Por
Walson Sales
“As religiões são más porque
muitas coisas más tem sido feitas por religiosos.”
Verdade Histórica ou
Argumento Falacioso?
Essa rede de informações negativas
proporcionadas pelos Novos Ateus (perceba que existe de fato uma grande
diferença entre os ateus tradicionais e os Novos Ateus como já demonstrado),
surgiu no dia seguinte aos ataques terroristas do 11 de setembro de 2001. A
partir daquele dia os Novos Ateus criaram sua cruzada particular contra a fé e
contra todas as religiões. A tática é uma e simples: reduzir todas as
religiões, incluindo a fé Cristã, ao mesmo nível dos Muçulmanos salafistas
(literalistas) que empreenderam os ataques daquele fatídico dia. Contudo, não
precisa ser um intelectual para perceber que há um grande engodo nesta proposta
dos Novos Ateus, pois uma coisa é certa e básica: o fato de alguns religiosos
terem praticado coisas más em nome da religião não significa que todas as
religiões sejam más, muito menos que a fé Cristã seja semelhante ao Islã
Salafista.
O pior é que essa narrativa vem ganhando
adeptos e defensores em diversos grupos. Por exemplo, o professor John Lenoxx
afirma que numa conferência de 2007 intitulada “Beyond Belief: Science,
Religion, Reason, and Survival” ["Além da crença: ciência, religião, razão
e sobrevivência"], o ganhador do prêmio Nobel de Física Steven Weinberg
disse: “A religião é um insulto à dignidade humana. Com ou sem a religião, você
teria pessoas boas fazendo coisas boas e pessoas más fazendo coisas más. Mas
para as pessoas boas fazerem coisas más, é preciso da religião.” Essa impressão
de que a religião é prejudicial parece estar se espalhando e ganhando
notoriedade. De acordo com a pesquisa britânica YouGov de 2007, quase metade
(42%) das 2.200 pessoas que foram entrevistadas, pensavam que a religião tinha
um efeito prejudicial e apenas 17% consideraram que a influência da religião
era benéfica, um número de pessoas estranhamente menor do que os 28% que
afirmaram acreditar em Deus (2011, p. 55). Esses dados mostram que o
Cristianismo na Europa está mesmo distorcido e está muito distante do
Cristianismo bíblico. Jargões do tipo “a religião mata” e “a religião envenena tudo”
são propagadas com certa frequência pelo Christopher Hitchens no livro Deus não é Grande, que é uma alusão às
expressões religiosas dos Muçulmanos Allahu Akbar, que significa Deus é
Grande. Richard Dawkins não fica atrás na sua cruzada pessoal contra Jeová do
Antigo Testamento, a quem ele chama de sadomasoquista e megalomaníaco.[1] O que
é um insulto, pois essas afirmações se baseiam exclusivamente em ignorância
religiosa.
Michael Poole destaca acertadamente que
associar todas as ações malignas às religiões resulta em um péssimo argumento,
pois vende a ideia de que as religiões são más. Um argumento similar pode ser
feito sobre os ateus, pois precisaríamos apenas mostrar os assassinatos em
massa do Comunismo Russo sob Stálin ou o Comunismo do Cambodja (Khmer Vermelho)
sob Pol Pot e o Nazismo sob Hitler. Mas isso não significa que o ateísmo e/ou
os ateus sejam genocidas ou amorais (e não seria justo afirmar isso) (POOLE,
2009, p. 15).[2] O professor John Lenoxx também segue no mesmo argumento pela
obviedade, pois os Novos Ateus minam seu próprio argumento de maneira
surpreendentemente ingênua, ao agrupar todas as religiões indiscriminadamente,
como se todas as religiões fossem igualmente culpadas da acusação de fomentar
comportamentos perigosos. Não se poderia esperar que uma simplificação
grosseira e não-acadêmica venha de autores que elogiam em voz alta sua
"abordagem científica".Afinal, não é preciso estar na vanguarda da
pesquisa acadêmica sobre o pensamento religioso, para ver que classificar os Amish,
que são um povo que amam a paz, com os
extremistas fundamentalistas islâmicos é uma comparação dolosa, maliciosaou
perigosamente ingênua. De fato, quem sabe alguma coisa sobre religiões sabe que
elas diferem profundamente em seus ensinamentos e práticas. Portanto, milhões
de pessoas moderadas de todas as persuasões religiosas objetam, com razão, ser
classificadas pelos Novos Ateus junto com extremistas violentos, mesmo aqueles
de sua própria persuasão religiosa. Afinal, o 11 de setembro é uma plataforma
de lançamento bastante estranha para o ataque dos Novos Ateus ao Cristianismo.
