POR MARTIN LUTERO.
TRANSC. OSWALD BAYER
INTRODUÇÃO.
A pergunta pela autoridade da Bíblia recebeu na era moderna outras dimensões, diferentes daquelas que tinha na época de Lutero. No entanto, já em Lutero se encontram decisões hermenêuticas fundamentais que até hoje não perderam nada de sua validade. Assim como ocorre em toda exposição da teologia de Lutero. Também neste ponto devem ser levadas em conta questões atuais, sim especialmente neste ponto.
1.A PRIMAZIA DA ESCRITURA FRENTE A OUVINTES E INTÉRPRETES.
A tese básica de Lutero é esta: “Sacra Scriptura sui ipisus interprets” – A Sagrada Escritura interpreta a sí própria . esse tese vai muito além do método da concordância, segundo o qual uma passagem da Escritura deve ser interpretada por outra e harmonizada com ela. Ele refere-se, isto sim á eficácia do texto em relação aos seus leitores, ouvintes e intérpretes. Nesse sentido abrangente , sacra scriptura sui ipsius interprets significa: o texto se faz ouvir por sí mesmo.
Em todo trabalho de interpretação realizado cientificamente – ou seja, de modo competente e sólido, bem como claro e controlável, a compreensão da palavra Bíblica permanece, em uma análise, indisponível. Já percebemos essa tensão no conceito de teologia de Lutero: por um lado, o trabalho de formação, a formação gramática e filosófica do teólogo, o meditar e interpretar paciente, mas ao mesmo tempo, o dom espiritual indisponível, do tipo que o próprio Lutero recebeu com sua descoberta reformatória, quando se abriram para ele os portais do paraíso no resplendor da justiça de Deus. Não é o intérprete que confere sentido ao texto ou o que torna o texto compreensível, antes, é o textoque deve poder dizer aquilo que tem a dizer a partir de sí mesmo. Nesse caso, caducará a diferenciação segundo a qual a Sagrada Escritura vigoraria como o princípio formal do protestantismo e a justificação como seu princípio material. A autoridade da Escritura não é formal, mas extremamente material, conteudista. Ela é a voz de seu autor, que concede, que provoca admiração, lamento e louvor, exige e cumpre. A Escritura de modo algum pode ser assegurada antecipadamente como autoridade formal, assim que o conteúdo possa ser enfocado apenas num segundo passo. O texto em suas diferentes formas, sobretudo na da exigência da Lei e do consolo do Evangelho, faz prevalecer sua autoridade nessa forma material.
Sendo assim é preciso atentar para a primazia da Escritura frente a seus leitores e ouvintes. Essa primazia não faz com sejam esmagados, mas libertados. Pois quando leio e ouço a Escritura, percebo que essas histórias narram a meu respeito, sim narram a mim. Estou presentes nelas antes de tê-las escutado. Nesse fato, antecipa-se para mim o texto que me interpela. Ao ser interpelado, sou ao mesmo tempo liberado para ouvir, inclusive para ouvir criticamente com todas as minhas forças, de corpo e alma e com toda a minha capacidade de reflexão. O intérprete, mesmo sendo o interpretado, não é excluído como tal. Ao contrário, somente assim lhe são franqueados os portais para um espaço de manobra em que ele pode se movimentar, e isso de forma alguma como marionete. O ser humano que confessa que confessa “Creio que Deus criou a mim juntamente com todas as criaturas”, está antes, capacitado para o discernimento crítico, para o uso da razão que lhe foi concedida. A autoridade da Escritura situa o ouvinte no seu devido lugar; ele não constitui a sí próprio, mas é posto em seu lugar como criatura.
