segunda-feira, 10 de agosto de 2020

QUEM JESUS REIVINDICOU SER?


POR NORMAN L. GEISLER & RONALD M. BROOKS.

INTRODUÇÃO.

Com a exceção de algumas seitas como os docetistas, cf. I João 4.1-6, praticamente todas as pessoas aceitam a humanidade de Jesus. A sua divindade  é o que é mais se questiona.  Jesus era realmente Deus? Jesus fez inúmeras reivindicações  de ser Deus. Examinaremos essas alegações  junto com as provas que Ele forneceu para sustentá-las.

1. A REIVINDICAÇÃO DE SER JEOVÁ(YAHWEH).

Jeová, ou mais propriamente Javé, é o nome especial dado por Deus a sí mesmo. No Antigo Testamento  em hebraico, este nome é escrito simplesmente com quatro letras(YHWH) e era considerado tão sagrado a ponto de um judeu devoto  não pronunciá-lo. Aqueles que escreviam  a palavra  faziam uma cerimônia especial antes de escrevê-la. Este foi o nome revelado a Moisés em Êxodo 3.14, quando Deus  disse “EU SOU QUEM SOU”(conforme a versão NLTH), e o significado do nome tem a ver com a auto-existência  de Deus. Enquanto outros títulos  para Ele  podem ser usados  em referência  a seres humanos(adonai em Gn. 18.12) ou a falsos deuses(elohim em Dt. 6.14). javé só é usado como uma referência  ao único Deus verdadeiro. Nada mais deveria ser adorado ou servido (Êx. 20.5), e seu nome  e glória  não deveriam ser dados a outrem. Isaías escreveu: “Assim diz o Senhor[...] Eu Sou o primeiro  e Eu Sou o último, e fora de Mim não há Deus(44.6), e “Eu sou o Senhor; este é o meu nome; a minha glória, pois, a outrem não darei , nem o meu louvor as imagens de escultura” (42.8)

A luz dessas informações, não é de admirar que os judeus  pegassem pedras  e acusassem Jesus  de blasfêmia  quando Ele afirmou  ser Jeová. Jesus disse: ”Eu sou o bom Pastor”(Jo. 10.11), mas o Antigo Testamento  diz: “[Jeová é o meu Pastor, Sl. 23.1]. jesus se declarou o juiz de todos os povos (Mt.25.31-46; Jo. 5.27-30), mas o profeta Joel cita Jeová ao dizer: “[...] porque ali me assentarei, para julgar  todas as nações em redor”(Joel 3.12). jesus orou : “E, agora, glorifica-me tu , Ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória  que tinha contigo antes que o mundo existisse” (Jo. 17.5), mas no Antigo Testamento, Jeová disse: “[...] a minha glória, pois, a outrem não darei” (Is. 42.8). de igual modo, Jesus falou de sí mesmo  como “o esposo (Mt. 25.1) ou o noivo(ARA), Mas o Antigo Testamento identifica Jeová  desta forma (Is. 62.5; Os. 2.16). o Cristo ressurreto declara: “[...] eu sou o Primeiro e o Último” (Ap. 1.17), exatamente as Palavras usadas por Jeová  em Isaías  44.6. Enquanto, o salmista declara: “[Jeová] é a minha Luz” (Sl. 27.1). Jesus disse: “Eu Sou a Luz do mundo” (Jo. 8.12). talvez a declaração mais forte de Jesus sobre Ele ser Jeová esteja em João 8.58, em que Ele diz: “[...] antes que Abraão existisse, Eu Sou”. Essas afirmações  não só declara a existência anterior  a Abraão , mas também a igualdade  com o “EU SOU“ de Êxodo 3.14. os judeus ao seu redor entenderam isso claramente, e pegaram em pedras  para matá-lo por blasfêmia (Jo. 8.59; cf. Jo.10. 31-33). A mesma afirmação foi feita em Marcos 14.642 e João 18.5-6.