Dessa forma o professor John Lenoxx concorda com veemência com o professor
Michael Poole, pois denuncia na mesma linha que surge uma profunda ironia no
fracasso dos Novos Ateus em discriminar as religiões; pois eles claramente
esperam que todos os outros façam distinções justas entre os diversos tipos de ateus.
Eles mesmos, como pessoas que amam a paz, confessadamente, não gostariam de ser
arbitrariamente classificados como extremistas violentos de sua própria
persuasão de cosmovisão, como Stalin, Mao e Pol Pot. Por que, portanto, os Novos
Ateus não nos alertam que o ateísmo leve e moderado pode proporcionar o clima
de fé em que o ateísmo extremo floresce naturalmente, como ocorreu no século
XX? Se aplicássemos a própria técnica simplificadora dos Novos Ateus, eles não
demorariam a protestar. E o professor Lenoxx arremata muito persuasivamente que
essa inconsistência bastante flagrante, ao esperar que os não-ateus façam
distinções justas entre os diferentes tipos de ateus, enquanto os próprios Novos
Ateus se recusam resolutamente a fazer o mesmo com grupos religiosos, não contribui
em nada para aumentar a credibilidade intelectual da mensagem dos Novos Ateus. Muitas
pessoas sérias estão, com razão, profundamente preocupadas com a merecida má
reputação que algumas religiões têm por estarem envolvidas em atividades
evidentemente más. Portanto, é importante abordar a questão de maneira moderada,
responsável e racional (LENOXX, 2011, p. 56).
Outro exemplo pode confirmar o erro dessas
generalizações grotescas feitas pelos Novos Ateus para confundir os incautos.
Sabemos que os livros do Richard Dawkins e do Christopher Hitchens contém
centenas de exemplos de péssimos testemunhos de crentes religiosos catalogados
para tentar “provar” que a religião é má. Agora suponha que alguém faça uma
catalogação de todas as péssimas histórias que envolvem a prática do sexo, ou
seja, páginas e páginas de relatos de estupros, adultérios, promiscuidade, pedofilia,
luxúria, bestialidade e pornografia e conclua que o sexo é algo mau pra você ou
que o sexo envenena tudo. O que pensaria um casal feliz, composto por marido e
mulher? Tanto a religião quanto o sexo estão envoltos em sentimentos poderosos
e onde esses sentimentos são abusados, os resultados são extremamente vis. Mas
o uso correto do sexo, dentro do casamento heterossexual, conforme Deus
programou, é extremamente abençoador. Portanto, não estamos defendendo as
coisas horríveis que religiosos praticam ou podem praticar em nome da religião,
o que defendo é o uso correto e moderado do discernimento e da razão e estes
são suficientes para mostrar que os Novos Ateus não estão sendo sinceros em
suas guerras contra todo as as religiões (POOLE, 2009, p. 15).
Sendo assim, me parece que os Novos Ateus nos
acusam de sermos cúmplices ou coniventes com os atos de violência praticados
por religiosos, o que é uma verdadeira simplificação do pensamento religioso em
geral e da fé Cristã em particular. O Cristianismo é pacífico em essência e os
que tenham praticado violência supostamente em nome da fé Cristã, a estão
deturpando e não a representando. Os Cristãos, por exemplo, tem reprovado
muitas coisas que ocorreram na história do Cristianismo, como por exemplo a Inquisição
aplicada pela Igreja Católica contra os Protestantes no século 16 em diante, ou
os próprios atos de violência perpetrados por Protestantes contra Protestantes
também no mesmo período. Sem querer acusar os Católicos dos crimes que a
história lhes imputa, quero “lavar roupa suja” entre nós, os Protestantes. O
falecido escritor Protestante Dave Hunt denunciava com certa frequência em seus
livros, os crimes cometidos pelos Protestantes na Genebra Protestante do século
16, contra os Protestantes. Sinta o peso das denúncias que o Hunt faz sobre a
prepotência do reformador genebrino João Calvino:
De 1554 até sua morte
em 1564, “ninguém mais ousou opor-se ao Reformador abertamente”.Os oponentes de
Calvino foram silenciados, expulsos, ou fugiram de Genebra, mas a oposição
continuou de fora. Calvino não copiou a Cristo na matéria de sofrer insultos sem revidar
(I Pedro 2.23), mas superou seus oponentes no uso de linguagem abusiva.
