domingo, 25 de julho de 2021

Samuel Fisk - Rm 3.11


Rm 3.11 – “Não há quem busque a Deus.”

 

Supõe-se que esta afirmação mostra que ninguém na verdade jamais exerce escolha na questão de vir a Deus ou de receber Sua salvação.

 

Esta frase é uma citação do Sl 14.2 e 53.2. Ela fala dos insensatos e daqueles que corromperam seus caminhos sobre a terra. Em Romanos ela é empregada para reconhecer a força da terrível acusação do homem em sua condição de pecado.

 

Mostrando o uso dos versículos do Antigo Testamento citados neste e nos versículos adjacentes em Rm 3, o Dr. Griffith Thomas disse: “Uma referência aos contextos destas passagens irá mostrar que o apóstolo não pretende acusar cada indivíduo judeu e gentio destes pecados... A referência é obviamente a categorias e tendências de pecado entre judeus ou gentios.” (Epistle to the Romans, Vol. 1, p. 126)

 

Visto que há tantas passagens que falam daqueles que buscam a Deus, e outras que mostram que o homem deve buscar a Deus, esta afirmação obviamente deve ser entendida como mostrando que não há ninguém que busca a Deus no sentido mais pleno ou totalmente como deveriam; em sua natureza humana corrupta o homem falhou tanto aqui como em todo lugar.

 

Um olhar em uma concordância irá revelar os muitos que “buscaram” ou estavam “buscando” ao Senhor, e, por assim fazer, falavam-se deles favoravelmente. Além disso, as ordens divinas para “buscar” ao Senhor são claras. “Buscai o Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto” (Is 55.6). “Buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração” (Jr 29.13). “Para buscarem a Deus se, porventura, tateando, o possam achar, bem que não está longe de cada um de nós” (At 17.27). “Aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam” (Hb 11.6). Certamente o Senhor não diz para o homem fazer algo que ele é totalmente incapaz de fazer.

 

Robert Haldane disse sobre Romanos: “Durante todo o curso de nossas vidas, Deus propõe a Si mesmo como o objeto que os homens devem buscar (Is 55.6), pois o presente é o tempo dele chamá-los, e se eles não o encontram, é devido à sua perversidade, que faz com que eles fujam dele, ou o busquem de uma forma errada.” (Exposition of the Epistle to the Romans, p. 118)

 

Em seu famoso comentário sobre Romanos, Martinho Lutero disse sobre este versículo: “Eles não buscam a Deus como Ele deseja ser buscado e encontrado, a saber, não por sabedoria e inquirição humana, mas pela fé e em humildade.... Devemos continuamente buscá-lo; de fato, devemos buscá-lo eternamente, como diz o salmista em Sl 105.4: ‘Buscai o SENHOR... buscai perpetuamente a sua presença.’”  (Commentary on the Epistle to the Romans, tradução de J. T. Mueller, pp. 54, 55)

 

O Dr. Frederic W. Farr, anteriormente citado, disse: “Ez 18.31, 32, etc. Os pecadores são comandados a fazer-lhes um coração novo. Este é seu dever perpétuo. Portanto, deve estar no poder da vontade, visto que a capacidade é a medida da obrigação.” (A Manual of Christian Doctrine, p. 76)

 

B. H. Carroll disse: “O verdadeiro penitente é alguém que busca e se esforça pela vida eterna. Ele não é nenhuma massa inerte, mas uma inteligência animada, estimulada e ativa. A Bíblia não o descreve como um homem mudo, desinteressado e estúpido, esperando que uma força irresistível o arraste para o Céu pelos cabelos. Ela o descreve, antes, como ‘fugindo da ira vindoura’ e ‘lançando mão da esperança proposta.’” (Sermons, p. 204)

 

Veja também o sermão de C. H. Spurgeon sobre 1Cr 28.9: “Se o buscares, ele deixará achar-se por ti,” no qual na primeira sentença ele diz que seu texto pode ser “dirigido a cada um dos não convertidos aqui presente, pois há muitos textos da Escritura de significado semelhante que se aplicam a todos os incrédulos.”

 

Ou leia o sermão de D. L. Moody, “Sinners Seeking Christ” (Select Sermons, pp. 75-85) ou o sermão de George W. Truett, “Seeking and Finding.” (The Prophet’s Mantle, pp. 183-194)

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