O intelecto humano, que tende naturalmente a verdade como ao seu bem próprio, é levado, cedo ou tarde, a colocar-se o problema de Deus, a aproximar-se da demonstração de Sua existência, porque o significado e o valor de toda a verdade vêm de Deus e tem em Deus o seu último fundamento - como Verdade por essência da qual irradiam todas as outras verdades, que são verdades por participação. Assim como o olho é feito para as cores e formas, e os ouvidos para os sons, o nosso espírito é feito para Deus, pois encontra em Deus a Verdade suprema na qual repousa. Daí que a existência de Deus é o problema dos problemas; ele constitui a conclusão de toda a filosofia e de todo o conhecimento humano, seja ordinário, seja científico, porque da resolução desse problema depende da orientação definitiva que o homem dará a sua conduta e a toda a sua vida. Pois é um fato, comumente esquecido, que DEUS NÃO É OBJETO DA NOSSA EXPERIÊNCIA IMEDIATA e, por conseguinte, do nosso conhecimento intelectivo, direto ou indireto, como o são as coisas sensíveis e as suas essências. Deum Nemo vidit unquam. (Jo 1:18: "Ninguém jamais viu a Deus"). Consequentemente, o homem deve aproximar-se d'Ele mediante a reflexão (riflessione) ou, mais precisamente, com o processo discursivo da razão.
Cornelio Fabro em Dio. Introduzione al problema teológico. Capitolo III. Le prove dell'esistenza di Dio. 1. La possibilita della dimonstrazione razionale, Edivi, Segni: 2007, citado por Sidney Silveira
Fonte:
SILVEIRA, Sidney. Cosmogonia da Desordem: exegese do declínio espiritual do ocidente. Rio: Sidney Silveira, 2018 p. 185.
Via Walson Sales.
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