Em um sermão em 16 de Outubro de 1555, ele se referiu aos seus inimigos como
“toda aquela imundície e vilania…cães raivosos que vomitam as suas imundícies
contra a majestade de Deus e querem perverter toda a religião. Eles devem ser
poupados?”.Todos sabiam a resposta! (HUNT, 2004, p. 24, grifo meu).
As acusações são sérias e
nem o mais radical Calvinista e defensor de Calvino, se alegra com essas
informações legadas na história. Nenhum Protestante Evangélico endossaria esse
comportamento hoje, muito menos durante a igreja primitiva. Hunt continua sua
denúncia ainda em termos mais fortes ao citar dezenas de fontes históricas:
Fornicação [na Genebra
de Calvino] era punida com o exílio ou afogamento; adultério, blasfêmia ou
idolatria com a morte…uma criança foi decapitada por agredir seus pais. Nos
anos de 1558-1559 houve 414 processos por ofensas morais; entre 1542 e 1564
houve 76 banimentos e 58 execuções; a população de Genebra era na época de
20.000 pessoas (HUNT, 2015, p. 103).
Agora compare os
ensinamentos de quem é o paradigma no Cristianismo, ou seja, o próprio Jesus
Cristo, com o exemplo de Calvino na Genebra do século 16 (tomando apenas como
exemplo) e as comparações que os Novos Ateus jogam sobre os Cristãos com base
nos exemplos dos Muçulmanos que impetraram os ataques terroristas no 11 de
setembro. Veja os ensinamentos de Cristo:
Bem-aventurados
os mansos, porque eles herdarão a terra; Bem-aventurados os que têm fome e sede
de justiça, porque eles serão fartos; Bem-aventurados os misericordiosos, porque
eles alcançarão misericórdia; Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles
verão a Deus; Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados
filhos de Deus; Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça,
porque deles é o reino dos céus; Bem-aventurados sois vós, quando vos
injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa.
(Mateus 5:5-11).
Ouvistes
que foi dito: Amarás o teu próximo, e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, vos
digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que
vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais
filhos do vosso Pai que está nos céus; (Mateus
5:43,44).
Mas
a vós, que isto ouvis, digo: Amai a vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam;
Bendizei os que vos maldizem, e orai pelos que vos caluniam. (Lucas
6:27,28).
Amai,
pois, a vossos inimigos, e fazei bem, e emprestai, sem nada esperardes, e será
grande o vosso galardão, e sereis filhos do Altíssimo; porque ele é benigno até
para com os ingratos e maus. Sede, pois, misericordiosos, como também vosso Pai
é misericordioso. (Lucas
6:35,36).
Apenas para citar alguns.
Dave Hunt conclui o capítulo do seu livro criticando os Protestantes que
condenavam o Papa pela Inquisição e tentavam inocentar Calvino, uma verdadeira
incoerência. Dave Hunt diz: não é somente Cristo o padrão de seus seguidores? E
Ele não é sempre o mesmo, impossível de ser mudado pelo tempo ou pela cultura?
Como os papas podem ser condenados (e certamente são) pelo mal que eles fizeram
sob a bandeira da cruz, enquanto Calvino é escusado fazendo o mesmo, embora em
uma escala menor? As seguintes são somente duas passagens, entre muitas que
condenam Calvino:
•
Mas a sabedoria que do alto vem é, primeiramente pura, depois pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons
frutos, sem parcialidade, e sem hipocrisia. (Tiago 3:17)
•
• Aquele que diz que está nele, também deve andar
como ele [Cristo] andou. (1 João 2:6) (HUNT, 2015, p. 121).
