Lemos com muita frequência artigos que seguem o modelo dos Dez Mandamentos, mas com outros temas, o que significa que a vida, realmente, não tem muitas leis.
Michael Daves propôs dez mandamentos para os pais de família. Depois de os ler, é possível que alguém deseje acrescentar ou suprimir alguns; no entanto, todos são importantes para o lar cristão. Os comentários que acompanham os mandamentos constituem o meu ponto de vista particular a esse respeito.
1. Não darás mau exemplo
Há quem afirme que um bom exemplo vale mais que um milhão de palavras. Este preceito aplica-se também ao cristão.
Os aspectos mais importantes da vida cristã aprendem-se através da observação e não tanto da aprendizagem na escola dominical. É por isso mesmo que, em muitos aspectos, os filhos refletem a atitude dos pais.
2. Deverás estar mais interessado nas relações pessoais que em leis e regulamentos familiares
Há regulamentos que são necessários, mas devem ser breves e fundamentais. As relações pessoais são mais importantes.
Em muitos casos a rebelião dos filhos contra as normas estabelecidas provém da falta de atenção pessoal. “Se a criança sabe que é amada, respeitada e considerada como pessoa, já não tende tanto a revoltar-se contra as normas morais estabelecidas.”
3. Compartilharás a fé cristã
A igreja e a escola dominical nunca poderão tomar o lugar dos pais no ensino da Palavra de Deus e em conduzir os filhos aos pés de Cristo.
Os pais não só devem ensinar com o exemplo, mas também direta e verbalmente (Deuteronômio 6:6-7).
4. Aprenderás a ouvir
Em tempos tão difíceis como estes, os pais devem aprender a arte delicada de ouvir com amor e de conversar com os filhos, tanto sobre assuntos pessoais, como espirituais. Devem saber falar e escutar.
5. Terás tempo para atender a todas as necessidades dos teus filhos
Este preceito está subentendido nos Dez Mandamentos, mas não faz mal lembrá-los aqui.
Um dos maiores problemas da nossa época é que, embora os pais deem todas as comodidades aos filhos, não se dão a si mesmos em compreensão e amor. Esta é uma das causas da desintegração da família e o seu maior perigo.
6. Reconhecerás os teus erros e faltas como pai de família
Quando não estamos dispostos a reconhecer as nossas faltas, geralmente culpamos as outras pessoas – a esposa, os filhos, ou ambos –, embora estejamos cientes de que somos os culpados.
7. Procurarás manter-te bem disposto
Não há nada melhor que um sorriso para aliviar as cargas da vida. O bom humor é um dos dons mais preciosos que Deus nos deu, por isso devemos cultivá-lo sempre. Alegrar-se e rir-se com os outros, não deles, distingue entre a boa disposição e o sarcasmo. Este último destrói as boas relações entre os seres humanos.
João Wesley disse: “Piedade com amargura é a religião do diabo.” É muito diferente da religião de Jesus que denunciou os que coam mosquitos e engolem camelos (Mateus 23:24).
8. Tratarás com igualdade todos os teus filhos
Não quero dizer que todos sejam tratados da mesma maneira. Cada qual tem a sua personalidade diferente e, como tal, tem as suas necessidades particulares. Todavia, todos devem ter o mesmo valor como filhos.
9. Usarás disciplina
Muitos confundem disciplina familiar com castigo. A palavra “corrigir” usada em Hebreus 12:6 significa “a educação total dos filhos.” É a prova do amor paterno. A falta de disciplina no lar indica indiferença dos pais e não amor excessivo.
10. Consentirás que os teus filhos saiam do lar a seu devido tempo
Por último, mas nem por isso menos importante, tocamos o assunto da dependência dos filhos para com os pais. Bem-aventurados os pais e os filhos que não se separam antes do tempo nem demasiado tarde.
Fonte: Arauto da Santidade, Volume VI, Número 9, 1º de maio de 1977, p. 15
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