O dado antropológico fundamental que aqui se tem em vista pode ser definido, com outra acentuação e com um leve deslocamento da perspectiva, como relação de autoridade e crítica. Acentua-se com isso, a assimetria entre receber e transmitir, ouvir e falar, ler e escrever, que não só plasma, mas que possibilita a vida como processo de tradução; ela mostra-se paradigmaticamente na paternidade física e na espiritual. Não posso autorizar a mim mesmo para a percepção crítica, isto é, diferenciadora do mundo. Necessito ser autorizado, dotado para isso, por um outro que é capaz disso. “Autoridade”, é no sentido literal preciso (lat.: augere), o poder que multiplica, que permite crescer, o poder que gera vida. Portanto, não há crítica sem autoridade. Se a crítica não tivesse esse pressuposto, ela cairia no vazio, tornar-se-ia estéril. Inversamente, todavia, só pode ser considerada autoridade verdadeira aquela que é fecunda e autoriza a crítica: a percepção do mundo que diferencia e discerne livremente e que, por sua vez, permite o crescimento. Não há autoridade verdadeira sem crítica.
A intenção de justificar tudo por princípio, ou seja, fundamentar tudo como que a partir de um marco zero e construir tudo sem preconceitos. Em todo caso é o que se pretende. Caracteriza o pensamento moderno em comparação com épocas anteriores. O que não se consegue captar racionalmente, o que não se consegue explicar mediante reconstrução no contexto da unidade da autoconsciência nem justificar mediante essa forma reflexiva, perdeu a razão de sua existência. “Religião, contemplação da natureza, sociedade, ordem estatal, tudo foi submetido á mais impiedosa crítica, tudo deveria justificar a sua existência diante do tribunal da razão ou renunciar a existência.
É notório que a exigência e o cumprimento de tal explicação justificadora constituem um meio primoroso de emancipação. Um meio de desfazer-se de exigências e pretensões descabidas de cunho histórico e tradicional. O que queremos é livrar-nos daquilo que nos toca muito de perto, ao menos queremos postar-nos a uma distância segura em que isso não mais se refere a mim nem me convida, não mais me demanda nem compromete. Isso é válido não por último em vista do interesse do Iluminismo pela investigação histórica. O texto histórico é estirado sobre o leito de Procusto de uma idéia apriorística de verdade, para que possa ser extirpado o elemento contingente atravancador. O aspecto temporal fica para trás; destila-se daí, como quintessência, um princípio situado atrás dos textos – seja a “causa de Jesus”, “a essência do Cristianismo”,” o cânone dentro do cânone”, etc.
Feita a exigência da subjetividade moderna e explicar o texto mediante sua atividade interpretativa e incorporar nele um princípio da unidade de autoconsciência que supostamente está por trás dele, frente a pretensão narcisista da razão de compreender apenas aquilo que ela própria produz em conformidade com suas projeções. Lutero considera a autonomia renitente do texto: “sua autoridade para interpretar criticamente leitores e ouvintes”. Lutero diz: “Atenta para o fato de que a força da Escritura é esta; ela não se transmuta naquele que a estuda, mas transforma em sí mesma e nas sus forças aquele que a ama”. A subjetividade e a individualidade autocrítica da Escritura associadas a se estilo individual, que Lutero notoriamente também tem em mente, não estão fundamentadas em sí mesmas; elas tão pouco são obtidas como Descartes por meio da autocontemplação e autocertifcação. Elas constituem-se de modo excêntrico. O cristão obtém a sua subjetividade autocrítica por meio do reconhecimento de que “nesse Livro” está escrito algo a respeito dele, que ele é interpretado pelo texto desse Livro e, por meio dele, por seu autor.
Sendo assim, a substância do texto dado, ao qual se volta a atenção, não é consumida na apropriação por parte do que eu que o lê e ouve. A resistência do texto é demasiado grande para que isso ocorra. O texto permanece. Os leitores e ouvintes é que são transformados por ele. Não é o intérprete que explica a Escritura, mas é a Escritura que explica o intérprete. Portanto, a própria Escritura provê a sua interpretação, é seu próprio intérprete; sacra sciptura sui ipsius interprets.