Passagens assim da Bíblia não condenam apenas
Calvino pelo o que aconteceu em Genebra ou o Papa pela Inquisição, condenam
todos os que agem com violência em nome do Senhor. Passagens assim também
condenam os Novos Ateus por se recusarem reconhecer que quem age assim não
representa a Cristo, bem como muito menos os Muçulmanos violentos representam a
fé Cristã.[3] Percebe a incoerência dos Novos Ateus? Para nós, os Cristãos que
seguimos os passos de Jesus Cristo entendemos que qualquer ato de violência em
nome da fé Cristã é, na verdade, uma afornta aos próprios ensinamentos de Jesus
nos evangelhos. Ainda há uma premissa oculta no ataque dos Novos Ateus contra
todas as religiões: a omissão do reconhecimento dos inúmeros benefícios que as
religiões e em especial o Cristianismo tem feito ao longo da história. Alguns
Novos Ateus tentam minimizar os ataques de seus pares e reconhecem as inúmeras
benfeitorias realizadas em nome da fé Cristã. Contudo, atacar a religião como
tal não é novidade, pois em um ensaio intitulado "A religião fez
contribuições úteis para a civilização?", até mesmo o ateu tradicional Bertrand
Russell escreveu: “Minha ... visão sobre religião é a de Lucrécio. Eu a
considero uma doença nascida do medo e uma fonte de miséria incalculável para a
raça humana.” (LENOXX, 2011, p. 57).
Como demonstrado, os Novos Ateus dizem pouco
ou nada sobre a imensa contribuição positiva que o Cristianismo deu à
civilização ocidental. Contudo, Jürgen Habermas, o principal filósofo alemão e
um autodenominado ateu metodológico
se distancia dos Novos Ateus no quesito honestidade e dispara,
O igualitarismo universalista, a partir
do qual surgiram os ideais de liberdade e uma vida coletiva em solidariedade, a
conduta autônoma de vida e emancipação, a moral individual da consciência, os
direitos humanos e a democracia, é o legado direto da ética judaica da justiça
e da ética cristã do amor. Esse legado, substancialmente inalterado, tem sido
objeto de contínua apropriação crítica e reinterpretação. Até hoje, não há
alternativa para isso. E, à luz dos desafios atuais de uma constelação
pós-nacional, continuamos a extrair a substância desse patrimônio. Tudo o resto
é apenas conversa fiada pós-moderna.[4]
O que Habermas está dizendo é que foi o
Cristianismo que deu ao mundo as universidades que educaram os Novos Ateus, os
hospitais e hospícios que cuidam deles e foi a fé Cristã que pavimentou as
liberdades e os direitos humanos que os permite disseminar suas ideias (LENOXX,
2001, p. 70). Se os Novos Ateus reconhecessem realmente que, por exemplo, a
abolição da escravidão foi obra do trabalho de William Wilberforce, um Cristão
evangélico e que o aparecimento de escolas, hospitais e universidades são
heranças da cosmovisão Cristã, sem mencionar os inúmeros testemunhos de
religiosos que perdoaram ações horríveis contra eles e suas famílias, como
atitudes diretas de obediência da essência das doutrinas Cristãs do próprio
Cristo, talvez os Novos Ateus tivessem uma visão diferente sobre a religião e
em especial a Fé Cristã (POOLE, 2009, p. 11).
John Lenoxx joga uma “pá de cal” na sepultura
da narrativa dos Novos Ateus ao chamar a atenção para as credenciais que os
ateus alegam para si mesmos como cientistas, mas que se mostram verdadeiros
ignorantes dos benefícios da religião para as pessoas. Ele arremata que para
alguém que afirma colocar grande importância nas evidências científicas,
Dawkins mostra ignorância culpável do considerável corpo de pesquisa que
mostrou a contribuição positiva do Cristianismo para o bem-estar. Por exemplo,
contradizendo a afirmação de Dawkins de que a religião causa mais estresse por
culpa do que alivia, Sloan Wilson cita os resultados de pesquisas recentes
realizadas por ele e Mihaly Csikszentmihalyi:
Esses estudos foram realizados em uma
escala tão massiva e com tanta informação de base que podemos comparar a
experiência psicológica de crentes religiosos versus não crentes, momento a
momento. Podemos até comparar membros de denominações protestantes
conservadoras x liberais quando estão sozinhos versus na companhia de outras
pessoas. Em média, os crentes religiosos são mais pró-sociais do que os não
crentes; sentem-se melhor consigo mesmos; usam seu tempo de forma mais
construtiva; e se engajam no planejamento a longo prazo, em vez de satisfazer
seus desejos impulsivos. A cada momento, eles relatam ser mais felizes, ativos,
sociáveis, envolvidos e empolgados. Algumas dessas diferenças permanecem mesmo
quando crentes religiosos e não religiosos são compatíveis com seu grau de
prosocialidade (2011, p. 71).
