corretos para a vida, a sintonia fina do
cosmos fornece uma forte evidência de um projeto inteligente. Um cosmos
ajustado de maneira primorosa para a vida, no entanto, não nos fornece a vida.
Passos adicionais são requeridos para alcançar células vivas, organismos
multicelulares, ecossistemas completos e especialmente seres conscientes, auto reflexivos.
A complexidade de até mesmo o mais básico organismo vivo (deixe somente a
complexidade de vida mais avançada) é evidência adicional de um projeto
inteligente (apud DEMBSKI & LICONA, 2010, p. 41). Craig afirmou, quando
debateu com Flew em 1998, que durante os últimos trinta anos os cientistas têm
descoberto que a existência de vida inteligente depende de um balanço delicado
e complexo das condições iniciais dadas unicamente no próprio Big Bang. Nós
agora sabemos que universos onde a vida é impossível são vastamente mais
prováveis do que qualquer universo onde a vida é possível, como o nosso. Qual é
mais provável? Bem, a resposta é que as chances de existência de um universo
onde a vida é possível são tão infinitesimais quanto incompreensíveis e incalculáveis
(CRAIG, apud WALLACE 2003, p. 22). Craig, quando debatia com Flew, também
destacou sobre as constantes da física. Os dados que ele trás são reveladores:
Por exemplo, Stephen Hawking estimou que se a taxa de
expansão do universo, um segundo após o Big Bang tivesse sido menoraté mesmo em
uma parte de cem mil milhões de milhões, o universo teria entrado em colapso
dentro de uma bola de fogo ardente.
P.C.W. Davies calculou que as probabilidades contra as
condições iniciais serem adequadas para a formação posterior das estrelas (sem
as quais os planetas não existiriam) é o número 1 seguido de um mil bilhões de
bilhões de zeros no mínimo.
Frank Tipler e John Barrow também estimaram que uma mudança
na força da gravidade ou na força fraca por apenas uma parte em 10100
teria impedido a permissão da vida no universo.
Existem cerca de 50 quantidades e constantes como estas,
presentes no Big Bang que deveriam ser finamente sintonizadas para que a vida
fosse possível no universo. E não é somente cada quantidade que deve ser
finamente ajustada. As proporções delas ligadas umas com as outras também devem
ser extraordinariamente ajustadas (CRAIG, apud WALLACE 2003, p. 24).
Estes dados são incrivelmente
relevantes e apontam, sem sombra de dúvidas, para o Designer do Universo. Como
afirmou o biólogo Jonathan Wells “Como todas as outras teorias científicas, a
evolução Darwiniana deve ser continuamente comparada com a evidência. […] Se
ela não se encaixa com a evidência, ela deve ser reavaliada ou abandonada – do
contrário isso não é ciência, mas mito” (STROBEL, 2004, p. 277.). Strobel
escreveu, “Para abraçar o Darwinismo, a pessoa deve crer que:
• O nada produz tudo
• A não vida produz vida
• Aleatoriedade produz ajuste fino
• Caos produz informação
• Inconsciência produz consciência
• Irracional produz a razão.
E
ele arremata “Baseado nisto, eu fui forçado a concluir que o Darwinismo
requereria um salto cego de fé, coisa que eu não estava querendo fazer”
(STROBEL, 2004, p. 277).
3. Deus provê a melhor explicação
dos valores e obrigações morais objetivas. Mesmo os
ateus reconhecem que algumas coisas, por exemplo, o Holocausto, são
objetivamente más. Mas, se o ateísmo é verdadeiro, que bases existem para a
objetividade dos valores morais que nós afirmamos? Evolução? Condicionamento
Social? Estes fatores podem, na melhor das hipóteses, produzir em nós
sentimentos subjetivos que existem valores e obrigações morais objetivas, mas
eles não fazem nada para prover a base para estes sentimentos. Se a evolução
humana tomou um caminho diferente, um conjunto de sentimentos morais muito
diferentes pode ter evoluído. Em contraste, o próprio Deus serve como o
paradigma de bondade e seus mandamentos constituem nossas obrigações morais.
