Por Walson Sales
Quem
foi Charles Darwin?
Charles
Darwin é considerado ainda hoje um grande cientista. Um marco divisor entre a
superstição (religião) e a ciência, ou seja, a racionalidade científica e a
credulidade ingênua, até mesmo cega, da religião. As mesmas mentes que nos
venderam estas informações como sendo verdadeiras, também deixam implícito
(outros deixam bem explícito mesmo) em suas apresentações da vida e obra de
Darwin, seguindo mais ou menos esta sequência, que (1) Darwin nasceu numa
família estritamente evangélica e Cristã; (2) ele próprio era um Cristão
fervoroso e frequentador de Igreja, um Cristão devoto; (3) que seus estudos
foram um sucesso, tanto na escola, quanto na faculdade; (4) que seus estudos
científicos o levaram a formular a conhecida Teoria da Evolução, até então desconhecida
e inédita; (5) que só então, de posse destas descobertas, ele abandonou a
superstição da religião; (6) que suas descobertas foram isentas, sem uma
influência prévia de quem quer que seja; (7) que o mecanismo, supostamente
descoberto por ele, a Seleção Natural, explicou, de forma definitiva, o
mecanismo da evolução das espécies; (8) que Darwin vislumbrou, já em seus dias,
uma cadeia fóssil completa como prova definitiva da evolução das espécies. A
lista pode crescer indefinidamente, já que tantas são as histórias de vitória
na vida do famoso Naturalista inglês. Contudo, é importante lermos e observamos
mais de perto as dúvidas, contexto e desenvolvimento pessoal deste personagem
e, ao fazermos, podemos identificar uma série de eventos que vão em sentido
totalmente contrário da propaganda Darwinista atual. Conhecer estas informações
é crucial para entender o homem e o cientista em um contexto político e
religioso delicado, até mesmo conturbado, durante a era vitoriana em que Darwin
nasceu, cresceu, foi educado e influenciado.
Bradley
JGundlach (2018) confirma um pouco disso. Ele afirma que o nome Charles Darwin
(1809-1882) carrega imenso poder simbólico no mundo moderno. Normalmente,
representa a racionalidade científica sobre a credulidade religiosa, a livre
investigação sobre a ortodoxia imposta durante a era vitoriana, onde a Igreja
Anglicana impunha as normas sociais. Em 1909, John Dewey escreveu que Darwin
tinha efetuado a maior transformação intelectual dos tempos modernos,
implicando claramente que Darwin trouxe ideias científicas inéditas. Embora o
próprio Darwin tenha evitado abertamente o ateísmo, seu nome e a teoria da
evolução associada a ele permanecem como ponto de apoio para a incredulidade.
No entanto, Darwin, o homem, não equivale à teoria — ou antes, às teorias — que
tem seu nome. A chamada revolução darwiniana do século XIX consistiu em grande
parte na mudança do criacionismo para versões não darwinistas da evolução,
apesar do uso do nome de Darwin como etiqueta. O que Darwin fez foi apresentar
uma teoria plausível da evolução apoiada por um conjunto de pormenores
científicos e abrir amplas perspectivas para novas pesquisas e teorias
adicionais em paleontologia, embriologia, genética, bioquímica e muito mais.
Depois de Darwin, as noções mais amplas da evolução tomaram emprestado o
prestígio da ciência — a sociedade, a cultura e a religião eram agora vistas em
função do desenvolvimento natural desde os primórdios, uma história de
progresso que encorajava a rejeição ou a reformulação radical da crença Cristã.
Embora os Cristãos liberais celebrem Darwin por ter substituído a
invariabilidade pela variação (e assim encorajar a revisão doutrinal e moral),
e os Cristãos fundamentalistas o deploram como a fonte da incredulidade,
deterioração cultural e mesmo de genocídio (Darwin como uma inspiração para
Hitler), muitas visões moderadas a respeito de Darwin e da evolução existem
dentro do rebanho Cristão.
Contudo,
é de vital importância conhecer Darwin dentro do seu contexto histórico,
político e religioso e desvendar a mente deste naturalista inglês. Esta série
de artigos procura elucidar as influências sobre a criança, o jovem e o
universitário Charles Darwin e mostrar se as oito proposições populares sobre
Darwin, citadas acima, são corretas. Esta série acompanha sua história até
pouco antes da sua viagem às ilhas Galápagos e é suficiente para mostrar o que
moldou a mente deste personagem até mesmo antes de escrever a sua famosa Origem das Espécies....vamos comigo
nesta viagem...
GUNDLACH, Bradley J. Charles Darwin. In COPAN, Paul [et all] (organizadores).
Dicionário
de cristianismo e ciência: obra de referência definitiva para a interseção
entre fé cristã e ciência contemporânea. (tradução Paulo
Sartor Jr). 1. ed. - Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2018.

ü A Teoria da Evolução sob Escrutínio -
Parte 2 - A Herança Religiosa e Cultural da Família de Charles Darwin
ü A Teoria da Evolução sob Escrutínio -
Parte 3 - O Menino e o Adolescente Darwin – Inclusive na Escola
ü A Teoria da Evolução sob Escrutínio -
Parte 4 - Darwin na Universidade de Medicina
ü A Teoria da Evolução sob Escrutínio -
Parte 5 - A Influência que Marcou Charles Darwin até a Formulação da Teoria da
Evolução
ü A Teoria da Evolução sob Escrutínio - Parte
6 - O Verdadeiro Motivo de Darwin Ter Ido Estudar Artes (Teologia)
ü A Teoria da Evolução sob Escrutínio -
Parte 7 - Darwin, O Erudito “Exemplar” no Curso de Artes (Teologia)
ü A Teoria da Evolução sob Escrutínio -
Parte 8 - Darwin e a Igreja Anglicana – contexto político
ü A Teoria da Evolução sob Escrutínio -
Parte 9 - Darwin Seguindo Para o Encerramento do Curso
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