Já
dá pra ficar vermelho de vergonha. Negar todas conquistas deixadas pela fé
Cristã dentro de 2.000 anos de história é uma verdadeira confissão de
ignorância ou preconceito por parte dos Novos Ateus.
Referências:
HUNT,
Dave. Que Amor é Este? A Falsa
Representação de Deus no Calvinismo. (Tradução Cloves Rocha e Walson
Sales). 1ª edição. São Paulo: Editora Reflexão, 2015
HUNT, Dave; WHITE, James. Debating Calvinism: Five points, two views. Colorado Springs, CO: Multnomah
Books, 2004
LENNOX, John. Gunning for God: Why the New Atheists Are
Missing the Target. Oxford: Lion, 2011
POOLE, Michael. The ‘New’ Atheism: 10 Arguments That Don’t
Hold Water? Oxford, England: Lion Hudson plc, 2009
Notas:
[1]
Leia o livro do Paul Copan intitulado Deus é um monstro moral? Entendendo Deus no
contexto do Antigo Testamento, publicado no Brasil em 2016 pela editora
Sal Cultural. Se você consegue ler em inglês, leia o livroDid
God Really Command Genocide?Coming to the Terms with
the Justice of God, também escrito pelo Paul Copan e Matthew Flannagan. Ambos livros são uma resposta direta às
aberrações de interpretações e ignorância do mundo antigo, patrocinada pelo
Richard Dawkins em seu livro. Temos um projeto de traduzir trechos de livros
para fomentar o interesse das editoras brasileiras para que estas obras sejam publicadas
no Brasil. Se você quiser ler um capítulo de cada livro para ter uma noção do
que eles abordam, seguem os links respectivamente:
[2]
Por exemplo, muitas atrocidades foram consumadas pelos comunistas, cujas
ideologias são ateístas em si. Os primeiros campos de concentração
(que viraram campos de extermínio posteriores) de Lenin criados para aprisionar
padres, soldados do exército branco e lideranças políticas de oposição são
bastante conhecidos. Tudo sem julgamento. Veja o trecho abaixo:
Em 9 de agosto de 1918, Lenin
telegrafou ao Comitê Executivo da província de Penza pedindo que fossem
aprisionados "os kulaks, os padres, os soldados do Exército Branco e
outros elementos duvidosos num campo de concentração". Alguns dias antes,
Dzerjinski e Trotski haviam, do mesmo modo, prescrito o aprisionamento de
reféns em "campos de concentração". Esses "campos de
concentração" eram campos de internação onde deveriam ser encarcerados,
através de uma simples medida administrativa e sem qualquer julgamento, os
"elementos duvidosos". Existiam, tanto na Rússia quanto nos outros
países beligerantes,numerosos campos onde haviam sido internados os
prisioneiros de guerra. Entre os "elementos duvidosos" a serem preventivamente
aprisionados, figuravam, em primeiro lugar, os responsáveis políticos, ainda em
liberdade, dos partidos de oposição. Em15 de agosto de 1918, Lenin e Dzerjinski
assinaram a ordem de prisão dos principais dirigentes do Partido Menchevique—
Martov, Dan, Potressov e Goldman cujo jornal já havia sido silenciado e os
representantes expulsos dos sovietes. FONTES: V. I. Lenin, Polnoie sobranie
socinenii (Obras Completas), vol. L, p. 143; CRCEDHC, 76/3/22/3; leia O livro
negro do comunismo.
[3]
A fé Cristã não endossa a violência em nenhuma de suas doutrinas, contudo há
uma linha de pesquisa bem estabelecida nas próprias fontes Islâmicas que o
Islamismo tem uma forte relação histórica com a violência. Leia o capítulo
sobre o Islã neste livro. Caso queira conhecer uma linha
do tempo de um período da história do Islamismo, acesse este link: https://deusamouomundo.com/islamismo/linha-do-tempo-da-violencia-do-islamismo/
[4] Jürgen Habermas, Time of Transitions, New York, Polity Press, 2006.
Excelente comentário! Deus continue abençoando pelo esclarecimento fundamentado na verdade.
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