French L. Arrington - A Doutrina da Apostasia no Antigo Testamento
Embora o Antigo Testamento descreva Deus como o soberano Senhor, ele não
compromete a afirmação da liberdade e responsabilidade humana. No Antigo
Testamento, cada um do povo de Deus era livre para rejeitar Sua graça. O
comportamento de uma pessoa não era previamente ordenado por Deus. Era sua
própria decisão que determinava se ele era contado entre os justos ou entre os
ímpios.
Quando um indivíduo escolhia afastar-se de Deus e rejeitar a divina
graça, Deus removia Sua presença e bênçãos. Muitos retrocederam e cometeram
apostasia no Antigo Testamento. A ira ou as bênçãos de Deus eram inevitáveis,
dependendo da resposta do Seu povo a Sua graça. Deus ansiava que Seu povo
apóstata retornasse a Ele com um coração quebrantado e contrito. O Antigo
Testamento indica que Ele estava sempre disposto a abrandar Seu julgamento com
misericórdia e perdão, se eles se aproximassem dele em sincera confissão e
genuíno arrependimento.
O ensino do Antigo Testamento é rico e variado. A partir de sua orientação
geral, nós podemos tirar algumas conclusões sobre o assunto da segurança do
povo de Deus.
1. O Antigo Testamento não oferece nenhum suporte para a
doutrina da segurança eterna incondicional. Tal doutrina é irreconciliável
com o teor de todo o Antigo Testamento. Apesar da palavra de Deus ao Seu povo
infiel por meio de Seu servo Jeremias, eles continuavam em seus maus caminhos;
mas para assegurar-lhes que ainda havia tempo para arrependimento, o profeta
dizia-lhes que Deus estava casado com um povo apóstata (Jr 3:14). Deus
continuou misericordioso e não quis rejeitá-los totalmente como Seu povo. Os
justos que se afastavam de Deus e voltavam para o pecado eram responsabilizados
e morreriam em seus pecados se não se arrependessem. (Ez 33:13). A crença “uma
vez salvo, sempre salvo” não tem suporte no Antigo Testamento.
2. A escolha de Israel por Deus para ser Seu povo não era garantia de
segurança eterna. Às vezes é afirmado pelos profetas que o arrependimento
era possível, e que a destruição poderia ser evitada (Os 14:2), mas outras
vezes a oportunidade para arrependimento havia passado (Amos 3:2; 8:2; Is 1:3;
2:6; 5:13, 25). Apesar de ser o povo escolhido de Deus, eles não podiam escapar
das consequências de seus pecados e responsabilidade pelo que faziam.
3. O Antigo Testamento não ensina que Deus determina
antecipadamente as ações de um indivíduo. A mão de Deus era vista em muitos
eventos, mas as próprias ações de um indivíduo determinavam o curso de sua vida
e futuro, incluindo seu destino eterno. Não há indicação de que Deus tenha um
plano predeterminado para a vida de cada pessoa.
4. A obediência a Deus e a Sua lei é incontestavelmente
importante. Esta obediência era desenvolvida e sustentada pela graça divina
e não era medida pela perfeição e uma rígida conformidade com a lei. O que Deus
esperava era fidelidade. A salvação de Israel era condicionada à obediência,
que demonstrava o desejo de alguém agradar a Deus e fidelidade à aliança. A
graça possibilitava esse tipo de vida.
5. De acordo com o Antigo Testamento, as pessoas são capazes de
responder à oferta de perdão de Deus e Sua ameaça de julgamento. Deus
permanecia livre para mudar Suas decisões pronunciadas e ajustar Sua conduta
conforme a resposta de Seu povo. As coisas não eram predeterminadas ou inalteráveis.
Embora Deus não mudava em Si mesmo (Nm 23:19; Tg 1:17), Ele mudava Seus planos
em resposta às orações e em relação ao Seu julgamento (Êx 32:9-14). Deus tinha
o direito de mudar de ideia e alterar Suas promessas e ameaças declaradas.
Qualquer teologia que nega a liberdade soberana de Deus não é uma teologia
bíblica (Ez 18:21-28; 33:13-16).
Tradução: Douglas
Ferreira da Silva
Revisão: Paulo Cesar Antunes
Fonte: Unconditional Eternal Security – Myth or Truth?, 32-34
A Paz do Senhor á todos. muito oportuno o artigo. na realidade ao longo da sua existência, o povo hebreu sempre foram instáveis espiritualmente e este artigo que traz esse elo em relação a apostasia dos israelenses com a salvação deles e a nossa realidade acerca da salvação pela graça é muito pertinente. SHALOM. MARANATA!
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