2. IGREJA – COMUNHÃO DE OUVINTES.
Ouvintes e leitores são interpretados pelo texto Bíblico: isso ocorre na Igreja. Na comunhão daqueles que primeiro ouvem e crêem e só depois falam: “creio, por isso falo” (II Co. 4.13). As questões hermenêuticas e científico-teóricas que se apresentam são basicamente do tipo pneumatológico-eclesiológico; unicamente a partir do culto resulta um conceito adequado de “teologia”.
A comunidade reunida em culto é a verdadeira comunidade universal de comunicação – a comunidade de comunicação dos pecadores justificados que oram os salmos e que usam a Bíblia inteira, assim como fazem o saltério, que segundo Lutero,” é uma pequena Bíblia”. Ao lidar com a Bíblia, Lutero está ciente de estar radicado profundamente na tradição da Igreja uma, santa, católica e apostólica: em resumo: se queres ver as santas Igrejas cristãs pintadas em cores e formas vivas e representadas num pequeno quadro, então olha para o Livro dos Salmos diante de ti. Nele tens um espelho fino, claro, e puro que te mostrará o que é a cristandade. Sim, dentro dele também tu irás encontrar a ti mesmo e o verdadeiro Gnothi seauton(conhece-te a ti mesmo), além do próprio Deus e todas as criaturas – portanto, a criação e a história universal em sua totalidade.
A experiência mais individual de todas, por se tratar da experiência que individualiza em toda a profundidade a mim mesmo como pecador que vive mediante a promissão do perdão dos pecados e pela fé nela, é simultaneamente aquela experiência que só posso fazer na comunhão global dos santos – numa comunhão que perpassa todas as épocas e todos os espaços. Lutero diz que o saltério leva até a comunhão dos santos, “ pois ele te ensina, em alegria, temor, esperança e tristeza, a pensar e falar da mesma maneira que todos os santos pensaram e falaram.
Essa communio sanctorum é mais ampla e mais profunda, mais concreta e mais realista do que a “community of researchers”(comunidade de pesquisadores) abstraída dela. Temos de nos despedir da idéia de tratar a questão da relação entre autoridade da Escritura e razão segundo o modelo do erudito em sua escrivaninha com a Bíblia diante de sí. Nesse caso, parte-se da ficção de um interpretador que tem de constituir o seu objeto por meio da crítica e da construção.
A ação dessa atividade interpretativa fictícia ainda se faz sentir inclusive na exigência de Johann Albrecht Bengel de aplicar-se ao texto a ser interpretado e de aplicar o seu tero a mim mesmo.: “Te totum applica ad textum: rem totam applica ad Te!(Dedica-te totalmente ao texto; aplica o teor(do texto) totalmente a ti”). Está claro que essa sentença contém um momento de verdade, embora seja relativizado criticamente pela referida sentença de Lutero – segundo a qual é a própria Escritura que assimila a sí seu leitor e intérprete, puxando-o para dentro de sí. Mas justamente isso não ocorre em primeiro lugar na singularidade do pesquisador ou do leitor solitário da Bíblia, mas na comunidade de comunicação dos pecadores justificados sobretudo no culto.
A universalidade dessa comunidade de comunicação, todavia, pode ser tão pouco demonstrada abstratamente quanto a de seu documento bíblico. Nem a Bíblia tão pouco o culto da comunidade cristã que a utiliza contém um a priori puro, um axioma e princípio atemporais, mas um a priori historicamente casual e, em consequência, “não puro”. É verdade que tanto a interpretação da Escritura como o ser interpretado por ela, o autoconhecimento mediante a Escritura são processos com pretensão de validade geral; no entanto, a sua capacidade de generalização não pode ser assegurada de antemão, de modo puramente formal e condicional. Uma fundamentação definitiva abstrata é impossível.