2. A REIVINDICAÇÃO DE SER IGUAL A DEUS.

Jesus afirmou ser igual a Deus também em outros aspectos. Ele não só assumiu os títulos de divindade, mas também reivindicou  para sí as prerrogativas de Deus. Ele disse a um paralítico: “ Filho, perdoados estão os teus pecados” (Mc. 2.5). Os escribas responderam  corretamente: “Quem pode perdoar pecados, senão Deus” (v. 7). Então, para provar que a sua afirmação  não foi uma jactância vazia, Ele curou o homem, oferecendo uma prova  direta de que aquilo que Ele havia dito  sobre perdoar os pecados também era verdade (vv. 8-12)

Outra prerrogativa que Jesus reivindicou foi o poder de ressuscitar e julgara os mortos. “Em verdade, em verdade vos digo que vem  a hora, e agora é, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus, e os que a ouvirem viverão...[e] sairão para a ressurreição da vida;  e os que fizeram o ma, para a ressurreição da condenação” _Jo. 5.25-29). Ele tirou todas as dúvidas sobre o significado de suas Palavras quando acrescentou: “Pois assim como o Pai ressuscita os mortos e os vivifica, assim também o Filho vivifica  aqueles que quer” (21). O Antigo Testamento, entretanto, ensinou claramente que apenas Deus pode dar vida (I Sm. 2.6; Dt. 32.39), ressuscitar os mortos (I Sm. 2.6; Sl. 49.15), além de ser  o único juiz (Jl. 3.12; Dt. 32.35-36). Jesus assumiu corajosamente ter poderes que apenas Deus tem, afirmando também que Ele deve ser honrado como Deus, além de exortar todas as pessoas a honrarem “O Filho como horam o Pai, quem não honra o Filho não honra o Pai, que o enviou” (Jo. 5.23). os judeus que o ouviam sabiam que ninguém podia afirmar ser igual a Deus dessa forma, e novamente  procuraram mata-lo.

3. A REIVINDICAÇÃO DE SER O MESSIAS-DEUS.

O ensino do Antigo Testamento é claro  ao mostrar  que o Messias vindouro, que libertaria Israel, seria o próprio Deus.  Quando Jesus afirmou ser o Messias, Ele também estava afirmando ser Deus. Por exemplo, o famoso texto de natal(Is. 9.6) chama o Messias de “Deus  Forte, Pai da Eternidade”. O salmista escreveu sobre o Messias: “O teu trono, Ó Deu, é eterno e perpétuo” (Sl. 45.6 cf. Hb. 1.8). O Salmo 110.1 registra um diálogo entre o Pai e o Filho: “Disse o Senhor [Jeová] ao meu Senhor: Assenta-te á minha mão direita”, Jesus aplicou esta passagem a sí mesmo em Mateus 22. 43-44. Na grande profecia messiânica de Daniel  7, o Filho do Homem é chamado de Ancião de dias (22) uma frase usada duas vezes na mesma passagem com referência á Deus Pai (9, 13). Ao longo do ministério de Jesus, o título Filho do Homem foi sua maneira favorita de se referir a sí mesmo, tornando clara a alusão a esta passagem. Porém, Jesus também citou esta passagem diretamente em seu julgamento diante do sumo sacerdote. Quando lhe foi perguntado: “És Tu o Cristo,  Filho do Deus Bendito”? Jesus respondeu: “Eu o Sou, e vereis o Filho do Homem assentado á direita do Todo-Poderoso e vindo sobre as nuvens do céu”. Diante disso, o sumo sacerdote rasgou as suas vestes e disse: “Para que necessitamos  de mais testemunhas”? Vós ouvistes a blasfêmia” (Mc. 14.61-64). Não havia dúvida de que, ao afirmar ser o Messias, Jesus também afirmou ser Deus.

4*. A REIVINDICAÇÃO DE DIVINDADE AO ACEITAR A ADORAÇÃO.  *

O Antigo Testamento proíbe a adoração a qualquer ser que não seja Deus (Êx. 20.1-5; Dt. 5.6-9). O Novo Testamento concorda, mostrando que os seres humanos recusaram adoração (Atos 14.15), assim como os anjos (Ap. 22.8-9). Entretanto, Jesus aceitou adoração em muitas ocasiões. Um  leproso que foi curado o adorou (Mt. 8.2), e um chefe ajoelhou-se diante dele com um pedido (9.18). Depois que Jesus acalmou  a tempestade, “aproximaram- os que estavam no barco e adoraram-no, dizendo: És verdadeiramente o Filho de Deus” (14.33). uma mulher cananéia (15.25), a mãe de Tiago e João (20.20), e o endemoninhado gadareno (Mc. 5.6) adoraram a Jesus sem terem recebido  qualquer palavra de repreensão ( cf. Ap. 22-8-9). Um homem cego disse: “Creio, Senhor. E o adorou” (Jo. 9.38). Mas, Cristo também induziu a adoração em alguns casos, como,  por exemplo Tomé viu o Cristo ressuscitado e exclamou: “Senhor meu, e Deus meu”(Jo. 20.28). Isso só poderia ser aceito por uma pessoa  que considerasse a sí mesma seriamente como  Deus.

