Por
Chad Meister
Essa
objeção vem do conhecido crítico bíblico Bart Ehrman e ecoa o falecido filósofo
David Hume.
O
historiador Mike Licona, que debateu com o Dr. Ehrman, aborda esta afirmação:
“Por
que uma hipótese de milagre deve ser necessariamente a explicação menos
provável? ... [a lógica é] tendo em vista que bilhões de pessoas não andaram
sobre a água morna em uma piscina, Jesus provavelmente não andou. Tendo em vista
que bilhões de pessoas não ressuscitaram dos mortos, provavelmente Jesus não ressuscitou.
Isso, é claro, é semelhante à objeção de Hume referente ao testemunho uniforme
da história de que esse tipo de coisa não ocorre e sofre de problemas fatais
... investigar cada reivindicação de milagre seria uma tarefa aparentemente
impossível, tornando assim a afirmação de Hume de que a experiência uniforme da
realidade apóia a inexistência de milagres igualmente impossíveis de
sustentar.”[1]
Consequentemente,
C.S. Lewis observa:
“Sabemos
que a experiência contra [os milagres] é uniforme apenas se sabemos que todos
os relatos de milagres são falsos. E podemos saber que todos os relatos são
falsos apenas se já soubermos que milagres nunca ocorreram. Na verdade, estamos
argumentando em círculos”.[2]
Licona
continua:
“Mas
podemos acrescentar que é uma maneira muito simplista e inadequada de
determinar a probabilidade, uma vez que exclui a possibilidade de um agente
externo. Suponhamos que, quando meu filho era muito pequeno, eu sustentasse
completamente seu peso, ao segurar sua mão acima da cabeça, e caminhasse ao
lado de uma piscina enquanto ele caminhava sobre a água. O fato de bilhões de
pessoas não terem andado sobre as águas não influencia a probabilidade de meu
filho ter caminhado. E se existe um deus que desejou ressuscitar Jesus dos
mortos? Isso seria uma virada de jogo. Nesse caso, um milagre como a
ressurreição de Jesus pode realmente ser a explicação mais provável.”[3]
Além
disso, como o Dr. William Lane Craig demonstrou em seu debate com o Dr. Ehrman
sobre a ressurreição de Jesus, este argumento é, em última análise,
auto-refutável:
“Qual
é, afinal, a hipótese da ressurreição? É a hipótese de que Jesus ressuscitou
sobrenaturalmente dos mortos. Não é a hipótese de que Jesus ressuscitou
naturalmente dos mortos. Que Jesus ressuscitou naturalmente dos mortos é
fantasticamente improvável. Mas não vejo razão alguma para pensar que é
improvável que Deus tenha ressuscitado Jesus dentre os mortos.
Para
mostrar que essa hipótese é improvável, você teria que mostrar que a existência
de Deus é improvável. Mas o Dr. Ehrman diz que o historiador não pode dizer
nada sobre Deus. Portanto, ele não pode dizer que a existência de Deus é
improvável. Mas se ele não pode dizer isso, também não pode dizer que a
ressurreição de Jesus é improvável. Portanto, a posição do Dr. Ehrman é
literalmente auto-refutável.”[4]
Finalmente,
como se isso não bastasse, o Dr. Craig também argumenta que não se pode invocar
o teorema de Bayes[5] para determinar a probabilidade de uma alegação de
milagre, como a ressurreição, porque a informação de fundo é
"inescrutável, pelo fato de que temos que lidar com um agente
livre."[6]
Portanto,
podemos concluir que esse argumento é muito simplista, autorrefutável e
matematicamente inescrutável.
_________________________
Fonte:
http://truthbomb.blogspot.com/2017/01/common-objection-32-hypothesis-god-rose.html
Tradução Walson Sales
_________________________
Notas:
[1]. Mike Licona, The Resurrection of Jesus: A New Historiographical
Approach, p.
174-175.
[2]. C.S. Lewis as quoted
by Mike Licona, p. 143.
[3]. Licona, Ibid., p.
175.
[4]. Debate completo e
legendado aqui: https://www.youtube.com/watch?v=vYCYxfAHG1M
[5]. Como explicado por Mike Licona em The
Resurrection of Jesus: A New HistoriographicaApproach, p. 115:"... há
três componentes principais no cálculo da probabilidade da verdade de uma
hipótese usando o teorema de Bayes: a probabilidade anterior de que a hipótese
seja verdadeira, a probabilidade de que teríamos a evidência existente
relevante dada a verdade da hipótese e a probabilidade da evidência dada a
falsidade da hipótese."
[6]. William Lane Craig comocitadoporMike
LionaemThe Resurrection of Jesus: A New Historiographical Approach.
Nenhum comentário:
Postar um comentário