Assim, o teísmo provê a melhor explicação das obrigações e valores morais
objetivos.
Se
Deus não existe, então, valores morais objetivos não existem. Muitos teístas e
ateístas concordam semelhantemente nesse ponto. Por exemplo, Russel observou:
“A
ética surge da pressão da comunidade sobre o individuo. O homem…nem sempre
sente instintivamente os princípios que são aplicados pelo seu grupo. O grupo,
ansioso que o individuo agisse em seu benefício, inventou vários dispositivos
para fazer os interesses do individuo alinharem-se com os do grupo. Um desses…é
a moralidade”.
Michael
Ruse, um filósofo da ciência na Universidade de Guelph, concorda. Ele explica:
“Moralidade
é uma adaptação biológica, não menos do que as mãos, os pés e os
dentes…considerados como uma racionalidade justificável, um conjunto de
declarações sobre alguma coisa objetiva, [ética] é ilusória. Eu aprecio quando
alguém diz ‘ame seu próximo como a si mesmo’; eles acham que estão se referindo
sobre e além de si mesmos…não obstante,….tal referência é verdadeiramente sem
fundamento. Moralidade é apenas uma ajuda à sobrevivência e reprodução…e
qualquer significado mais profundo é ilusório…”
Friedrich
Nietzsche, o grande ateu do século dezenove que proclamou a morte de Deus,
entendeu que isso significava a destruição de todo o significado e valor da
vida. Eu acho que Friedrich Nietzsche estava certo. Mas nós temos que ser muito
cuidadosos aqui. A questão aqui não é: “Nós devemos crer em Deus a fim de viver
vidas morais?”. Eu não estou dizendo que nós devemos. Nem essa é a questão:
“Nós podemos reconhecer valores morais objetivos sem crer em Deus?”.
Eu
acho que nós podemos. Ao invés, a questão é: “Se Deus não existe, valores
morais objetivos existem?”.
Como
Russell e Ruse, eu não vejo qualquer razão para achar que na ausência de Deus,
a moralidade do grupo, evoluída do homo sapiens é objetiva. Depois de tudo, se
não existe nenhum Deus, então, o que há de tão especial nos seres humanos? Eles
são somente subprodutos acidentais da natureza, os quais evoluíram
relativamente a pouco tempo a partir de um grão de poeira infinitesimal,
perdidos em algum lugar em um universo hostil e sem sentido, e condenados a
perecer coletivamente e individualmente em um futuro relativamente próximo.
Na
visão ateísta, algumas ações – por exemplo, estupro – podem não ser socialmente
vantajosas e então, no curso do desenvolvimento humano, tornaram-se um tabu.
Mas isso não prova absolutamente nada no sentido de que o estupro é realmente
errado. Na visão ateísta, não há nada realmente errado no fato de você estuprar
alguém. Assim, sem Deus não existe nenhum certo ou errado absoluto que se impõe
em nossa consciência.Mas o problema é que valores morais absolutos existem e,
no fundo, eu acho que todos nós sabemos disso.
4. Deus prove a melhor explicação
concernentes aos fatos históricos da vida, morte e ressurreição de Jesus.
Historiadores chegaram a algum tipo de consenso que o Jesus histórico declarou
que o Reino de Deus adentrou a história humana em si mesmo. E ele conduziu um
ministério de milagres e exorcismos como evidência deste fato. No entanto, a
maioria dos estudiosos concordam que após sua crucificação, o tumulo de Jesus
foi encontrado vazio por um grupo de suas discípulas, que vários indivíduos e
grupos de pessoas viram aparições de Jesus vivo após sua morte, e que os
discípulos originais de repente e sinceramente passaram a crer e a pregar na
ressurreição de Jesus a despeito de suas predisposições ao contrário. Não
consigo imaginar em nenhuma outra explicação destes fatos, a não ser a que os
discípulos deram: Deus ressuscitou a Jesus da morte.
