Por Douglas Groothuis
John Lennox (1943-) é professor emérito de matemática da Universidade de Oxford e tem uma carreira notável nessa disciplina. Em 2004, ele foi coautor da The Theory of Infinite Soluble Groups [Teoria de grupos solúveis infinitos] como parte das Monografias Matemáticas de Oxford. Mas, nos últimos anos, ele escreveu e falou muito publicamente sobre o cristianismo e a ciência.
Embora ele tenha ensinado e escrito na área de teologia, filosofia e ciência por muitos anos (falando frequentemente na Europa Oriental), Lennox ganhou destaque nos anos 2000 como líder pensador e debatedor em assuntos de ciência em relação ao Cristianismo. Isso se deu em virtude principalmente de seu livro A ciência enterrou Deus? (2009) e por causa de seu debate com o biólogo e provocador ateísta Richard Dawkins em 2008. Ele também debateu com o filósofo ateu Michael Tooley. Outros livros de Lennox incluem Seven Days That Divide the World: The Beginning according to Genesis and Science [Sete Dias que dividem o mundo: o começo de acordo entre Gênesis e ciência] (2011c), Atirando em Deus: por que os novos ateus estão perdendo o alvo (2011b) e Deus e Stephen Hawking: de quem é o projeto final? (2011a), que a revista Christianity Today [Cristianismo Hoje] nomeou o melhor livro de apologética de 2011.
As credenciais acadêmicas de Lennox incluem três doutorados. Ele combina um jeito paternal com um intelecto perspicaz e uma transmissão caprichada, o que lhe dá uma plataforma forte para seus muitos debates. Ao contrário de muitos cientistas, Lennox é, além de cientista, um filósofo hábil.
Lennox desafia o naturalismo metodológico na investigação científica. O naturalismo metodológico é uma epistemologia da ciência que permite que apenas causas naturais e não intencionais expliquem o mundo material. Por exemplo, as informações em DNA e RNA devem ser explicadas sem o benefício de qualquer mente projetista para avaliar seu sistema de mensagens específico e complexo. Assim, qualquer explicação em química, biologia e física deve necessariamente evitar qualquer coisa não material, o que torna Lennox único como intelectual cristão público de alto nível na Grã-Bretanha, dada sua rejeição do naturalismo metodológico e sua postura teológica ortodoxa.
Lennox afirma que a ciência moderna revelou aspectos de um projeto até então desconhecido, tanto no nível cósmico (ajuste fino ou coincidência antrópica) quanto celular (máquinas moleculares e DNA). Ele defende uma filosofia da ciência que persegue as evidências em qualquer direção, mesmo que leve a um projetista fora do próprio universo; também desmascara alguns relatos lendários — como o debate de Huxley-Wilberforce — sobre como a ciência sempre derrota o teísmo cristão. Embora Lennox tenha argumentos contrários ao darwinismo como uma explicação suficiente da biologia, ele afirma, em Sete dias que dividem o mundo, que a Bíblia não ensina que a terra tem apenas alguns milhares de anos. Portanto, Lennox não refuta a antiguidade do cosmos, mas sim o materialismo filosófico para explicar sua origem ou operação.
_________
Fonte:
GROOTHUIS, Douglas. John Lennox. Em COPAN, Paul [et all] (organizadores). Dicionário de cristianismo e ciência: obra de referência definitiva para a interseção entre fé cristã e ciência contemporânea. (tradução Paulo Sartor Jr). 1. ed. - Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2018, pp. 449, 450
Via Walson Sales
_________
REFERÊNCIAS E LEITURAS RECOMENDADAS
Lennox, John, 2009. God’s Undertaker. Oxford: Lion Hudson.
___. 2011a. God and Stephen Hawking. Oxford: Lion Hudson.
___. 2011b. Gunning for God. Oxford: Lion Hudson.
___. 2011c. Seven Days That Divide the World. Grand Rapids: Zondervan.
Nenhum comentário:
Postar um comentário