3. A AUTO-INTERPRETAÇÃO DA SAGRADA ESCRITURA MEDIANTE LEI E EVANGELHO.
Decisivo para compreensão que Lutero tem da Bíblia é que ele não quer assegurar de antemão a sua autoridade de Sagrada Escritura como “princípio da Escritura” em termos formais. Tal asseguramento fundamentalista é impossibilitado já pelo fato de que o conflito em torno da interpretação apropriada da Escritura sempre já está dado. Esse conflito só pode ser decidido no nível material com um argumento concreto. Em seu conflito com o papado romano, Lutero indaga numa passagem clássica:
Diz, então – se és capaz – de acordo com que juiz, com que critério se decide uma questão controvertida quando os posicionamentos de dois pais da Igreja se contradizem? Pois a decisão tem de ser tomada por meio do parecer da Escritura, o que não pode ser se não concedemos á Escritura o primeiro lugar [...] isso significa que a própria Sagrada Escritura, a partir de sí mesma, é extremamente segura, fácil de entender, clara e manifesta; ela é sua própria intérprete[sui ipsius interprets], ao examinar, julgar e iluminar as afirmações de todas as pessoa, como ocorre no Salmos 119.130; A explicação – ou como na verdade estar expresso em hebraico: A abertura ou o portal – das tuas Palavras esclarece e dá entendimento aos simples. Aqui o Espírito atribui o esclarecimento nitidamente [a Escritura] e ensina que o entendimento é dado exclusivamente pelas palavras de Deus, como que através de um portal aberto ou( como dizem aqueles [escolásticos]) de um primeiro princípio[principium primum], a partir do qual se deve começar a avançar na direção da luz e do entendimento.
Mas essa não seria, por sua vez, também uma afirmação singular? O achado bem particular de Lutero? A singularidade, o juízo de um indíviduo, era para um monge, e portanto também para o Lutero pré-reformatório, um mal fundamental. Da tentação mais extrema de Lutero constantemente fazia parte a sua pergunta autocrítica: teria eu, como indivíduo, razão frente a tradição tão forte?
No entanto a tese de Lutero sacra scriptura sui ipsius interpres que fez valer diante do magistério romano, não é mera afirmação de um indivíduo, mas se comprova por meio do argumento concreto que vincula com o ponto decisivo do prefácio que Lutero escreveu ao primeiro volume de seus escritos em alemão – com as três regras do estudo da teologia : oratio, meditativo, tentatio – bem como com o do prefácio aos escritos latinos – com a descoberta da justiça de Deus, que se comunica ao pecador por meio da promissio. É verdade que Lutero descreve essa descoberta em retrospectiva ao caminho que deixou para trás, mas para ele trata-se aí de muito mais do que um relato sobre sí mesmo: trata-se, para ele, de uma descrição paradigmática de todos os leitores da Bíblia que lutam com o texto com nada menos do que a esperança de salvação, que batem ardorosamente á porta do texto na expectativa de que se abra o portal para o paraíso, para a verdadeira vida. O relato de Lutero encena a pergunta pela autoridade da Bíblia de modo claramente dramático. De acordo com isso, a solução para essa pergunta não poderá ser obtida “no silêncio desapaixonado do conhecimento meramente reflexivo”, já que ela comporta uma transformação da existência do leitor e intérprete. A Sagrada Escritura comprova a sí mesma ao despertar fé. Assim, como já foi ressaltado, não se pode distinguir, quanto menos separar, o assim chamado “Princípio da Escritura”, como princípio protestante formal, do princípio protestante material, da doutrina da justificação. Ambos são uma coisa só: é no evento da justiça de Deus que se presenteia na própria promissio que consiste a autoridade da Escritura, a sua suficiência, sua força suficiente para a salvação – eficácia e clareza, sua força esclarecedora – se de fato a Escritura foi dada “para a salvação” dos seres humanos (II Tm. 3.15). a pergunta pela relevância da guinada reformatória na teologia de Lutero e a pergunta pela compreensão que Lutero tem da autoridade da Bíblia são idênticos: trata-se da mesma pergunta.