Agora,
a maior parte das pessoas provavelmente pensariam que a ressurreição de Jesus é
apenas alguma coisa que você deve acreditar ou pela fé, ou então não acreditar.
Mas existem, na verdade, três fatos estabelecidos, reconhecidos pela maioria
dos historiadores do Novo Testamento hoje, que eu creio, são mais bem
explicados pela ressurreição de Jesus.
Fato
1. No domingo seguinte a sua crucificação, o túmulo de Jesus foi encontrado
vazio por um grupo de mulheres, suas seguidoras. Segundo Jacob Kremer, um
estudioso Austríaco que se especializou no estudo da ressurreição, ‘de longe, a
maior parte dos estudiosos mantém firmemente a confiabilidade dos relatos
bíblicos sobre o túmulo vazio’. Fim da citação.
Fato
2. Em ocasiões separadas, diferentes indivíduos e grupos viram aparições de
Jesus vivo após sua morte. Segundo o proeminente crítico alemão do Novo
Testamento Gerd Ludemann, ‘pode ser tomado historicamente certo que…os
discípulos tiveram experiências após a morte de Jesus em que Ele apareceu-lhes
como o Cristo Ressurreto’. Essas aparições foram testemunhadas não somente
pelos crentes, mas também pelos descrentes, céticos e até inimigos.
Fato
3. Os discípulos originais vieram a crer na ressurreição de Jesus, apesar deles
terem muita predisposição ao contrário. Os judeus não tinham nenhuma fé em um
Messias sofredor, muito menos ressurreto. E as crenças judaicas sobre o
pós-vida impediam qualquer ressurreição da morte antes do fim mundo. Contudo,
os discípulos originais de Jesus, de forma repentina, passaram a crer na
ressurreição de Jesus tão fortemente que eles se dispuseram a morrer pela
verdade dessa crença. Luke Johnson, um estudioso do Novo Testamento da
Universidade Emory, discorre: ‘algum tipo de uma poderosa experiência
transformativa é necessária para gerar o tipo de movimento que o cristianismo
primitivo foi’ N.T. Wright, um eminente estudioso britânico conclui: ‘Isso
porque, como um historiador, eu não posso explicar o surgimento do cristianismo
primitivo, a menos que Jesus tenha ressuscitado, deixando um túmulo vazio atrás
dele’.
Tentativas
de explicar esses três grandes fatos – como “os discípulos roubaram o corpo” ou
“Jesus na realidade não estava morto” – tem sido universalmente rejeitadas pela
erudição contemporânea. O simples fato é que não existe nenhuma explicação
naturalista plausível desses três fatos. E, portanto, parece-me que o Cristão
está amplamente justificado em crer que Jesus ressuscitou e que era quem Ele
declarava ser. Mas, isso implica que Deus existe (CRAIG, apud WALLACE 2003).
5. Deus pode ser pessoalmente
conhecido e experimentado. Ao longo da história, os cristãos
tem encontrado um conhecimento pessoal com Deus através de Jesus Cristo e
tiveram as suas vidas transformadas.
Esse
não é realmente um argumento para a existência de Deus. Ao invés disso, é a
declaração de que você pode saber que Deus existe a parte de quaisquer
argumentos, simplesmente experienciando-o. Essa era a forma que as pessoas na
Bíblia conheciam a Deus. Como o professor John Hick explica:
“Deus
era conhecido por eles como uma vontade dinâmica interagindo com suas próprias
vontades, uma dada realidade absoluta impossível de não ser reconhecida, tal
como uma tempestade destrutiva e o sol vivificante…Para eles, Deus não era…uma
ideia adotada pela mente, mas uma realidade experiencial que deu significado
para suas vidas”.
Agora,
se esse é o caso, então há o perigo de que as provas a favor da existência de
Deus, na verdade, podem distrair a sua atenção do próprio Deus. Se você está
buscando a Deus sinceramente, então Deus fará a sua existência evidente para
você. A Bíblia promete: ‘Chegue-se a Deus e Ele se chegará a você’. Assim, nós
não devemos nos concentrar nas provas externas pois falhamos em ouvir a voz de
Deus falando aos nossos próprios corações. Para aqueles que ouvem, Deus se
torna uma realidade imediata em suas vidas.
