POR LEONARDO MELO.
INTRODUÇÃO.
Ao fundar sua Igreja, e logo após a sua morte e ressurreição, Jesus confiou aos doze apóstolos a direção da Igreja. Esta comissão constituída pelo Filho de Deus seria agora os responsáveis para levar adiante a mensagem das Boas Novas do Evangelho á todo o mundo, começando por Jerusalém. Os líderes máximos na Igreja premente seriam os doze apóstolos e na sequência do crescimento da Igreja surgiriam mais líderes eclesiásticos e seriam ordenados aos postos necessários a administração religiosa. Então, a figura do líder é inquestionável em qualquer setor organizado da sociedade. Não há como dirigir ou coordenar um grupo de pessoas sem uma liderança, isto é factual. Vimos esta verdade estabelecida no próprio céu através de Deus e vimos claramente a execução desta liderança, quando Lucífer quis usurpar a liderança de Deus.
Com a Igreja de Deus não é diferente, assim como, nenhum povo, civilização ou nação sobrevive sem uma liderança, assim também é a Igreja do Senhor Jesus. O Mestre iniciou seu Reino comissionando doze apóstolos para darem início ao programa de evangelização mundial. Surgiu então a necessidade de se formular uma estratificação eclesiástica a fim de definir a função de cada um. E o apóstolo Paulo deixa essa verdade bem clara aos nossos olhos, “E Ele mesmo, deu uns para apóstolos, outros para profetas, e outros para doutores e evangelistas”, Efésios 4.11. Enfim, a pessoa do pastor é uma realidade fim. Porém, com o passar dos primeiros séculos, uma parte da Igreja se paganizou, surgiram as heresias, seitas, apostasias, isto é, houveram corrupções na sã doutrina e nos seus ensinos. Com a paganização e secularização da Igreja e após três séculos do Concílio de Nicéia, no ano de 607 d. C., é concedido pele primeira vez o título de Papa ou Bispo Universal ao Bispo Bonifácio III, pelo imperador romano Focas. Além do título de Papa para o Bispo de Roma, os clérigos e bispos romanos criaram o credo afirmando que o Papa é o sucessor de Pedro aqui na terra, que lhe dava supremacia total sobre a Igreja no mundo e sobre nações e países e reinados.
EXCERTO.
Os bispos romanistas para legitimar seus dogmas sobre a figura do Papa, construiu um sistema teológico ou uma base doutrinária que levasse ou tivesse uma ligação com o apóstolo Pedro, afim de criar uma linha sucessora apostólica com os Papas com o objetivo de unir o apóstolo aos sucessores romanistas. Porém, a Palavra de Deus não respalda esse dogma acerca do Papado Católico romano.. Eles usam o texto escrito em Mateus, 16.13-19 “[...] E eu te digo, tu és Pedro, e sobre esta Pedra edificarei minha Igreja [...] E eu te darei as chaves do reino dos céus [...]”.
Segundo o Reverendo, Dr. e professor de Teologia Histórica no Seminário Mackenzie, Aldery de S. Mattos, a Palavra de Deus não dá nenhum respaldo a instituição papal tão festejada pelos romanistas: “Desde uma perspectiva protestante, o papado não é uma instituição de origem divina, mas resultou de um longo e complexo processo histórico. As Escrituras não dão apoio a essa instituição como uma ordenança de Cristo à sua igreja. É verdade que o Senhor proferiu a Pedro as bem conhecidas palavras: "Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja" [Mt 16.18]. Todavia, isto está muito longe de declarar que Pedro seria o chefe universal da igreja (o primado de Pedro) e que a sua autoridade seria transmitida aos seus sucessores (sucessão apostólica). As primeiras gerações de cristãos não entenderam as palavras de Cristo dessa maneira. Tanto é que não se vê em todo o Novo Testamento qualquer noção de que Pedro tenha ocupado uma função especial de liderança na igreja primitiva. No chamado "Concílio de Jerusalém", narrado no capítulo 15 de Atos dos Apóstolos, isso não aconteceu, e o próprio Pedro não reivindica essa posição em suas duas epístolas. Antes, ele se apresenta como apóstolo de Jesus Cristo e como um presbítero entre outros [1 Pe 1.1; 5.1].