5. A REIVINDICAÇÃO DE TER UMA AUTORIDADE IGUAL Á AUTORIDADE DE DEUS.

Jesus também posicionou as suas palavras no mesmo nível da Palavra de Deus: “Ouvistes que foi dito aos antigos [...] Eu, porém, vos digo” (Mt. 5.21-22) é uma expressão que se repete com frequência. “É me dado todo o poder no céu e na terra”. Portanto, ide, ensinai a todas as nações” (28.18-19). Deus deu os Dez Mandamentos á Moisés, mas  Jesus disse: “Um novo mandamento vos dou: Que vos amei uns aos outros” (Jo. 13.34). Jesus também disse: “Até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da Lei” (Mt. 5.18), mas depois disse sobre as suas próprias palavras: “O Céu e a terra passarão, mas as minhas Plavras não passarão” (24.35).

Falando sobre aqueles que o rejeitam, Jesus disse: “A palavra que tenho pregado, essa o há de julgar no último Dia” (Jo. 12.48). não há dúvida de que Jesus classificava  as suas Palavras no mesmo nível de autoridade das declarações que Deus fez no Antigo Testamento.

6. A REIVINDICAÇÃO DE DIVINDADE AO SOLICITAR QUE AS ORAÇÕES SEJAM FEITAS EM SEU NOME.

Jesus não apenas exortou que as pessoas que creem nEle obedeçam aos seus mandamentos, mas também as instruiu a orarem em seu nome: “E tudo quanto pedirdes em meu nome, eu o farei [...] Se pedirdes alguma coisa  em Meu Nome, Eu o farei” (Jo. 14.13-14). “Se vós estiverdes em mim, e as minhas Palavras estiverem em vós, pedirdes  tudo o que quiserdes , e vos será feito” (Jo. 15.7), Jesus ainda insistiu: “Ninguém vem ao Pai senão por Mim”(Jo. 14.6). Em resposta a isso, os discípulos não apenas oraram em nome de Jesus (I Co. 5.4), mas também oraram a Cristo (At. 7.59). Jesus nos exortou a invocar  o seu nome diante de Deus, quanto como Deus em oração.

Assim, Jesus afirmou ser Deus de diversas maneira. Ele reivindicou igualdade com Deus nas prerrogativas, na honra, na adoração e na autoridade. Ele reivindicou ser o Senhor do Antigo Testamento aplicando  as verdades  sobre Javé a sí mesmo e afirmando ser o Messias prometido. Por fim, Ele alegou ser o único caminho de aproximação a Deus, por meio da oração, e solicitou que fossem feitas  orações a Ele como Deus. As reações dos judeus ao seu redor mostram que eles entenderam essas coisas  claramente  como reivindicações blasfêmias de um mero homem. Qualquer observador imparcial que estudar este registro  historicamente confiável dos ensinamentos de Jesus deve concordar que Ele reivindicou ser igual ao Javé do Antigo Testamento.

CONCLUSÃO.

Em todo o contexto Neo-Testamentário, assim como, a tradição eclesiástica, as evidências internas e externas corroboram e convergem para o entendimento que Jesus Cristo é Deus. Numerosos textos e versículos Bíblicos atestam esta veracidade em relação a divindade de Jesus. É o que afirma o Evangelho de Jesus Cristo escrito por João: “Eu e o Pai somos um”, cf. Jo. 10.30, ainda, segundo o mesmo evangelista: “E quem me vê a mim, vê aquele que me enviou”, Jo. 12.45; ”E eu dei-lhes a glória que a mim me deste, para que sejam um, como nós somos um”, cf. Jo. 17.22, ss.

O Evangelho é para todos, porém além da sua abrangência mundial,  especificamente percebemos nos textos escritos por João, nota-se que também este Evangelho é destinado aos judeus e a seita  gnóstica que questionavam e não admitiam que Jesus era o Messias e o próprio Deus, consequentemente  João é mais enfático na defesa de Jesus como Deus, e traz um retrato mais acentuado da Pessoa de Jesus Cristo como Deus com argumentos  inquestionáveis como se vê em seu evangelho..

*TRAD. DEGMAR RIBAS.

VIA LEONARDO MELO.(adaptação)

FONTE.

1. GEISLER, Norman L. & BROOKS, Ronald M.. Respostas aos céticos - `[saiba como responder questionamentos sobre a fé cristã]. R. de Janeiro. 2016. CPAD. Pg. 118-121.

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