Um esboço detalhado dos argumentos abordados no livro
[ Nota do tradutor: a tradução deste capítulo tem a intenção precípua de buscar editoras interessadas em comprar os direitos autorais e publicar a obra completa em português. Os demais objetivos são para informar os amantes de Teologia e Filosofia sobre assuntos correlatos diversos.]
Apêndice do livro
“The Case for the Resurrection of Jesus”
Um esboço detalhado dos argumentos abordados no livro
Por Gary R. Habermas e Michael R. Licona
O esboço a seguir resume as ideias e argumentos apresentados pelos autores. Estes apêndice pode ser usado como uma maneira conveniente de revisar e aprender os argumentos e como uma referência rápida. Os números das páginas após os pontos principais indicam onde encontrar a discussão completa [no livro].
E. Túmulo vazio (pp. 69-74)
1. Fator Jerusalém. É impossível para o Cristianismo sobreviver e se expandir em Jerusalém se o corpo ainda estivesse no túmulo. Os inimigos teriam apenas que mostrar o cadáver.
2. A Alegação do inimigo. Ao afirmar que os discípulos de Jesus roubaram o corpo, seus inimigos (Mt 28: 12-13; Justino Mártir, Trypho 108; Tertuliano, De Spectaculis 30) afirmaram indiretamente um túmulo vazio; eles não teriam reivindicado tal ocorrência se o corpo ainda estivesse no túmulo.
3. O Testemunho das mulheres. As mulheres são listadas como testemunhas primárias do túmulo vazio. É improvável que os discípulos tivessem inventado essa versão da história, visto que o testemunho de uma mulher não era considerado digno de confiança e, de fato, teria sido prejudicial para a alegação dos discípulos (Lucas 24:11; Josefo, Ant. 4: 8: 15; Talmude : J Sotah 19a; Rosh Hashannah 1: 8; Kiddushin 82b; Orígenes, Contra Celso 2:59; 3:55; Suetônio, Os Doze Césares, Augusto 44).
III. Teorias opostas
A. Lenda (pp. 84-92)
1. Embelezamentos da história ao longo do tempo
a. A história da Ressurreição pode ser rastreada até os discípulos originais. Os críticos podem acusá-los de mentir ou de estarem alucinados, mas alegar que uma lenda da ressurreição se desenvolveu após o tempo de vida dos discípulos não é uma opção; os próprios discípulos fizeram a proclamação da ressurreição.
b. Paulo passou a acreditar na ressurreição de Jesus à parte do testemunho dos discípulos.
c. Tiago passou a acreditar na ressurreição de Jesus à parte do testemunho dos discípulos.
d. Embora seja verdade que o embelezamento ocorre com o tempo, a questão é: isso ocorreu com as reivindicações da Ressurreição? Meramente fazer uma afirmação de embelezamento não é evidência.
2. Gênero não histórico, isto é, os discípulos escreveram no estilo literário da época para homenagear seu mestre, e seus escritos não pretendiam ser relatos históricos de uma ressurreição literal.
a. O Túmulo vazio, que é atestado fora do Novo Testamento (por exemplo, o fator Jerusalém, a Alegação do inimigo).
b. O cético Paulo, que era hostil aos cristãos, era educado (Fariseu) e conhecia bem a fábula judaica. Ele não teria sido persuadido por - em sua percepção - uma débil tentativa cristã de Midrash judaico, nem teria seguido alguém que considerava um falso Messias, colocando assim sua alma em risco.
c. O mesmo se aplica a Tiago. Fontes nos dizem que Tiago permaneceu piedoso com respeito a lei judaica mesmo depois de se tornar cristão (Hegesipo citado por Eusébio). É extremamente improvável que, apenas por causa de uma história que ele teria considerado ficção, ele mudasse sua visão de mundo, seguisse um falso Messias que foi amaldiçoado por Deus (já que Jesus havia sido crucificado) e colocasse sua alma em perigo.
d. É verdade que existia o gênero fábula. Também é verdade que existiu gênero histórico. Simplesmente apontar relatos sobrenaturais não demonstra que os relatos cristãos são do mesmo gênero. Um argumento separado deve ser apresentado.
e. Quando chegamos aos relatos da Ressurreição, um gênero histórico parece provável:
(1) Atos 2:13, onde Davi é contrastado com Jesus: o corpo de Davi se decompôs, o de Jesus não.
f. A implicação clara nas respostas dos primeiros críticos é que a igreja primitiva acreditava que a ressurreição de Jesus foi um evento histórico (por exemplo, Celso, líderes judeus). Essas respostas apresentaram argumentos contra a visão de uma ressurreição literal e corporal. Por que argumentar contra esses dados, se uma ressurreição literal e corporal não era o que estava sendo reivindicado?