. Originalmente, a palavra grega papas ou a latina papa foi aplicada a altos oficiais eclesiásticos de todos os tipos, especialmente aos bispos. A partir de meados do quinto século passou a ser aplicada quase que exclusivamente aos bispos de Roma. Foram múltiplos e complexos os fatores que levaram ao reconhecimento de que esses bispos detinham autoridade suprema sobre a Igreja ocidental”.
Estar claro que a reivindicação dos bispos católicos em colocar nas mãos dos Papas a primazia sobre a igreja de Cristo e o governo das nações, é puramente uma vaidade e orgulho sem precedentes. Uma arrogância sem limites. Os textos falam por sí. Deus não concebeu e confiou a sua Igreja a uma determinada denominação especifica. A Igreja do Senhor Jesus Cristo é universal em sua estrutura e não estar limitada a determinada denominação, muito menos a uma Igreja pagã, idólatra, secularizada e apóstata, como é o caso da Igreja romanista que se desviou do verdadeiro Evangelho de Cristo. Ademais, percebemos nas sucessões papais e a eleição de novos papas a total falta de comprometimento com as Verdades da Sagrada Escritura. Sempre no decorrer da história dos Papas, percebemos um desejo incontrolável de dominar o mundo religiosamente e influenciar de forma decisiva as questões latentes acerca das políticas das nações. A ordem de Roma é ostentar a supremacia do catolicismo romano sobre as demais religiões e a influência do Papa nos diversos organismos mundiais, principalmente a ONU.
Como exemplo pelo afã de se ter poder tanto eclesiástico quanto político citamos o episódio envolvendo o imperador Romano-Germânico Henrique IV[1050-1106] e o Papa Gregório VII, dentre inúmeros imbróglios envolvendo os Papas e imperadores de diversas nações, cf. [GONZÁLEZ. 1981. Pg. 31-33]:”Os decretos de Gregório VIII quanto á investidura leiga eram consequência natural dos seus intentos reformadores e de sua concepção de papado. Mas, havia fortes razões para os reis e imperadores verem nestes decretos uma séria ameaça ao seu poder. Á parte de qualquer conflito com o papado, os soberanos da época viam também seus direitos de investidura religiosa como um dos mais valiosos instrumentos contra o excessivo poder dos nobres. A nobreza hereditária tinha a tendência de afirmar sua independência frente aos reis. As terra que que estavam em mãos destes nobres não estavam á disposição do rei, para que ele as outorgasse aos que lhe fossem fiéis. As terras e demais riquezas eclesiásticas, por sua vez, precisamente por não serem hereditárias, frequentemente estavam á disposição do Soberano, que então, podia ter certeza, que oposta aos grandes senhores leigos, frequentemente rebeldes, se erguia uma igreja rica, poderosa, e ,fiel ao rei. Além disto, se o poder da investidura caísse nas mãos do papado, os reis tinham medo que isto poderia ser usado contra eles, por motivos puramente políticos”.
Tudo isso estava em jogo quando Gregório proibiu as investiduras leigas. Mesmo se o papa, ao que parece, deu este passo simplesmente para garantir que todo o clero tivesse um espírito reformado, o fato é que este passo poderia ter enorme consequências politicas. Isto criou conflitos entre o poder leigo e o eclesiástico [...] a resposta de Gregório não se fez esperar. Apelando á autoridade que dizia ter para julgar reis e imperadores, ele ordenou a Henrique que se apresentasse em Roma, onde seus graves delitos seriam julgados”.
É oportuno salientar que este episódio envolvendo o Papado e uma autoridade[imperador] secular não foi único, mas em toda a sua história, a Igreja romanista está repleta de ações que denotam claramente qual o seu real propósito aqui na terra: poder! Os propósitos da Igreja católica entra em colisão com os ensinos do Senhor da Igreja, Jesus Cristo. O alvo da verdadeira Igreja de Cristo são salvar o maior número possível de almas da condenação eterna e do inferno e não envolver-se com o poder estatal e de alguma maneira comandar as nações. Está escrito: “E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho á toda criatura”.
“Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado”. Marcos 16.15-16; Marcos ainda afirma: “Mas importa que o evangelho seja primeiramente pregado entre todas as nações.”, Mc. 13.10. essa mesma perspectiva de levar as Boas Novas do Evangelho a todas as gentes também tinha o apóstolo Paulo:” Porque, se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois me é imposta essa obrigação; e ai de mim, se não anunciar o evangelho! I Coríntios 9.16. Não há como fugir desta premissa deixada por Jesus á todos os seus servos: Pregar a Palavra de Deus e se importar com o destino das almas humanas.
Em um misto de evangelho, sincretismo religioso e política, caminha a Igreja Católica, totalmente desprovida do verdadeiro objetivo da Igreja de Cristo. Recentemente um fato envolvendo os bispos católicos vem apenas corroborar com nossas assertivas acerca da Igreja Romanista. Em uma matéria publicada no G1, portal da internet do grupo globo, https://g1.globo.com/df/distrito-federal/noticia/2020/07/27/bispos-da-cnbb-assinam-carta-contra-governo-bolsonaro-desprezo-pela-educacao-cultura-e-saude-nos-. estarrece.ghtml,
Podemos ler um dos trechos da matéria veiculada em 27/07/2020, Por Brenda Ortiz, G1 DF.27/07/2020 11h19, com o seguinte título: “Bispos da CNBB assinam carta contra governo Bolsonaro: 'Desprezo pela educação, cultura e saúde nos estarrece”:
“Um grupo de 152 arcebispos e bispos da Igreja Católica assinaram uma carta com duras críticas ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido). No documento, os religiosos citam que o governo federal demonstra omissão, apatia e rechaço pelos mais pobres", além de "incapacidade para enfrentar crises. O desprezo pela educação, cultura, saúde e pela diplomacia também nos estarrece. Ao longo do texto, os bispos afirmam que a situação é visível nas demonstrações de raiva pela educação pública; no apelo a ideias obscurantistas; na escolha da educação como inimiga e nos sucessivos e grosseiros erros na escolha dos ministros". Ainda, conforme o site supra, percebam o manifesto escrito pelos bispos romanistas e suas pseuda reivindicações e preocupações com o pobre e a Palavra de Deus em outro trecho do manifesto escrito: 'Carta ao Povo de Deus': Ainda de acordo com o chamado de "Carta ao Povo de Deus", os bispos e arcebispos afirmam que o presidente da República usa o nome de Deus para "difundir mensagens de ódio e preconceito". "Como não ficarmos indignados diante do uso do nome de Deus e de sua Santa Palavra, misturados a falas e posturas preconceituosas, que incitam ao ódio, ao invés de pregar o amor, para legitimar práticas que não condizem com o Reino de Deus e sua justiça?"
Observem a preocupação da Igreja Católica com o secularismo e a politica ! não é pecado a Igreja eleger algum político afim de participar das decisões legislativa s nas três esferas; municipal, Estadual e federal , o que não pode ocorrer é a Igreja ser participante ativa do cenário político e esquecer a sua principal função, que é libertar o homem do pecado: “ O tema da Campanha da Fraternidade deste ano, “políticas públicas” inspirou a realização do Encontro Nacional de Conselheiros e Conselheiras Nacionais de Políticas Públicas”, dia 24 de abril, do qual participou um grupo de 22 cristãos que representam a Igreja Católica e seus organismos em conselhos federais de participação social, na sede do Centro Cultural Missionário (CCM) em Brasília (DF). O encontro teve como objetivo: “Proporcionar espaço para troca de experiência entre Conselheiros/as que atuam a partir da motivação da fé cristã em Conselhos Nacionais de Políticas Públicas, conhecendo melhor o contexto social, político e econômico atual, à luz da fé e da Doutrina Social da Igreja, identificando limites, avanços e desafios e projetando mútua cooperação no exercício da representação nos Conselhos”.