Concluindo,
então, nós já temos visto alguns argumentos que mostram que Deus existe.
Juntos, esses argumentos constituem em um poderoso e cumulativo caso a favor da
existência de Deus, e, portanto, eu acho que o teísmo é uma cosmovisão mais
plausível (CRAIG, apud WALLACE 2003).
REFERÊNCIAS:
COPAN,
Paul. Is God a Moral Monster? Making
sense of The Old Testament God. Grand Rapids, MI: Baker Books, 2011
CRAIG,
William Lane. A Veracidade da Fé Cristã
(H. U. Fuchs, trad.). São Paulo: Edições Vida Nova, 2004.
D’SOUZA,
Dinesh. A Verdade sobre o cristianismo:
Por que a religião criada por Jesus é moderna, fascinante e inquestionável;
[tradução Valéria Lamim Delgado Fernandes]. Rio de Janeiro: Thomas Nelson
Brasil, 2008
DEMBSKI,
William A; LICONA, Michael R (Ed.). Evidence
for God: 50 Arguments for Faith from the Bible, History, Philosophy and
Science. Grand Rapids, MI: Baker Books, 2010.
DEMING, Kyle. Testing Christianity's Core Truth Claims (2010). Recuperado de: http://www.apologetics315.com/2010/04/essay-testing-christianitys-core-truth.html,
acessado em 13/11/2013
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Norman L; TUREK, Frank. Não Tenho Fé
Suficiente Para Ser Ateu (E. Justino, trad.). São Paulo: Editora Vida,
2006.
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MCGRATH,
Alister. Apologética cristã no século
XXI: Ciência e arte com integridade. São Paulo: Vida, 2008.
REESE,
Chris. Is Christianity True? Essay Series: Foreword (2010). Recuperado
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STROBEL, Lee. The
Case For A Creator: A Journalist Investigates Scientific Evidence That Points
Toward God. Grand Rapids, Michigan: Zondervan,
2004
WALLACE,
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WALLACE,
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Craig-Flew Debate. Burlington, USA: Ashgate Publishing, 2003
WEITNAUER, Carson. Five Challenges for your Secular Friends.
Recuperado de: http://www.reasonsforgod.org/2013/05/five-challenges-for-your-secular-friends/, acessado em 12/12/2013
[1]Todos os itens numerados foram retirados de
Geisler&Turek (2006) comentados e ampliados pelo autor.
[2] Mas depois, o grande astrônomo inglês, Arthur Eddington,
declarou que se o universo puder ser comparado a um relógio, o fato de que o
tempo no relógio está constantemente passando leva a conclusão de que houve um
momento em que se deu corda no relógio (apud D’SOUZA 2008, p. 139).Depois ele
finalmente admitiu a veracidade do Big Bang, reconheceu que “o começo parece
apresentar dificuldades insuperáveis a menos que concordemos em olhar para ele
como algo francamente sobrenatural” (Ibdem, p. 147).
[3] No final da década de 1920, o astronomo Edwin Hubble,
olhando do telescópio de dois metros e meio do Observatório do Monte Wilson, na
Califórnia, observou através do redshift (em termos simples, o desvio para o
vermelho) da nebulosa distante que as galáxias estavam se afastando rapidamente
uma das outras. O número de estrelas envolvidas nessa dispersão galáctica
sugeria um universo espantosamente vasto, muito maior do que qualquer pessoa
havia imaginado. Algumas galáxias estavam a milhões de anos-luz de distancia [...]
Hubble notou que planetas e galáxias inteiras estavam se afastando uns dos
outros em velocidades fantásticas. Além disso, parecia que o próprio universo
estava ficando maior. O universo não estava se expandindo para o espaço de
fundo, porque o universo já contém todo o espaço que existe. Por incrível que
pareça, o próprio espaço estava se expandindo junto com o universo (D’SOUZA
2008, p. 140).
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