3. Ressurreições em outras religiões
a. Os relatos de ressurreições de deuses em outras religiões não são claros.
(1) Os estudiosos de hoje não considerariam as histórias como paralelas, uma vez que os detalhes dos relatos são vagos e não são semelhantes à ressurreição de Jesus.
(a) Esculápio foi atingido por um raio e ascendeu ao céu.
(b) Baco e Hércules e alguns outros filhos subiram ao céu no cavalo Pégaso, depois de terem morrido de morte violenta.
(2) O primeiro paralelo claro ocorre mais de 100 anos depois de Jesus
(3) É questionável que uma ressurreição foi relatada nos relatos anteriores dessas divindades pagãs.
(a) Não há morte ou ressurreição clara de Marduk.
(b) Nas versões mais antigas de Adônis, nenhuma morte ou ressurreição é relatada.
(c) Em nenhuma versão há um relato claro de Osíris ressuscitando dos mortos.
b. Os relatos de ressurreição de deuses em outras religiões carecem de evidências e podem ser facilmente explicados por teorias opostas.
c. Teorias opostas não podem explicar a evidência que existe para a ressurreição de Jesus.
B. Teoria da Fraude (pp. 93-97)
1. Fraude I (Discípulos mentiram e / ou roubaram o corpo)
a. Os discípulos acreditavam sinceramente que viram Jesus ressuscitado.
b. Não explica a conversão de Paulo, que, como inimigo da igreja, teria concluído que a fraude foi a responsável pelo túmulo vazio. Ele se converteu por causa de uma aparição de Jesus.
c. Não explica a conversão de Tiago, que aparentemente não acreditava nos relatos de milagres de Jesus antes de sua morte. A ressurreição seria simplesmente outra mentira dos discípulos.
2. Fraude 2 (outra pessoa roubou o corpo)
a. Não explica a conversão de Paulo, que teria suspeitado de fraude e que se converteu por causa de uma aparição.
b. Não explica a conversão de Tiago, que teria suspeitado de fraude e que se converteu por causa de uma aparição.
c. Não explica as crenças dos discípulos, que se baseavam nas aparições. Além disso, o Novo Testamento indica que os seguidores de Jesus não esperavam a ressurreição e não responderam com fé na ressurreição quando viram o túmulo vazio (João 20: 2, 13-15; 24-25; Lucas 24: 10-12).
d. Mesmo que seja verdade, só poderia questionar a causa do túmulo vazio.
3. Estar disposto a morrer por suas crenças não verifica se essas crenças são verdadeiras; muitos que abraçam crenças contrárias ao cristianismo também morreram por suas crenças.
a. A alegação é que a disposição de uma pessoa de sofrer e morrer por suas crenças indica fortemente que a pessoa sinceramente pensava que essas crenças eram verdadeiras.
b. Essa disposição da parte dos discípulos indica fortemente que eles acreditavam sinceramente que Jesus ressuscitou. Em outras palavras, eles não estavam mentindo.
c. Exemplos de adeptos de outras religiões que estavam dispostos a morrer por suas crenças diferem do exemplo dos discípulos. Muçulmanos, monges Budistas, Cristãos e outros que morrem por suas crenças podem ser enganados por falsos ensinamentos. Mas os discípulos afirmaram que eles próprios viram Jesus ressuscitado.
C. Teoria do Túmulo Errado (pp. 97-98)
1. Mesmo se for verdade, as aparições aos discípulos não podem ser relacionadas com o túmulo errado.
2. O testemunho dos Evangelhos é que o túmulo vazio não convenceu ninguém, apenas João.
a. Maria concluiu que o jardineiro roubou o corpo.
b. Os discípulos não acreditaram ao ver o túmulo vazio.
3. Paulo não foi convencido pelo túmulo vazio, mas por uma aparição de Jesus. Sem isso, ele teria concluído que o corpo foi roubado ou que os discípulos foram ao túmulo errado.