Não é por acaso que essa autoridade salutar se revela a Lutero ao ocupar-se com a Carta aos Romanos. Assim, somente á primeira vista, parece arbitrário o fato de que ele no seu prefácio de 1522, elevou sobretudo a Carta aos Romanos – juntamente com a Carta aos Gálatas – á condição de critério de interpretação de toda a Sagrada Escritura: ela seria “uma luz muito clara , plenamente apta a iluminar toda a Escritura. Por se tratar da salvação dos seres humanos, “o ser humano culpado e perdido e o Deus justificador ou salvador” são “objetos da Teologia”. A expressão mais clara disso é a Carta aos Romanos, que não oferece uma breve síntese “de toda a doutrina cristã e evangélica”, mas também “um acesso a todo o Antigo Testamento. Corresponde exatamente á sua definição do objeto da teologia “como ser humano culpado e Deus justificador” o fato de Lutero dar destaque em toda a Bíblia, como já foi ressaltado, a uma única sequência de palavras, fazendo imprimi-las em maiúsculo: “PERDOA PECADOS”(Rm. 3.25), denominando numa glosa á margem o texto assim destacado como “a parte principal” e o “centro dessa epístola e de toda a Escritura” – também do Antigo Testamento. Essa primazia da Carta aos Romanos determina a compreensão e apreciação dos escritos bíblicos individuais por Lutero.
Da parte do catolicismo romano e do historicismo crítico, esse destaque á Carta aos Romanos foi reiteradamente relativizado como sendo uma decisão pessoal – singular – de Lutero. Contudo, se a Escritura realmente é sui ipsius interpres, então essa auto-interpretação só pode ocorrer de modo material; em que o próprio texto produza fé, em outras palavras, em que ele mesmo efetue em seus ouvintes, leitores e intérpretes a diferenciação entre Lei e Evangelho. Somente essa diferenciação material, que perfaz a descoberta reformatória de Lutero, mas que ao mesmo tempo deve ser constantemente reiterada, possibilita ouvir e ler a Escritura em vista do seu centro, de tal maneira que surja fé. A Escritura não é uma norma formal. A sua autoridade consiste, antes, no fato de operar a fé. A tradição luterana expressou isso derivando a auctoritas normativa da auctoritas causativa – da autoridade que fundamenta a fé – da Escritura.
Não são convincentes os três modelos alternativos a esse de maior relevância na história da Igreja e do espírito humano – um magistério formal responsável pela harmonização das passagens controvertidas da Escritura; a afirmação formal de uma harmonia pré-estabelecida, existente sem mais nem menos, da Escritura lida superficialmente, sem um centro crític, ou de um princípio formal, situado atrás dos textos, a ser trazido á luz pela razão crítica.
A própria Escritura é clara e interpreta a sí mesma. E isso não ocorre de modo que lhe sejam conferidos diferentes sentidos, dependendo do intérprete, da pré-compreensão e da perspectiva, mas ela possui um só sentido, e esse sentido é notório; ela mesma o torna compreensível, ela é intérprete de sí mesma e não necessita que alguém ,quem quer que seja, a ajude com sua arte de interpretação a tornar-se efetiva[...]. a função normativa da Escritura, visando á sua fundamentação, remete á verificação existencial da auto-interpretação, ou seja, auto-comunicação da Escritura.
Não é segredo que o esforço para corresponder a essa auto-interpretação na teologia e na Igreja lançou Lutero em conflitos de todo tipo, também no interior do movimento reformatório, e que isso é válido ainda hoje, sim, de modo ainda mais incisivo, em vista do pluralismo para a Igreja que se reporta a ele.
FONTE.
1. A Teologia de Martinho Lutero – Uma atualização. Oswald Bayer. Trad. Nélio Schneider. R. G. do Sul/S. Leopoldo. 2007. Editora Sinodal. 300 pg.
VIA LEONARDO MELO.
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