Será mesmo isso que O Eterno quer para sua Igreja? Envolvimento em questões seculares e governamentais, onde a competência para solucionar os problemas, porventura não são das autoridades constituídas? Quiçá, não é competência da Igreja, orar pelas autoridades constituídas? E obviamente se convocada por qualquer autoridade necessitando de uma opinião ou conselho o ministro evangélico pode se apresenta r a mesma, porém sem interesses prévios? Claro que sim. O Evangelho de Cristo é diferente da proposta apresentada pelos romanistas. “Admoesto-te, pois, antes de tudo, que se façam deprecações, orações, intercessões, e ações de graças, por todos os homens” “Pelos reis, e por todos os que estão em eminência, para que tenhamos uma vida quieta e sossegada, em toda a piedade e honestidade”; “Porque isto é bom e agradável diante de Deus nosso Salvador”, “Que quer que todos os homens se salvem, e venham ao conhecimento da verdade”. “Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem”. “O qual se deu a si mesmo em preço de redenção por todos, para servir de testemunho a seu tempo”, I Timóteo 2,1-6.
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CONCLUSÃO.
A Igreja de Jesus estar na terra com um único propósito: pregar o Evangelho e Cristo ressuscitado. Obviamente que, a Igreja se preocupa com o a vida social da nação. Porém, Essa preocupação advém da própria orientação dada por nosso Senhor: “Porque sempre tendes os pobres convosco, e podeis fazer-lhes bem, quando quiserdes; mas a mim nem sempre me tendes”, Marcos 14.7. é consequência do amor de Deus derramado em nossos corações que a Igreja pratica as boas obras e ampara aqueles que necessitam. Não devemos, contudo é inverter o objetivo primeiro da Igreja que é salvar almas para o Reino de Deus. Primeiro a salvação e imediatamente os cuidados que o neófito necessita junto com seus familiares. Não obstante, a verdadeira Igreja de Cristo tem amparado aqueles que são desafortunados, independente da denominação cristã. A Igreja verdadeira de Cristo, tem milhares de projetos sociais de amparo aos mais pobres, todavia, a Igreja evangélica não faz disto um estandarte e um meio de se infiltrar nas instituições estatais a fim de combater, lutar e se engajar em uma luta ferrenha pelo social, maquiado com um pseudo evangelho, onde suas raízes são a Teologia da Libertação do padre Gustavo Gutiérrez e Leonardo Boff com influências profundas do marxismo leninista.
Enfim, o verdadeiro Evangelho é aquele que se compadece dos caídos em pecado, dos pobres espiritualmente, mas também dos pobres economicamente, que precisam de uma libertação espiritual e da ajuda de Deus. O salmista teve essa visão do cuidado do Eterno com as pessoas. Observem o Salmos 37.5 : ”Entrega o teu caminho ao Senhor; confia nele, e tudo ele o fará”. O salmista inspirado por Deus declara que quando primeiramente entregamos o caminho ao Senhor, o Senhor passa a cuidar de nós. Mas, há uma necessidade do homem em entregar a sua vida ao Senhor Jesus afim de que ele tenha seus pecados perdoados. Feito isto, o homem agora estar sob os cuidados de DEUS. A preocupação e o alvo da verdadeira Igreja de Cristo é o homem caído, sem desmerecer a importância das questões sociais que são prementes e precisam em sua maioria serem equalizadas, porém, não podemos perder o alvo: anunciar a salvação aos perdidos.
FONTE.
1. BÍBLIA APOLOGÉTICA DE ESTUDO. Trad. João Ferreira de Almeida. ACRF. 2006. S. Paulo. Edições Instituto Cristão de Pesquisa. 1655 pg.
2. https://cpaj.mackenzie.br/historia-da-igreja/igreja-antiga-e-medieval/o-papado-sua-origem-evolucao-historica-e-significado-atual/ acessado em 17/04/2020 , as 10h55
3. GONZÁLEZ, Justo l. A Era dos Altos Ideais – Uma História Ilustrada do Cristianismo. Vol.4. 1981. S. Paulo. Edições Vida Nova. 185 pg.
4. https://g1.globo.com/df/distrito-federal/noticia/2020/07/27/bispos-da-cnbb-assinam-carta-contra-governo-bolsonaro-desprezo-pela-educacao-cultura-e-saude-nos-. estarrece.ghtml, acesso em 17/09/2020.
5. https://www.cnbb.org.br/, acessado em 17/09/2020,
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