4. Tiago não teria sido convencido pelo túmulo vazio. Assim como aconteceu com Paulo, uma aparição convenceu Tiago.
5. Não existem fontes que afirmem que eles foram para o túmulo errado.
6. O sepultamento por José de Arimatéia indica que a localização do túmulo era conhecida.
D. Teoria da morte aparente (Jesus sobreviveu à cruz) (pp. 99-103)
1. JAMA (21/03/86) diz que isso é impossível, considerando os efeitos patológicos do açoite e da crucificação.
a. Geralmente, acredita-se que a asfixia seja a causa da morte com a crucificação.
b. O ferimento da lança (João 19: 34-35) indica que o sangue e a água que fluíram provavelmente saíram do saco ao redor do coração (o pericárdio), ao ser rompido, produziu a água, e o lado direito do coração ao ser perfurado produziu o sangue. (O autor romano Quintiliano [35-95 d.C.] relata que esse procedimento era realizado em vítimas de crucificação.)
2. A crítica de Strauss. Implausível acreditar que o Jesus moribundo tenha empurrado a pedra com as mãos furadas com pregos, tenha espancado os guardas, tenha caminhado por blocos de pedras com os pés perfurados e feridos, tenha aparecido aos discípulos em seu estado humilhado e mutilado e os tenha convencido de que era o príncipe da vida ressuscitado.
3. Não pode explicar a dramática reversão de visão de mundo de Paulo. Paulo afirmou que experimentou uma aparição gloriosa de Jesus ressuscitado.
E. Fenômenos Psicológicos
1. Definições
a. Ilusões são percepções distorcidas.
b. Alucinações são percepções falsas de algo que não existe.
c. Delírios são crenças falsas, quando a evidência em contrário é conhecida.
2. Teoria da Alucinação (pp. 105-109)
a. Não existem ocorrências de alucinações em grupo, mas individuais (como sonhos)
b. Não explica o túmulo vazio
c. Não explica a conversão de Paulo, que não tinha tal predisposição
d. Não explica a conversão de Tiago, que não tinha tal predisposição
e. Muitas variações nos incidentes
(1) Homens e mulheres envolvidos
(2) Visto por indivíduos e grupos
(3) Atestado por amigos e inimigos
(4) O Pedro teimoso e a Maria Madalena de coração mole
(5) Em ambientes fechados e abertos
(6) Visto não uma, mas muitas vezes durante um período de quarenta dias
3. Teoria do Delírio (pp. 109-110)
a. Não explica o túmulo vazio
b. Não explica a conversão de Paulo. Pessoas que são candidatas a delírios acreditam em algo na mesma medida em que anula sua lógica. Paulo era um judeu comprometido com sua fé atual e até hostil para com os cristãos. Nenhuma razão pode ser oferecida para sua motivação de deixar sua fé por um homem morto, a quem ele teria visto como um falso profeta, devidamente condenado à morte por blasfêmia.
c. Não explica a conversão de Tiago pelo mesmo motivo de Paulo.
4. Teoria da Visão (pp. 110-113)
a. Determine o que se entende por visão
(1) Se o gênero é o da visão, tal é refutado acima (ver Lenda / Gênero não histórico).
(2) Se as visões fossem objetivas, Cristo, então, ressuscitou. Visão "objetiva" significa que Jesus foi realmente visto, mas não em um estado físico. Se Jesus foi visto, então ele sobreviveu à morte e as implicações são as mesmas da Ressurreição; Deus existe e o Cristianismo é verdadeiro. A questão então se torna a natureza do corpo ressuscitado de Jesus, não se ele ressuscitou ou não.
(3) Se as visões foram subjetivas, as aparições eram alucinações / delírios. No entanto, isso é problemático pelas razões acima.
b. Não explica o túmulo vazio.
c. Natureza corporal das aparições. Os escritores do Novo Testamento falaram do corpo físico e material do Jesus ressuscitado, e não de um corpo imaterial.
5. Transtorno de conversão (pp. 113-115)
a. Na melhor das hipóteses, apenas explica a experiência de Paulo
(1) Não pode explicar as aparições aos discípulos
(2) Não pode explicar a aparição a Tiago
b. Não pode explicar o túmulo vazio
c. Paulo não se encaixa no perfil de uma pessoa com transtorno de conversão
(1) Mulheres por 5: 1
(2) Adolescentes
(3) Baixo status econômico
(4) QI baixo
(5) Militares em batalha
d. A conversão de Paulo também exigiria mais do que um distúrbio de conversão.
(1) Alucinação visual
(2) Alucinação auditiva
(3) Complexo do Messias
e. Visto que múltiplas explicações são necessárias para dar conta da experiência de Paulo, uma nova teoria de combinação (veja abaixo) parece ad hoc.
Fonte:
HABERMAS, Gary R.; LICONA, Michael R. The Case for the Resurrection of Jesus. Grand Rapids, MI: Kregel Publications, 2004
Tradução Walson Sales
Nenhum comentário:
Postar um comentário